Ronaldo Lemos > Vivemos uma epidemia de solidão Voltar
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O modernismo, a aceleração de tudo, foram lançando as pessoas no isolamento e solidão. O bom relacionamento entre as pessoas requer amizade, aqueles encontros agradáveis com boa conversa e delicada consideração, se tornaram difÃceis, as pessoas quase não conversam, não dialogam, não permutam saberes. Dominam as falas pelo Whatzapp, mas isso não pode ser classificado como uma boa conversa.
As tecnologias da informação facilitam a comunicação entre as pessoas e possibilitam que elas se conectem instantaneamente independente da distância. Mas nem sempre fortalecem os laços sociais e a interação entre diferentes grupos e culturas. Outro aspecto negativo, seria o fato delas tentarem se apoderar do tempo livre/lazer, se a pessoa permitir.
40 anos de neoliberalismo, o cada um por si pregado diariamente, e a infosfera colocando o ultimo prego no problema de solidão.
Entendo que solidão e isolamento social são conceitos distintos. O isolamento social tem a ver com a rede de relacionamentos de uma pessoa. Há falta de conexões, de contato social/ familiar, de envolvimento na comunidade ou com o mundo exterior. Quanto a solidão, trata-se mais de um sentimento emocional ou subjetivo de estar só, independente da quantidade de contato social que alguém tenha.
PS: Ups! A minha resposta foi para Raymundo Lima.
Obrigada pelo retorno/explicaçao, José Eduardo. O meu comentário nao foi uma crÃtica. Noto que afinal entre os leitores da Folha estamos em um grupo interessante, quase todos dando explicaçoes úteis, em muitas das quais confesso que ainda nao tinha pensado.
Enaide: Posso estar acompanhado no elevador, durante uma aula, ou na igreja lotada de gente,mas sinto-me só. Será q você nunca passou por este estado psi? Há inclusive Solidão de Mulher Bem casada, conforme livro citado no meu comentário. Sentir solidão pode ser normal, principalmente na nossa cultura individualista e de grupos-tribos. Claro, deprimidos patológicos podem sofrer de solidão. Compreende?
Que estranho, se uma pessoa tem conexao, contato social/familiar e se sente só, entao solidao é uma doença muito grave, incurável!
Para o geriatra Paulo Duarte, a solidão e falta de conexão são “um fato de risco para outras doenças.”
No relatório da OMS está assim: "O isolamento social e a solidão são generalizados, com cerca de 1 em cada 4 idosos sofrendo isolamento social e entre 5 e 15 por cento dos adolescentes sofrendo solidão".
Segundo o geriatra Paulo Duarte (presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Estado de SP), o isolamento social se dá pela falta de conexão entre familiares, comunidades e sociedade, e não há necessariamente o sentimento da solidão. Para ele, “o isolamento social precisa ser combatido, já que ele é um fator de risco assim como a hipertensão, diabetes e obesidade”.
Solidão é sentimento, difere de solitude, estar sozinho.Posso estar acompanhado no elevador ou na igreja,mas me sinto só.Há quem prefere estar só do qmal acompanhado. Casados tem menos probabilidade d su hi cidar-se.Solteiros,viúvos,separados,sozinhos, a chance aumenta,alerta R.Cassorla. Em cultura d impaciência, individualismo, segregacionismo,aumenta a solidão;baixa vontade e capacidade d conversar, dialogar, d estar junto.
E nem falaram da perigosa solidão a dois.
Há um livro “A Solidão da mulher Bem-casada: um estudo sobre a mulher brasileira” de Belkis Morgado.
És um jovem ainda. Aguarde que o pior virá.
É nesse contexto que os introspectivos conseguem se sair melhor. Coisa gostosa ficar consigo mesmo, quanto mais tempo melhor. Às vezes, claro, o contato com uma ou duas pessoas mais próximas também é muito bom pra compartilhar coisas boas.
