Ruy Castro > Pela última vez Voltar
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Rui Castro vale a assinatura. Bonita homenagem ao Antônio CÃcero
Concordo com uma e outra afirmativas.
A Morte leva a todos, mas Antonio CÃcero deu um chapéu na madame.
(sorriso)
A nata da inteligência, o creme de la cream da intelectualidade da Folha aqui reunida nestes comentários que emolduram a linda homenagem do escritor e articulista ao Amigo.
Procurem por Marcha Fúnebre para uma Marionete, de Gounod. Depois de ouvi-la, assistam à emocionante animação by Tom Scott no youtube, sob o mesmo tema.
uma homenagem que poucos merecem. eu de cá de minha insignificância só temo que queiram a minha morte assistida antes que eu queira e assista, como aconteceu com aquele outro CÃcero, o Marco Túlio.
A vida é um jogo de perdas e ganhos em que se perde no final. E há que se ter muita coragem pra determinar o dia da própria morte.
BelÃssimo texto, belÃssima homenagem.
Uma decisão difÃcil mesmo. E no fundo não é só a demência. A velhice é como aquela partida de xadrez que já está perdida, e o xeque mate é inevitável. Só nos resta adiar o desenlace, como aquele personagem do Bergman em O Sétimo Selo, ou abandonar a partida, como é usual entre os enxadristas.
Bonita analogia. Até porque, mais do que o Carlsen, em finais a morte é imbatÃvel.
Entre as minhas meditações budistas da semana, há 2 em que me despeço de mim mesmo, de tudo que me cerca e da vida. Ambas começam com a frase: "Talvez eu morra hoje". Parece contraintuitivo, pois pensamos que a nossa "última vez" não chegará hoje. Mantemos uma agenda de compromissos, abastecemos mensalmente nossa geladeira, esperamos assistir aquele episódio da série da TV ou aquela partida de futebol etc. No entanto, PARAR tudo e ir ao encontro da morte é outra história. Muita coragem!!!
Ah, que lindo e triste, Ruy... Eu tô com seu amigo e não abro: se for ficar gahgáh, um abraço, quero meu botão. Ou preso em uma cama, rodeado de cuidadores. Ou Sodido por qualquer outra situação sórdida. Não são coisas que uma sociedade civilizada deva obrigar uma pessoa a viver. Eu, hein, Rosa? Da cá meu botão!
Que texto maravilhoso ... expôs ao fundo um momento que todos nós passaremos
Surpreso que Ruy, sendo o cinéfilo que é, não faz referência ao filme A Última Vez que vi Paris. Que teria tudo a ver com essa jornada de Antonio Cicero.
O tÃtulo capta tudo. Viver cada coisa e experiência que lhe é cara na consciência de que será a última vez exigirá certamente um imenso desprendimento; quanto à decisão em si...
Já normalizamos Ãndice de assassinatos, corrupção polÃtica etc., porque não a eutanásia?
Também normalizamos a estupidez.
Como dizer que foi coerência dele tomar esta decisão se o autor dos versos "Eis o que torna esta vida sagrada:/ Ela é tudo, e o resto, nada" renunciou à própria vida?
Não sei se o Ruy é muito de quadrinho, mas podemos tentar pedir pra Laerte ou o Dahmer desenhar pra você.
ImpossÃvel negar, através do Ruy , Antônio Cicero acrescentou algo em nós neste dia.
Com a população envelhecendo rapidamente, o Brasil precisa começar a discutir normas legais para a eutanásia.
Concordo plenamente, porém com essa sociedade conservadora e retrógrada, não há a menor possibilidade desse tema entrar em pauta.
Seria ótimo se pessoas comuns, da periferia, pudessem ser diagnosticadas com a doença no SUS, nos postos de saúde. Na maioria dos casos, não há vaga para o atendimento comum, que dirá para alguém que teria de ser atendido por neurologista. As consultas demoram para acontecerem, passando por clÃnicos gerais, sem condições de muita avaliação, ou enfermeiras. Exames só após muitos meses. Os mais pobres nunca poderão fazer a escolha do poeta, sofrerão sempre mais, muitos sem saber qual doença têm.
