Blogs Cozinha Bruta > Inglês consome alecrim da Etiópia; ativismo ambiental é para brasileiro ver Voltar
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No império romano usava-se seda chinesa, graças à Rota da Seda. A Europa mudou seu cardápio a partir do século XVI, com as caravelas vindo para a América. Surgem comidas "tÃpicas" em muitos paÃses europeus graças ao tomate, à batata, ao milho, ao cacau e a outros. Esse troca-troca se intensifica com os séculos e hoje ninguem estranha a variedade e a procedência de muitos alimentos. Daà uma feijoada em Londres não ser surpresa. Mesmo paÃses muito fechados, como o Japão, adaptam sua culinária.
A verdade é que o "celeiro do mundo" transfere vinte porcento da arrecadação para o bolso de exportadores de soja, milho e carne, e o povo brasileiro não tem variedade nem qualidade. Num mercado qualquer do Canadá tem dezenas de tipos de arroz e feijão, frutas, legumes e verduras bonitas e de qualidade do mundo inteiro, a preços acessÃveis para todos. No Brasil, se você não for rico, come só a mesma coisa, pouca variedade, baixa qualidade. Mas "o deus agro" não pode ser criticado.
Vários anos atrás quando morei em NY, a primeira vez que fiz feijoada fui a uma deli no Village de um português que havia sido cozinheiro da embaixada brasileira na ONU. Depois de se aposentar abriu a deli. Além de ter tudo para uma perfeita feijoada, vc dizia pra quantas pessoas e ele servia as medidas certinhas. Depois fui conhecendo melhor a cidade e encontrava todos os ingredientes na minha vizinhança
Quando um inglês levanta a bandeira verde e profere, com sotaque perfeito, palavras de defesa à sustentabilidade, ecoa nas terras brasileiras uma espécie de reverência. Nos vÃdeos que circulam pelo WhatsApp, nas manchetes que viram memes e nas discussões em cafeterias, o europeu torna-se um protótipo da moralidade ambiental, um Ãcone a ser imitado. Lá supostamente, a natureza é sagrada, as bicicletas substituem os carros, e as prateleiras dos supermercados brilham com produtos carbon neutral.
Marcelo, grato pelo comentário. British accent à parte, eu me pergunto se o ativismo europeu é tão intocado quanto parece. Olhemos para a prateleira de um supermercado requintado em Londres. Para citar o exemplo do ótimo colunista, o inglês, ao preparar seu chá das cinco, pode temperá-lo com alecrim etÃope, o mesmo que foi plantado em solo árido, regado com água escassa e exportado a milhares de quilômetros. O alecrim etÃope viaja entre continentes, atravessa mares e queima combustÃvel fóssil.
Não por acaso, "sotaque perfeito" é o tipo de ficção que só um britânico poderia levar a sério.
As coisas não caem do céu nestas bolhas de prosperidade. São extraÃdas das (eternas) colônias, mediante contratos expúrios, ou compradas pelo preço que eles mesmos definem nas organizações de comércio internacional. Tem sido assim desde que, há séculos, estes paÃses se intitularam de metrópole. Já encontrei produtos de alta qualidade produzidos no Brasil que são vendidos em mercados europeus a preços mais baixos do que aqui.
Contratos expúrios (sic), colônias, metrópoles, a mesma visão esquemática e simplória de sempre. Sim, eu sei, "só a revolução resolve"...
'' Eles comemoram a baixÃssima emissão de poluentes no trânsito enquanto esburacam a BolÃvia e o vale do Jequitinhonha para obter o lÃtio da bateria do carro elétrico''. Muito fácil mesmo ser ambientalista na Inglaterra...
minha filha mora há quatro anos num daqueles gelados paÃses lá no norte europeu. Lá muita coisa é importada . do Brasil - guaraná Antarctica , milho de pipoca Ioki e uva do nordeste ; café colombiano, farinha de mandioca nigeriana, vinho chileno, laranja espanhola, carne de gado e erva mate argentina , verduras polonesas
Hoje é dia de feijoada aqui no Rio. O prato individual sai pelo equivalente a 5 libras esterlinas no restaurante do bairro, já acompanhado de cerveja. Quando custou aà na Inglaterra?
Falam muito. Falam muito. EUA, China, India, UK e Alemanha representam 60% das emissões Todos só querem produzir poluindo e faturar!
O Marcão esta inventando.
negativo, a situação é bem essa . leia o que escrevi acima
Uso a vinagrete de banana no preparo do peito bovino (granito) é muito bom para amaciar e umedecer a carne ,fica muito bom.
Vinagrete de banana é algo que testarei já amanhã para acompanhar um churras nada inglês.
Também sou desses que não fazem concessões a ingredientes. Gosto de fazer uma salada de pepino orgânico com casca, com cebolas roxas e creme de leite, com algumas gotas de limão (orgânico de preferência) , com dill seco do leste europeu. Minha irmã, recentemente, visitando a famÃlia lá, me trouxe uma generosa porção de dill. A salada fica com gosto exuberante, lembrando a salada que minhas tias, com idade de mais de noventa anos, faziam quando as visitei. A memória gourmet não nos abandona.
Não há que se falar em ativismo ambiental para uma Inglaterra, que historicamente poluiu per capito dez vezes mais que cada habitante do hemisfério sul!
Vinagrete bom demais, Marcão, nada como a diversidade alimentar, mas a batata nunca foi inglesa
Sem surpresa, o ambientalismo é instrumentalizado pelos europeus como uma forma de barreira comercial
A Inglaterra é uma ilha que tem coisas surpreendentes. Numa feira livre, em Saint Albans, a poucos quilômetros da casa onde morou Stephen Hawking, encontrei numa banca a placa: feijoada brasileira; não resisti, comprei uma porção. Perguntei ao vendedor se ele era brasileiro, ele disse que a mulher era mas ele era polonês. Feijões pretos do Brasil, que você encontra num supermercado local. A marinha inglesa comercial traz os ingredientes dos confims do mundo, às vezes penso até dos mares da Lua
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