Wilson Gomes > Lugar de fala é lugar de cale-se Voltar
Comente este texto
Leia Mais
não há nada mais identitário que um homem cis branco reclamando de mulher, bixa, viado, sapatão, preto, travesti...
Tudo deve ser de alguma forma culpa dos progressistas. Ah, se ao menos eles parassem com essas bobagens de militar por causas de grupos marginalizados e privados de poder. É tudo culpa do identitarismo, seja lá o que isso for para cada um (dependendo como se define, nacionalistas, separatistas, evangelicos, supremacistas, etc. são identitários hardcore). Será que o que acontece na mente de cada um é tão determinado assim pelas pautas de estudantes universitários e militantes de rede social?
Fica evidente o descompasso do discurso da esquerda e "mudernos" pensadores, da realidade conservadora do paÃs. A esquerda que, cada vez mais, perde espaço é desde já não será a favorita nas eleições de 2026, sempre age de forma contundente, para sermos educados, contra que diverge de suas "corretas" ideias. É tão reacionária e violenta, as vezes, com a extrema-direita.Uma pena.
Perfeito. O que gera desconforto é a violência de uma pauta identitária, que não raras vezes inclui a desqualificação ou pecha do outro. Argumentos articulados devem ser analisados e rebatidos. Mas isso tudo tem perdido o tom.
O fetiche das identidades é a última pá de cal em cima da esquerda.
O identitarismo veio para ficar. Assim como tantas outras pautas humanas foram, ao longo da história, incorporadas às leis e com o tempo, ao costumes. Contudo, para efeitos práticos imediatos e eleitorais, essa é uma questão que esbarra na tradição, no medo, na especulação, nas certezas absolutas de parte a parte. Essa tensão entre o que é novo e o que é tradicional vai, aos poucos, com o tempo, diminuindo até a normalidade. A fase é, portanto, de conflito e assimilação.
Identitarismo é a arma de quem não tem conteúdo sobre a divergência. Uma forma de se impor sem ter razão, só uma narrativa.
Perfeito. Eu já comentei algumas vezes que o mimimi não dá votos, muito pelo contrário. Pena que os tais progressistas não leem sua coluna. 2026 taÃ.
A constituição já fornece direitos a todos os brasileiros e benefÃcios a quem tem incapacidade de trabalho por deficiência fÃsica e/ ou intelectual. Quem quer benefÃcio por identidade deve ser combatido nas urnas. Identitarismo cria desigualdades que ferem princÃpios da igualdade de direito, uma base da democracia.
A constituição já protege brasileiros independe mente de identidades. Cumpra-se a lei e que os serviços cheguem em boa qualidade e quantidade conforme a arrecadação. Ninguém deveria ter vantagem por cor, nem sexo, nem qualquer outro atributo identitário. Deixemos esses benefÃcios para quem precisa: pessoas com deficiência fÃsica e/ou intelectual e perda de capacidade para trabalhar.
O identitarismo vai para a lixeira pois é antidemocrático. E de quebra vai ajudar a Kamala Lula deixar o poder.
O identitarismo virou o "inimigo objetivo", a causa de todos os males. O buraco é mais embaixo, é tudo muito mais complexo.
O cara fala como se o bolsonarismo ou trumpismo mão fossem, por definição, movimentos polÃticos identitários. Quantas vezes o Jair disse que o Brasil era cristão e bla bla bla?!
Na verdade ele cita sim, que quem se faz valer com assertividade de um identitarismo são os partidos e polÃticos da extrema direita. Ele não descorre mais sobre isso, mas ao meu entender ficou claro esse posicionamento.
Nossa. Chegou o mesclo que não sabe interpretar um texto!