Que comece logo a discussão para ser oferecido essa assistência no paÃs para o diagnóstico do poeta Antonio e outros códigos internacionais de doenças (cid).Em poucos anos demência de alzheimer será um gravÃssimo problema de saúde pública .
Belo e tocante tributo.
Um excelente e emotivo texto para um escritor também genial que tomou uma decisão bem particular e difÃcil.
Muito bom.
É sempre um bálsamo ler sua coluna!
" A voz do outro em mim ecoa Minto Perversamente soa"
... os suicidas cultivam um jardim invisÃvel, invisÃvel para os que viviam e interagiam com ele até o evento do Salto para o abismo da Morte!... As conversas Internas do suicida é um mistérium tremendum!!!...
Acho um debate bem necessário se temos o direito de decidir que hora partiremos dessa vida, esse controle é assustador, mas a dignidade da pessoa humana, que a CF/88 assegura com veemência, deveria possibilitar o que está emanado de crença religiosa! Como ateu, e também acreditando que tudo acaba aqui, esse debate tem que acontecer!
Teu texto emociona com razão.
Ruy, você nos cala, leitores. É o silêncio que permite o usufruto simples de um tipo de sensibilidade que se torna cada vez mais rara. Muito obrigada!
Bom demais. Pena termos de ir à SuÃça para ter essa assistência para dispormos de nossa própria vida.
Também pensei muito nisso. E mais, pensei na força que teve que ter o companheiro de CÃcero, acompanhando-o pelas ruas de Paris, sabendo que se tratava de uma despedida. Terão conseguido aproveitar isso, de forma leve? Espero e imagino que sim. É uma situação que exige pessoas grandiosas para vivê-la, o que eles certamente são.
O melhor da Folha. Jornalismo é texto . Espero que continue por muito tempo. Nós , leitores, já perdemos Jânio de Freitas, já perdemos Marcelo Coelho , não gostarÃamos de ficar sem Ruy . Talvez fôssemos todos embora, também .
Quanto sentimento! Ruy sempre insuperável. Pensei tb como teria sido fechar a porta de casa e sair para o aeroporto, sabendo que não mais regressaria.....
É o famoso: para sempre…
Ruy, como é bom tê-lo sempre Ruy…
Texto lindÃssimo.
Maravilha de texto.
Mesmo quando o assunto é triste, encontro beleza, verdade, lucidez e sensibilidade em Ruy Castro. Ruy, vc compreendeu a profundidade da relação de um homem consigo. E que, talvez, seja isso que dá sentido a uma vida. Obrigada por mais essa maravilha.
Li, reli, guardei. Crônica maravilhosa, para o Cérebro e o Coração; para a Razão e a Emoção.
crônica maravilhosa, Ruy
Somente a inteligência, empatia e sensibilidade de poucos como Ruy Castro alcançam a nobreza do gesto. É preciso muito amor à vida para derrotar o seu inevitável fim, como fez Antonio Cicero e tão bem descreveu o colega imortal.
Maravilhoso texto.
Amei.
Obrigada, Ruy. Você criou imagens tocantes na imaginação dos leitores. Na minha, certamente. Ele deu um exemplo a muitos de nós.
A opção de "morte assistida" feita por Antonio Cicero foi uma decisão louvável sob todos os aspectos. O planejamento desse evento com um ano de antecedência, indica tratar-se de um espÃrito impávido e bastante lúcido. A lamentar o fato de a legislação brasileira e da maioria dos paÃses vedar esse tipo de prática. Ao longo dos anos, com justiça foram criados vários direitos, mas ficou ausente aquele de escolher a morte que a pessoa considera digna.
E você? Caso Antonio Cicero comentasse com você sobre a decisão, o que você faria? Você aceitaria tranquilamente, ou tentaria demovê-lo da ideia? Acho que ele justamente não comentou com mais ninguém, além de seu companheiro, porque sabia que encontraria resistência, muita resistência, talvez não. Ele não viveu para saber.
Lindo texto, que descanse em paz, viveu como quis, morreu como quis.
Sublime
Que bom ler esse texto, Prezado! CÃcero foi privilegiado em poder decidir, com dignidade, seu último ato!
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