Opinião > Tabelar preços de livros é caminho errado Voltar
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O editorial peca ao não esmiuçar os motivos que levaram a tal projeto de lei. Independente de defendê-lo ou não, contexto é importante. A prática da Amazon de dar maiores descontos em livros pode levar à falência de inúmeras livrarias e, ao fim e ao cabo, ao monopólio do mercado (ainda que “virtual”) pela gigante internacional - e, então, tais descontos simplesmente deixarão de existir. Não sei se há outra medida possÃvel para evitar esse problema, mas isso é algo que deve ser considerado.
Perfeitamente, o editorial critica, mas não apresenta qualquer sugestão.
Puro protecionismo ao setor empresarial. É assim que querem estimular a leitura? Mais uma desse Senado que simplesmente não faz o que a população realmente necessita. Que argumentos, se é que existem, esses mentecaptos utilizam? Cada vez sinto mais asco pela classe polÃtica de qualquer matiz ideológica ou não, porque se essa lei passa, é pela convivência de todas as cores.
Claramente vai fazer as pessoas consumirem menos livros fÃsicos, aderindo ao famoso PDF piratão da internet para os pouquÃssimos que ainda quererem ler. Brasil sempre andando para trás.
Quem defende a existência das livrarias de bairro ou pequenas lojas, concordando em pagar valores muito mais altos por livros não é um leitor assÃduo ou dispõe de fartos recursos! Isso porque em livrarias de bairro quase nunca se encontram fartas opções de autores (literatura ou acadêmicos) nem preços atraentes.. Portanto, defender esse esquema com polÃticas públicas me parece ir na contramão do estÃmulo e da prática à leitura.
Eu, como ávido leitor, neste paÃs de incultos, aprecio sim livros mais baratos, pois assim podem chegar mais fácil ao povo. Lei pra proteger empresário? Eu sou de esquerda e não concordo com protecionismos e subsÃdios, que só prejudicam a população. Se nossos industriais e comerciantes estão ameaçados por produtos melhores e/ou mais baratos, eles que melhorem o que oferecem.
Isso é prática abusiva, que só prejudicará ainda mais o consumidor.
Marcelo, seu argumento acabou ecoando no vazio. Isso porque não há como ter um cenário pior a longo prazo por 2 motivos: primeiro porque os livros são tabelados; segundo porque as livrarias já vendem pelo preço de tabela. Portanto, apesar de agressiva a polÃtica de preços da Amazon, ela traz muuuuito mais benefÃcios do que qualquer cenário atual ou futuro..
Para o consumidor que considera apenas o impacto imediato e o valor pago, sim, é prática abusiva, ele se sentirá prejudicado. Por outro lado o consumidor que prefere pagar mais caro agora para evitar um cenário de quase monopólio e seguir valorizando pequenos comerciantes, aà não configura prática abusiva. Não há apenas uma forma de se encarar a questão, há múltiplas formas. Depende do que o consumidor mais valoriza. Não estou fazendo juÃzo de valor, apenas apontando cenários.
Em geral, os preços da Amazon são bons, em promoções ficam melhores ainda. Sou cético quanto a qualquer tipo de tabelamento. Não compro em livrarias fÃsicas, até pq no interior elas nem existem, e as que frequentei (em Aracaju) cobram mais caro. Os sites das editoras também cobram mais caro.
Exatamente, Maria. Não vejo essa lei ampliando a leitura em nosso paÃs.
E quando vc agrega o frete ao preço do livro tem mesmo de recorrer à Amazon, seja porque o frete está incluÃdo (se assina o Prime), seja porque utiliza o e-book no Kindle. Ou seja, se a lei passa, não vou comprar o livro recém-lançado. Vou esperar um ano para obter preços melhores. Adeus Clubes de Leitura!
Será que essa analogia com o Reino Unido e a França é aplicável aqui? Os megastores e as redes de livrarias franqueadas já eliminaram, ou quase eliminaram, as pequenas livrarias de bairro. A real concorrência é entre a Amazon e as livrarias grandes, em geral um misto de papelaria. A diferença nos preços é imensa. Neste paÃs com uma maioria de pessoas com aversão a livros, o que é mais importante, estimular a leitura ou garantir lucros empresariais?
Penso que no Brasil sejam necessárias leis que incentivem a leitura e a compra de livros, sem desconsiderar o trabalho de autores e editoras.
Livros são a chave para o entendimento de diversas pautas e informam sobre o que pode ser feito e de onde levantar recursos. Somente os maus leitores acham que o livro deve ser deixado de lado e ter seus preços aviltados. Tabela visa democratizar a leitura em um paÃs de tão poucos leitores.
Por que não criam uma lei, também, para impedir a cobrança abusiva de estacionamentos em Shoppings? Veja o Shopping Eldorado, o absurdo que é pagar 26 reais até 02 horas. Isso é inaceitável, principalmente para quem consome no Shopping.
