Blogs Morte Sem Tabu > Andreas Kisser escreve sobre a morte de Antonio Cicero Voltar
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Esse é justamente o tema de meu livro A morte de si, onde em um capÃtulo analiso a questão do suicÃdio assistido. O tema é complexo e exige debate. O psicanalista Nestor Braustein escreveu uma das mais belas cartas de suicÃdio e que pode ser encontrada na internet. Contudo, os paÃses com leis mais desenvolvidas encontram um outro problema, 3% das mortes no Canadá são por suicÃdio assistido, muitos desempregados e aposentados, que se sentem inservÃveis em uma sociedade neoliberal. Ótimo artigo
Sem comentários Andreas, falou tudo.
Estamos atrasados em tudo! Necessitamos sair deste paÃs para obter um tratamento médico melhor e para simplesmente morrer. Poucos sabem o horror de possuir uma enfermidade incurável, e sermos auxiliados por cuidadoras desinteressadas.
Toda pessoa deveria ter acesso a morte assistida, mas as religiões se apoderaram da morte para manipulação das massas. Especialista em tratamento intensivo, e chefe da escola de anestesia da Universidade de Ferrara, na Itália, Lina Pavanelli concluiu que o Papa João Paulo II teve morte por eutanásia. Conclusão baseada em sua experiência médica e em suas próprias observações do pontÃfice doente na televisão, bem como em relatórios da imprensa e um livro subsequente do médico pessoal do papa.
O texto é excelente, mas a realidade contrasta. No Brasil não se pode discutir aborto legal, mesmo em casos de gestação oriunda de estupro ou de risco à gestante. Temos um longo passado pela frente.
esqueça qualquer avanço na nossa sociedade, estamos caminhando para o fundamentalismo pentecostal, caminhando para o atraso e a tudo o que é retrógrado
Concordo que o panorama é sombrio no Brasil, por isso a importância de sustentar na cultura aquilo que será cada vez mais negado pelos polÃticos religiosos. Assim como aborto, o suicÃdio faz furo nas leis, pois não deixam de acontecer em toda famÃlia, mas só servem aos que podem pagar. Como psicanalista, escuto frequentemente situações efetivas de eutanásia e necessidade de fazer um aborto escondido no seio de famÃlias conservadoras... quando a vida é a do outro.
Tanto Anderson quanto o Gerson estão certÃssimo,caminhamos a passo largos para a idade da pedra lascada.Temos um longo e tenebroso passado a frente.
Excelente artigo, Andreas. Parabéns!
Ao modelo capitalista interessa a venda de insumos e serviços para ganhar mais dinheiro. As Unidades de terapia intensiva se transformaram em centros de distanásia, onde os pacientes são mantidos vivos, a despeito de suas vontades, do desejo da famÃlia, apenas por comportamentos protocolares, que não aceitam reflexão e crÃticas. Menos de 10% dos pacientes que permaneceram por mais de 4 dias em ventilação mecânica estarão vivos ou independente em um ano, mas os médicos tem atitudes negacionistas.
Concordo, sou psiquiatra na universidade mas fui por anos médico intensivista. Você descreve muito bem o despreparo na formação médica, por negar a morte, eles recaem na ideia de que o primum vivere é o essencial. Lembro da frase de Tom Zé: ao persistirem os médicos, consultem o sintoma
Na minha insignificante opinião, a eutanásia, ou morte assistida, deveria ser um direito de qualquer pessoa. Seria uma forma de nos despedirmos de pessoas que gostamos podendo inclusive pedir perdão por algo que tenhamos sido injusto, ou falar coisas que nunca tivemos coragem de falar durante nossa saúde. Acredito que poderÃamos suavizar o sofrimento de alguém que por ventura sentirá nossa falta. Uma vez que não sejamos obrigado a optar pela eutanásia, por que não...
É isso mesmo Andreas, parabéns.
Trabalhar pelo acesso universal aos cuidados paliativos no Brasil como no Patfest é uma forma muito especial de honrar a memória de um ente querido. É o amor em ato e exemplo do que o amor pode construir. E para levantarmos a corajosa e necessária discussão sobre outras possibilidades perante o sofrimento insuportável de quem está em final de vida como a eutanásia e suicÃdio assistido, é muito importante contar com vozes de pessoas que são exemplo por sua arte e vida. Valeu Andreas!
Meu caro Andreas, num paÃs onde o parlamentar legisla com a bÃblia embaixo do braço, esse assunto tem chance zero de prosperar. Infelizmente o momento não é oportuno.
Enquanto houver mais igrejas do que escolas por aqui estaremos condenados a patinar nesta e em outras questões.
A morte morrida vem a todos nós de diversas maneiras e quando menos se espera. Mas outro tipo de morte eu acho que tem outro nome e não deveria ser cultuada, deveria ser lamentada.
Corrigindo, desfibrilador
Devemos falar de cuidados paliativos, sim, e fazer uma arregimentacao para a instituicao de hospices (unidades exclusivas de assistencia paliativa) de carater publico, bancados pelo SUS (o atual governo, alias, ja deu um passo ao instituir cuidados paliativos nos hospitais publicos, mas de forma ainda timida). Morrer com o menos de sofrimento possivel constitue um direito humano fundamental e deve ser garantido.
Tambem devemos falar e pesquisar sobre a vida apos a morte, sem preconceito, nos informando sobre o avanco estupendo das pesquisas nesse sentido, nos ultimos 50 anos, desde que se inventou o desfilibrador e milhoes de pessoas foram resgatadas da morte e comecaram a testemunhar que sua consciencia permaneceu lucida apos terem morte clinica. Se for assim, quem pensa em se matar ou ter morte assistida tera de pensar duas vezes sobre as possiveis realidades com as quais pode se deparar.
O artigo de Drausio Varella (uma semana atrás) sobre o tema é inspirador. Decidir sobre o próprio momento de partir, sob certas condições é claro, seria o o suprassumo de respeito às liberdades individuais.
Por aqui há muitos impeditivos em discutir liberdades individuais. Em uma sociedade onde não podemos sequer escolher como viver, falar sobre uma morte digna se torna tarefa quase impossÃvel.
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