Opinião > A moda do pobre empreendedor Voltar
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Falácias e má interpretação de texto os males do Brasil são. Precarização de relações trabalhistas e falta de empregos formais são desonestamente pintados como “desejo de empreender”. Sem empregos e direitos assegurados, o “empreendedorismo” é só uma miragem nas areias escaldantes da vil exploração. Na verdade, os explorados queriam mesmo é empregos dignos, como registra a pesquisa FGV Ibre (publicada pelo UOL): “Sete em cada dez trabalhadores brasileiros autônomos desejam carteira assinada”.
O artigo acerta ao reconhecer o empreendedorismo como opção viável para trabalhadores. Sobra Ãmpeto, o ser humano quer ser seu próprio patrão, basta subir o morro e ver acontecendo. Na prática, porém, exige capital, habilidades e suporte raramente acessÃveis à s classes mais baixas. Há de cuidar que não seja promessa ilusória de ascensão social que, ao fim, reforça precariedade e reduz direitos. Urge uma análise crÃtica das limitações do empreendedorismo como panaceia para desemprego e pobreza.
Interessante o artigo por trazer mais informações diferentes da ideia ,que começa a prevalecer, que o descontentamento de parte dos eleitores pela busca pelo empreendedorismo é menor e não explica, totalmente, o fenômeno eleitoral , do aparecimento de um " outsider" oportunista na polÃtica.
O pobre empreendedor (PE) definitivamente tira o sono da esquerda. Afinal, quem diria que para empreender, é preciso ser amigo do poder? Se o PE tiver a audácia de prosperar em meio à adversidade, provavelmente vai perceber que as coisas não funcionam bem, mas quem precisa de realidade, não é mesmo? Lembro dos fascinantes 3% de comissão para o partido, que surgiram das profundezas das investigações do petrolão. Ah, a polÃtica e seus detalhes encantadores!
De cada cem PE, quantos prosperam? E os outros?
Conheço muitos desses no trem que vai de Japeri/Santa Cruz até a Central do Brasil no rio de janeiro, muitos viraram pobre de direita, uns viram jesus, outros são sanfoneiros e cegos que tocam blues e agora comem luz....(Chico Buarque, com adaptações)
Resposta não era para este comentário.
De cada cem PE, quantos prosperam?
Trara-se de um tema candente e de extrema complexidade. O que artigos bem intecionados chamam de empreendedorismo muitas vezes é o velho "se virar nos trinta" para pagar as contas quando dá. Queria saber onde estão os empregos tão falados na imprensa.
O cerne da questão hoje não é tratado pelo artigo; como é os informais empreendedores vão se aposentar e usufruir dos serviços prestados pelo Estado como saúde e educação, sendo que as mesmas não contribuem para tal. A questão não é preconceito e muito menos incompreensão do Estado; acho que na atual circunstância, todo mundo sabe sobre as preferências do trabalhador, no entanto, do outro lado tem uma pressão sobre os governos para que as contas fechem, afinal dinheiro não cai do céu.
Não seria relevante pensar que as dinâmicas da grande enonomia de mercado contemporânea prescindem do trabalho de grandes massas da população e aà é que reside o verdadeiro problema? Se as pessoas mais jovens não querem mais trabalhar ou formar-se para assumir empregos formais, não haveria aà um sinal do esgotamento do modelo econômico vigente e de seus arremedos na ideia de microempreendedorismo? O que se quer da vida? Trabalha-se (e vive-se) com satisfação em favor de que se valoriza.
Conheço casal de evangélico "conservador", ela diarista tira 4.800,00 no mês com 4 faxinas na semana, marido pedreiro, 5.000, mês. Sem CTPS, ambos, recebem cada qual bolsa famÃlia, bolsa auxÃlio, bolsa aquiloutro. Esse sao5os empreendedores que conheço.
Um bom retrato do atual mundo do trabalho. Talvez o que tenha mudado é o horizonte limitado de um emprego fixo pagando pouco. Hoje há mais opções e as pessoas se viram de muitas maneiras. Claro que um bom emprego de carteira assinada continua valioso, mas isso sempre foi para poucos, e continua sendo.
Eita, Senhores, prezados, essa é uma excelente discussão e que dá enorme pano pra manga - suspeito que dá até uma calça. Essa falácia do "empreendedorismo" posto como inato, necessário, generalizadamente desejado, enfim, salvação da lavoura, incomoda-me ao extremo. Especialmente porque, privado da efetiva preparação e da adequada mentalidade, esse "empreendedor", se falhar, tem sobre seus ombros a maldição da "incapacidade". Quando não, pior: Deus não quis, e quer-me nessa miséria desgraçada.
Se só 23% queriam ter um emprego formal não tem moda alguma, caras-pálidas. Pobres querem empreender, isso não é uma moda como diz esse tÃtulo ofensivo.
Acho que Dannielle está falando aqui de outra coisa, muito digna, que não é „inovar e apresentar resultado“: é ter uma atividade laboral que a satisfaça e dê sentido à sua vida, fora da lógica da acumulação de capital que só gera injustiça e desigualdade. Talvez Dannielle seja bem mais inovadora do que se pensa. Viva Dannielle!
Não está ofendendo, prezada carapuça. Somente uma porção reduzida da população empreende de verdade. O chamado empreendedor por necessidade é apenas um trabalhador comum precarizado. Até os que assinam o artigo usam a expressão empreendedor de forma ideologicamente equivocada. Empreendedor é quem entrega resultado e inovação em sua área. Nada a ver com motoristas autônomos.
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