Carros poluem.
Vá de trem. É simples assim em São Paulo. Ou vá até outro shopping. Não acho que seu problema tenha a ver com a pauta do editorial. Está chorando no lugar errado.
Correto. Assinatura de jornal deveria ser tabelado em um real por dois anos.
Como toda medida protecionista, a proposta tem um defeito fundamental: considera o consumidor uma espécie de engrenagem do processo de produção, e este como um fim em si mesmo. Só falta obrigar todo mundo a comprar uma certa quantidade de livros por ano.
É preciso se aprofundar no tema? Como funciona o mercado de livros no Brasil? Tem importador com monopólio de tÃtulos? Veja vinhos por exemplo. Tem importador exclusivo de algumas marcas cobrando 3 vezes o valor europeu e quando vc pergunta, culpam impostos do governo. Outros de mesmo valor europeu chegam pela metade do preço dos exclusivos. Ou seja malandragem pura.
Tabelar preço nao dá certo. Funciona no primeiro instante, então o mercado se ajusta é continua segundo leis naturais próprias. Há aquela velha história de se tabelar preço de frete em caminhão. Essa então sequer consegue entrar no papel, tão difÃcil de implementar que fica no eterno blábláblá.
Vejo a palavra tabelar como uma simplificação inadequada. Há nuances nas regras e eles são importantes. Mas claro que a realidade se impõe a mecanismos artificiais. O que vai gerar ajustes no futuro. Nada de novo nisso, como você mesmo afirma.
primeiro, isso não passa de uma nova queima de livros e autores. segundo, voltem a publicar livros em latim, já que não querem vendê-los. terceiro, esse é o melhor item, não querem mesmo que os jovens leiam, para engrossar o rebanho.
primeiro, isso não passa de uma nova queima de livros e autores. segundo, voltem a publicar livros em latim, já que não querem vendê-los. terceiro, esse é o melhor item, não querem mesmo que os jovens leiam, para engrossar o rebanho. afinal o sonho desses noias é serem coach ou moto-boys e milionários das bets. ou, ingressarem no negócio paralelo das mullas..
Faço doutorado na USP, leio desde a minha infância e afirmo que os livros serão cada vez mais raros em sua forma fÃsica, acompanhando jornais. Nem o último livro, dos muitos publicados por meu pai, consegui terminar. Quase tudo existe em PDF online, senão os mecanismo de busca encontram temas correlatos. O futuro da escrita intelectual também é incerto.
E qual é a importância de manter livrarias ineficientes abertas? Precisamos de acesso ao livro e não necessariamente às livrarias. Será que para preservar as salas de cinema devemos encarecer o streaming? E para preservar os restaurantes, tabelar a comida? Livrarias, em geral, só existem em shopping e bairros nobres. Quem compra livros, sabe que é mais barato comprá-los pela internet e nas feiras universitárias, que ficarão inviabilizadas. Só ajuda uns poucos livreiros e clientes românticos.
Eu sou um leitor voraz e compro em diversos canais diferentes. É necessário diferenciar os tipos de livro e de publicação. Pois serão afetados de formas diferentes. Não vejo evidência de que nenhum dos canais ficará inviabilizado. Mas vejo evidência de que excessos serão coibidos. Pensar apenas em pagar mais barato, pode sair caro, e é uma visão mÃope.
Sobre cinemas e streaming, é falsa dicotomia. Atendem a necessidades diferentes e públicos diferentes. Cinemas passaram pelo VHS, pelos DVDs e Blue Rays e seguirão enquanto houver público que quer uma experiência forjada e aperfeiçoada pelo tempo. Seu comentário não esclarece o que você considera livrarias ineficientes, então, na verdade não está dizendo nada de relevante.
Daà vamos da teoria para a prática. A Amazon matou as livrarias no Reino Unido e a França, que criou esse bloqueio, elas sobrevivem. Acho que temos que parar de teorizar e usar o que deu certo no mundo.. O monopólio do abuso econômico, se não controlado, irá criar o futuro distópico em que as corporações sobrepõem aos governos, em nome da liberdade, de vende a liberdade.
Colocação perfeita. Testemunhei a morte de algumas livrarias na Inglaterra. Lá meus colegas da universidade diziam, são ótimas para ir, folhear e escolher os livros; depois compramos na Amazon. Assim, as livrarias vão se tornando apenas vitrines. Ainda conseguem sobreviver nas grandes cidades, nas pequenas e médias, só como ato heroico do livreiro.
Em resumo: o consumidor que pague a conta.
Na prática, quem lê vai continuar lendo. Quem aprecia livros paga por isso, ainda que torcendo o nariz. A existência desse mecanismo consegue evitar abusos no uso do poder econômico. Não sou a favor disso, entretanto também não sou a favor de dar mais poder a Walmarts e Amazons.
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