Como disse Salman Rushdie sobre a educação e os esforços que muita gente faz para calar quem pensa diferente: "Universidade/Academia deve ser um lugar seguro (safe space) para o pensamento (for thought) não de pensamentos (from thought)"
Identitarismo, cultura woke, teoria crÃtica da raça e coisas do gênero são pragas que diversas instituições brasileiras importaram sem nenhum filtro. Tais pragas são sectárias, insensatas, altamente agressivas, anticientÃficas (a Biologia é a mais agredida) e paranoicas (têm mania de enxergar maldade e racismo em tudo). As universidades públicas são as instituições mais suscetÃveis a essas pragas. Mas elas também estão presentes na imprensa.
Viva o sujeito universal, essa pobre vÃtima dos identitários. Para que representatividade se somos todos iguais, não é mesmo? É pra se pensar, professor. O senhor é mesmo muito inteligente. Obrigado por iluminar minha manhã, nobre representante do espÃrito absoluto.
Excelente artigo, Prof Wilson!
Mais uma excelente análise de Wilson. A diversidade e espaço para todos contempla ideias e conversas com pontos de vista diferentes. O identitarismo é tão nocivo quanto qualquer extremismo. Lutar pelos seus direitos não implica em lutar contra outros direitos. A luta pela inclusão é mais do que justa, mas ao se apoiar em práticas ditatoriais dá um tiro no pé. Uma sociedadade doente é cheia de donos da verdade.
A impressão que tenho é que o identitarismo quebrou ou ao menos deu forte ajuda à quebra do movimento geral dos trabalhadores - não estou falando em mero sindicalismo. Se a luta de todos por uma repartição mais justa do bolo, por mais dignidade, é substituÃda por uma infindável coleção de demandas especÃficas, a coisa não pode funcionar bem, mesmo que cada uma destas tenha base em duras realidades. Talvez o problema esteja mais na forma que os "porta-vozes" dos movimentos se manifestam.
Seu Wilson, que Vossa IlustrÃssima Mercê me perdoe, mas tenho que fazer um contraponto: não tenho dúvidas de que a luta por direitos e civilidade seria melhor se feita de modo amplo, abrangendo qualquer indivÃduo, e não "minorias" especÃficas. Agora, como fazê-lo na prática? Porque mulheres, pretos, gays, trans e quaisquer gentes esquisitas, continuam a ouvir barbaridades, levar tabefes, ser mortos. Não é achismo, é estatÃstica descritiva. Lutem na universidade pela liberdade de discurso. Lutem.
Também não tenho problema em respirar perto deles. O problema é que os identitários vêem crime ou preconceito em quem pensa diferente deles, embora respeite o seu modo de vida. Quem discorda, mas respeita e não persegue é colocado no mesmo saco de alguém que agride verbal e fisicamente. Por isso estão perdendo força no mundo todo. Estão vendo chifre em cabeça de cavalo.
Poi Zé, prezado Luiz, é justamente esse o ponto: não tenho ideia de como fazê-lo - muito menos o articulista propõe uma forma disso se dar de maneira melhor do que a atual. Todavia, a despeito de eu não ter essa imaginação polÃtica, ao contrário do nosso colega Pedro, eu respiro ao lado de preto, marciano, mulher, cães e gatos, gays e habitantes de universos paralelos sem problema algum, nada disso tira meu fôlego.
"Gentes esquisitas" Pronto,arrumou confusão e dividiu a esquerda ainda mais...kkk Eis um poeta!!!
Não entendeu nada! Do jeito que as coisas estão, respirar perto de alguém da minoria (especialmente sexual) pode ser encarado como preconceito. Esse é o ponto.
Marcos, não foi disso que o Wilson Gomes estava falando. A luta há de ser travada, mas a forma atual parece não estar dando certo...
O colunista é pródigo em elogios e vai acabar dando bom dia a cavalo. A Sandra Coutinho é apenas uma singela correspondente em Nova York, nunca uma comentarista e compará-la a Demétrio Magnoli ou a Merval Pereira, Arthur Dapieve ou a Gabeira beira a irresponsabilidade, pois são criaturas distintas. Quem também deve ficar frustrada com esse tipo de comparação é a veterana Dora Kramer.
