Ruy Castro > Monstros de estimação Voltar
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Ruy, estou tentando, sem êxito, encontrar o filme em preto e branco, de São Jorge e o dragão, que assisti na infância e do qual não me recordo o nome. Você poderia me ajudar?
Na minha formação e cultura caipira, lá nos sertões do Norte do Paraná, a agente tinha como certo e verdadeiro a existência do Lobsomen, e até certa simpatia por ele, talvez por ser injustiçado! OrasilCaipira!
A história do dragão começou em Ur, Caldeia. A visão do Filho do Homem descendo para anular o inimigo da Luz, simbolizado num monstro, foi passando pelas gerações venerado, até ser considerado culto pagão transformado na luta de um guerreiro romano que virou santo, sem que se saiba o significado. De longa data a humanidade vem se afastando das conexões com a Luz e, fazendo da Terra um local inóspito de sofrimento e miséria.
Ver O Livro do JuÃzo Final, de Roselis von Sass.
dentro dessa cômica linha de raciocÃnio, já devermos nos preparar para termo pena de Bolssonaro? Tadim, ele não soube o monstro que criou de si próprio...
De jeito maneira, prezado José! Ao dragão, nunca foi dado ser coelho; o Bozo, podia ter sido qualquer coisa, foi virar milico gorpista que, depois de exonerado, encravou o pezinho na mais sórdida e parva polÃtica. Nem precisava ter tomado vacina pra virar o jacaré bafudo que virou.
Bons filmes.
Pô, Ruy, dia desses bati o olho na TV e estava lá uma cena dirigida pelo Almodóvar, de um matador na arena com o touro, este em seus últimos momentos; cena dramática, tanto pelo habitual da coisa, quanto pelo contraste com a trilha sonora, que era uma música da Elis. Parece que foi bom pra popularidade da música e pra densidade da cena, mas tudo às custas das lancetadas na cacunda do coitado. Nem Elis, nem o senso cinefilo-dramático precisavam dessa... Nem o espectador Brazuca admirador da Elis.
Mel Brooks fez justiça e salvou O Jovem Frankenstein de Gene Wilder e sua criação vivida por Marty Feldman. É uma sátira imperdÃvel.
Boa, bonÃssima, esse deve ser coisa de ser assinar o oldflix para assistir! Hahahahah!
Em mil novecentos e cinqüenta e três, Lima Barreto escreveu e dirigiu O Cangaceiro, diálogos de Rachel de Queiróz. Fez parte deste filme a música Lua Bonita de Zé do Norte e Zé Martins. Foi regravada por vários intérpretes e recomendo que Raul Seixas seja quem faça o fundo musical para esta bela crônica.
Orra, Budu, mais uma vez leio-o com vontade de ir atrás da referência. Capaz de achar o "Lua bonita" por aÃ, vou tentar. Ontem ou anteontem, aquela psicodelia super popular foi excelente.
A coisa está tão psicótica que o vitimismo chegou até às lendas.
Ah, José, não mate também o bom humor...
Na era vitoriana, o inglês Joseph (ou John) Carey Merrick apresentava pronunciada malformação fÃsica (calosidades no corpo, cabeça desfigurada e desproporcional ): em público, cobria a cabeça com um saco para não atemorizar os passantes. Atuou em circo, em show de aberrações, aproximou-se da rainha Vitória e viveu seus últimos dias no Hospital de Londres. David Lynch filmou sua versão da história em O Homem Elefante, personificado por John Hurt.
Nossa, Gilberto, tenho uma lembrança longÃnqua e dolorosa desse filme... E também saudades de uma época em que o circo que explorava as aberrações era fisicamente circunscrito; hoje, TV - desde décadas, né? - e mÃdia digital descentralizada fazem esse serviço com uma eficiência de embrulhar estômago.
Me parece que os crimes dos citados é ser diferente. Não suportamos a diferença. A respeito de São Jorge, cabe perguntar: o que seria dele sem o dragão? Nós o verÃamos na lua cheia? O santo precisaria criar um dragão, para combater, tal qual alguns poderosos de hoje.
Grande, imensamente delicioso de ler Ruy Castro!!!!!!!!!! Você é gênio!