Como alguns colegas leitores, penso que o problema aumenta à medida que os smartphones aumentam seu poder e as redes sociais passam a ser quase que o único contato dos sujeitos com o mundo ‘exteriorÂ’. Mais uma prova da necessidade de regulação das redes, pois vai ficando cada vez mais difÃcil enfrentar a tirania dos biliardarios Musks, Zuckerbergs e cia.
Poi Zé, caro Ronaldo, e o contexto piorou demais as coisas. Eu não preciso mais do que caminhar até o espelho: a pandemia e a vivência da Era Bozozóica trouxeram-me um afastamento social que nunca experimentei igual em meus 54anos de vida.
O motivo da solidao deve ser muito diferente entre paÃses asiáticos e o Brasil. Nos paÃses asiáticos, além de muito conservadores (a escolha de um parceiro é algo complicado), as pessoas trabalham demais, e nao deve sobrar tempo para relacionamento. No Brasil, o problema foi criado e mantido pelos homens, que só querem "ficar". Na verdade, as solitárias sao, em especial as mulheres, o que é muito triste. Em tempo: Sou bem casada.
Resultado desses 40 anos de neoliberalismo, que preza para exacerbação do individualismo... acabaram todos os locais de contato e agregação social. Sindicatos, praças, clubes, partidos polÃticos... é cada um por si. Acho que talvez só as igrejas hoje sejam locais onde as pessoas se reúnem!
Exato. Mas os encontros em igrejas não resultam em relacionamentos, amizades, nem namoro. Cultos ou missas apenas um fala e os ouvintes somente ouvem, é proibido conversar e mesmo olhar uns aos outros. Portanto, igrejas são lugares para se ligar a Deus e não as pessoas. Arrisco afirmar, ainda, q encontros em igrejas faz aumentar a solidão(sentimento), embora faz-de-conta diminuir a solitude(ficar sozinho).
Muitos solitários procuram companhia na leitura de comentários.
Comparar os efeitos da solidão (ou de outros problemas) com o consumo de cigarros tira alguma credibilidade dos estudos. Existem pessoas que, a julgar por suas conclusões, estão mortas.
Em tempos de tantas redes, vários fios inexistentes ou cortados. Onde foi que nos perdemos como humanidade e comunidade?Temos aqui no Brasil, uma tecnologia social no modo indÃgena de ser: as interações fazem sentido porque são inclusivas.
Cada caso é um caso. No desterro, pode não haver tempo mental para apreciar o ostracismo ao redor.
As redes sociais e os celulares dão falsa ideia de conexão.
Realmente parece que o tecido social foi rasgado drasticamente, penso que muito por conta dessas maquininhas que no inÃcio disseram que iam nos conectar. Será que é possÃvel costurar de novo?
Aqui no Brasil, a solidão já não é diferente do relatado em outros paÃses. FamÃlia cada vez mais pequena, e uma grande lacuna entre os jovens e os velhos. Eu sou um velho, já não gosto mais de ir pro bar, porém gostaria de vez ou outra conversar com gente, coisa que tem ficado difÃcil por causa de diferenças polÃticas ou religiosa, até com os mais próximo. A tendência é o mundo entrar em colapso populacional. Eu já tenho dúvida se a humanidade alcance mais cem anos.
Eu também vivo esta situação, Adenor. Parece q as pessoas evitam ou desaprendem a conversar. O historiador inglês Peter Burke publicou um livro "A arte de conversar", q data uma época em que pessoas aprendiam conversar em Paris ou Londres. Não é um livro de auto-ajuda. Observo, ainda, dificuldade de conversar, diminuir a solidão, mesmo com pessoas com semelhanças politicas ou religiosas. Não se importam em conversar.
Você próprio poderia criar um grupo neutro, p.ex., excluir temas mais "quentes", como polÃtica, ou com pessoas que tenham uma visao parecida com a sua. Isso funciona muito bem na Europa.
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