... 'lugar de Fala' é uma ponte para 'Que eu fale e que tu te cales!'... Quem evoca o 'lugar de Fala' planta no outro as sementes que germinam e crescem rápido, trepadeiras que drenam tudo lá dentro. Dâ um tranco no outro e uma satisfação no evocador, aquela satisfação de quem deu uma partida no carro. O evocador inicia o deboche quando outro cede, masoquismo do Vencedor-cafajeste!...
... é um chaves mágica de lÃnguagem!... Veja só a imagem: ... Um capitáo-do-mato usando voz de comando para o escravo! O escravo, ou se cala e ou corre ou fica de joelhos e aceita a sina, o fado!...
Parabéns! Que artigo preciso !
O pior que o identitarismo deu poder ao identitarismo religioso, moral muito mais forte que todos os outros. Se esse é o jogo, então a carteira identitária dos conservadores ganha de lavada. Essa galera não sabe jogar nada
Poi Zé, cara Joana, creio que vamos em direção semelhante, reclama-se de barriga cheia, ao menos historicamente: quem levou durante séculos e agora não quer mais levar, é o "identitário que atrapalha a brincadeira". Sei não, mas me parece simplório.
"Lugar de fala" meus dois ovos. Frescura do caramba...
Veja bem, como eu sou nordestino, ninguém pode criticar o forro, a tapioca ou a castanha de caju, só nos os nordestinos, há se eu pego alguém criticando meu lugar de fala. Progressista!!!! Deus me livre!!!!!
Sorry... bronca que o Obama deu no eleitor negro masculino acusando-os de machismo se não votarem na Kanala. Sério? A analista branca estava concordando com o Obama. Ela tem lugar de fala para criticar homens pretos?
A maioria dos homens eleitores não quer admitir que não vota em mulher por machismo, misoginia. Aà arranjam desculpas: a economia (ela tb é economista). E a economia não está em crise enorme, depois da pandemia as coisas mudaram, mas os especialistas dizem que não está ruim como falam. Os homens negros buscam argumentos para não eleger quem mais se identifica com eles. Não precisa ser homem negro americano para falar sobre a eleição. Os brancos erram como eles.
Infelizmente o identitarismo corroeu o pensamento crÃtico das pessoas.
Muito lúcido. Progressistas perderam direito a esse tÃtulo e os identitários se mostram os neofascistas, fascinados com a própria narrativa (narcisistas que fariam inveja a Stálin e Mao, no fundo, inseguros de suas idéias). Pena transformarem grandes causas em forragem da direita.
Análise beirando ou assumindo a misoginia, em especial sobre a jornalista. Ela falava sobre as dificuldades que só mulheres passam nas profissões e foi interrompida mais de uma vez pelo "sabe-tudo". Ela disse que tinha lugar de fala (é mulher) e ele disse que também, por se analista. Como poderia sentir o que só mulheres sabem? Ele debochou dela, que reclamou. Não é identitarismo, é o desrespeito diário que mulheres, até as brilhantes, sofrem com homens pequenos. O cale-se veio dele.
Te amo, Leonilda.
Leonilda, minha cara, você está certÃssima, creio. "Lugar de fala" não é um lugar de interdição do outro, mas de quem tem uma certa vivência na carne. A questão é que, se eu sou motorista, e um que não o é desqualifica a minha angústia com o trânsito e sua violência, esse é o desrespeito com o "lugar de fala" - este não é um "lugar de autoridade", mas de quem experimenta uma perspectiva social especÃfica. E que não deve nem ser ela interditada, nem obliterar outrem.