Concordo com a múmia e o lobisomen. Já a criatura de Frankstein sabia que fazia o mal, e o fazia por vingança. Por pior que tenha sido sua vida, não dá para passar o pano, mesmo na cena final no iceberg. O mesmo se dá para o mr. Hyde.
No dos outros é sempre refresco!
Um dia, Bolsonaro e Marçal terão biografias? Se sim, que tenham a estatura dos personagens, uns poucos milÃmetros.
Marcos, infelizmente não estou mais com capacidade de me alongar sobre personagens tão repulsivos e repugnantes como o Bozo e o Bozo Jr. Grande abraço! Se você estiver no Facebook, mande-me um alô.
Por, Luthero, meu caro, bem no comecinho eu achei que você falaria deles despedaçados, mesclados e revividos num monstrengo repugnante, avançando com suas cicatrizes por cima dos cidadãos... Aà sim, parece-me que daria cenas indescritÃveis e inesquecÃveis de caç(ss)ada e justiçamento. Hahahahah!
A estética do gótico/grotesco tem muito a nos dizer sobre a criação dessas figuras de carne e osso. Mary Shelley traz dicas preciosas.
O coringa, o palhaço caricato, vilão carona do seriado do Batman, virou um ser humano. Matador é verdade. Fruto de uma sociedade injusta e cruel, virou um criminoso assassino e sanguinário. Sem nenhum remorso, distribui sua risada da tal SÃndrome de Tourette. Um verdadeiro e real psicopata.
Excelente crônica. E q dizer dmonstros como o manÃaco do parque e a loira, estudante d Direito na Puc q mandou dois matarem os pais: virou filme ruim ou documentário pseudo-investigativo. Cineastas oportunistas made in Brasil também revelam sua criatividade d levar as telas biografias d celebridades: Chacrinha, Hebe, Pelé, até um tal Heleno, Bruna Surfistinha. Mas nunca se interessaram em pessoas realmente relevantes.
Quem são as pessoa relevantes? São as pessoas anônimas comuns.
Pessoas relevantes. Um critério vago.
Notável indagação para um domingo: todo o Direito está em jogo.
Comentar não pode. Comentar o mesmo em outro comentário pode. DifÃcil para o assinante entender.
Eita, descorretor, Frankenstein, só cria monstros! "tratar-Nos com a mesma Justiça Relegada..." Haja paciência! Hahaha!
Galdino, a sençurofrenia folhomática não quer ser entendida, quer só tratarmos com a mesma Justiça delegada aos monstros. Aliás, a ombudsman tratou do tema neste domingo, mas me deu uma preguiça de ler... Começou tirando o Ú da seringa; nas linhas seguintes, apresentou-se magnânima. Parei de perder tempo e fui, rapidinho, dar risada com Antônio Prata...
Ótima defesa dos monstros involuntários!
Ruy É um prazer ler as suas crônicas, bem escolhidas e bem humoradas. Nos devolve o prazer de ler jornais nesses tempos tão cinzentos. Novamente anos de chumbo?
Crônica leve em domingo de eleição pesada.
Os vampiros são outra categoria de monstros que, inapelavelmente, acabavam empalados pelo mocinho e, à s vezes, retornavam à s feições humanas. Eram imortais até serem trespassados sem piedade e sua existência era cheia de inconvenientes: não podiam se expor à luz do sol, ou seja, necas de praia; não viam sua imagem no espelho e, assim, como se pentear ou verificar o apuro de uma vestimenta? Ultimamente, surgiram uns vampiros fofos, sensÃveis mas sem a distinção e aristocracia de um Bela Lugosi.
Sem dúvida, André. Eu acrescentaria Peter Lorre aos atores que você citou, que estrelou desde clássicos do cinema mudo como "M - O Vampiro de Düsseldorf" até "Casablanca".
Bela Lugosi, excepcional! Bela lembrança a sua. Os filmes contemporâneos aos de Bela, são fantasticamente construÃdos, interpretados por outros Atores magnÃficos: Boris Karloff, Vicente Price etc Pontuo também que, cinema e teatro, são insuperáveis
"Interview with the vampire ", da Anne Rice, resgata isso de maneira memorável...
Monstro bom é monstro morto...
Quem morre vira santo, inclusive os monstros reais.
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