De uma beleza ímpar... Mas para o desmemoriado povo brasileiro, penso que na entrada seria justíssimo uma grande placa com os dizeres: beleza e requinte construído a partir do sofrimento de SERES HUMANOS escravisados até morte! A Alemanha não nega Auschwitz, para que não se esqueça nossa capacidade para a maldade. Mas aqui vamos fingir que não houve nada abominável.

Muito bom ver o palácio do fazendeiro restaurado, em RIbeirao Preto, a terra do café até meados dos anos sessenta, a maioria dos palacetes foram derrubados para dar lugar a prédios de apartamento e mesmo em Dumont, os casarões dos primeiros ingleses dono das vastas plantações de café, desaparecerem, não sei se a casa dos pais do Santos Dumont que se tornou um pequeno museu, ainda esta de pé. O pai do Santos Dumont era um administrador das fazendas.

É fácil prosperar quando você é o fazendeiro em uma sociedade escravocrata. Essa riqueza só existiu porque o sistema colonial brasileiro explorou, por séculos, milhões de seres humanos. Primeiro e principalmente, povos africanos e seus descendentes, sequestrados e escravizados até a morte. Depois, europeus pobres. E o resultado está aí: um país com favelas e periferias sem fim.

Muito bonito, arquitetura remanescente de uma época em que prevalecia a beleza, mas que foi substituída pelo estilo utilitário e funcional dos caixotes de vidro e alumínio atuais.