A quem disse que não vi o programa, Demétrio, pra variar, interrompendo mulheres. Ela perguntou a ele se ele era mulher para ter lugar de fala. Óbvio. Homem dá à luz para falar sobre dor do parto? Faz o favor. Brancos ou brancas podem defender negros que sofrem violência, sim. Quem é contra o racismo deve defender quem sofre o preconceito. Não falar como se fosse ele ou ela a agredida, aà não. Parece conversa de maluco. Defender o humanismo não faz de alguém usurpador de fala.
Acho que a Sra não assistiu ao programa citado pelo analista. O Demétrio não concordou com a bronca que o Obama deu no eleitor
Wilson, Antonio Risério tinha razão. O identitarismo é coisa importada dos EUA. Mas os esquerdinhas acham isso lindo.
Leonilda, não irei discutir um comentário construÃdo com palavras de ordem ressentidas de assembleias sindicais.
O preconceito, a misoginia foram importadas pela direita de onde? Da Alemanha, dos EUA mesmo tb, da extrema direita europeia? Aqui sempre teve racismo, misoginia, e os direitinhas acham ótimo poder ofender à vontade sem ir para a cadeia. Que vida boa, não? Então, quando a lei ajuda os aviltados, a direita odeia, quer só para si tudo de bom na vida, o resto que se dane, como diz o fantoche de SP: "tô nem aÃ!". Defender a própria vida é coisa importada, viver com dignidade também?
Eu me considerava um eleitor de esquerda, ou de centro-esquerda. Hoje, voto contra o identitarismo, seja lá na bandeira de quem esteja, e tanto faz como me rotulem. E, como eu, muitos outros, embora mantenhamos alguma discrição. Que a direita tome o poder, elimine por completo esta pauta, para que uma esquerda universal e construtiva possa renascer. E renascerá, considerada a inevitável opressão econômica e polÃtica com a direita no poder. Arriscado? Mas vale, se encerrar esta pauta nefasta.
Leonilda, não gosto de golpista, aliás não aceito, e quem manda os outros e outras se calarem é em geral uma pessoa imperativa, tendente ao pequeno fascismo, como são os identitários. Fraternidade talvez seja a palavra que você está procurando, ignorada por quem tem ódio. Eis aà como penso, e parece que pensamos de maneira parecida.
Como o autor do texto, não quer que mulher negra ou homem negro possam ser mais eloquentes. Os da direita, sim, podem gritar alto seus preconceitos e todos que fiquem quietos, mulheres, então, nem pensar. Como pode? Se não se pode defender o direito de uma mulher falar sem ser interrompida, o que é isso? Volta à Idade Média? E quem gosta de golpista, realmente precisa manter discrição porque é o fim da picada. Falta humanidade e sobra desinteresse pela dor do outro.
Parece que lugar de fala é um lugar onde eu só posso ficar ouvindo, em silêncio, o que o portador do lugar de fala tem a dizer. Não parece ser um lugar democrático. Como Sócrates poderia sugerir uma intervenção? Acho que nem ele teria lugar de fala nesse monólogo enfadonho.
Prezada Leonilda, entendo que alguém que sofreu assédio possa falar com mais propriedade do que quem não sofreu assédio. Mas não é motivo para sua fala ter exclusividade. Ela interdita o debate agindo assim. O diálogo fica restrito aos iguais. Não contribui para o movimento. Fica calado para não ser atacado e cancelado por muitos que gostaria de defender.
Lugar de fala de mulher, por exemplo, você não tem. Não é mulher. Pode discordar, mas não interromper, fazer gracinha etc. Monólogo enfadonho é o vazio da cabeça de quem só pensa em si mesmo.
Professor, texto brilhante, como sempre
Bem longe disso.
O identitarismo é a única coisa que mantem a esquerda viva no paÃs, ô burrinho.
TÃpico de quem gosta de falar sozinho, só o seu ponto de vista, interrompendo o outro ou outra e se achando o pai da matéria, mesmo quando o assunto está longe de seu domÃnio. Burro é quem faz que não entende.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Wilson Gomes > Lugar de fala é lugar de cale-se Voltar
Comente este texto