Ruy Castro > Cultura para cafonas Voltar
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Este quadro ter sido assinado por Picasso não muda absolutamente nada. É hor-rÃ-vel.
Eita q
AÃ, é caso de novo rico sem cultura. Uma conhecida comprou uma casa num bairro classe A, nunca me convidou para ir, e pontificou: tem uma estante com cinco metros de livros. Achei absurdo alguém se referir a livros em metros. Em casa, à época, tinha uns dois mil livros, segundo a defunta mãe, então viva, que contou.
São todos hidiottas aÃ: decoradores e clientes desses decoradores.
O "cafona" da coisa é o de menas, carÃssimo: e a burrrice implÃcita/ explÃcita nessa desadorável escolha? Nem digo do meu conversor de voz em texto, que se nega a transcrever a palavra cafona: é pau-mandado de algum moralista extremo, o que é, digamos... cafona. Sei que dá pra desligar, mas tenho uma pregui de lidar com burrrice... Mais ou menos como a sençura da phôia: estou certo de que as reticências ou o "pau-mandado" levarão esta mensagem ao pau-de-arara, mas tô com pregui de deformá-los.
Devo admitir, não levaram. No entanto, é uma exceção absoluta: a burrrice aqui campeia solta, desavergonhadamente cafa. (Ah, nem havia percebido que deformei a burrice com três erres, de tão acostumado com essa manobra. Ao ditá-la agora, o script sençurolóide pegou-a no flagra. Soda-fe, script, deformo-a)
Infelizmente, inexiste disciplina de sensibilidade. Cultura é um longo processo que culmina na polidez.
Tudo passou a ser avaliado estritamente do ponto de vista de uma forma deformada do que até então se considerava estético. Pessoas, opiniões, moda, entonação, neologismos, pets, cirurgias plásticas, relacionamentos, malandragem, sons, tatuagens, design, etc. Não tem mais essa de que tem gosto pra tudo. Só tem pra isso.
Hahahahah, dedo no'zóio!
Ha 50 anos passados, um amigo bebum pediu-me para ficar com uma colecao de postais com mais de 100 anos. Expliquei a ele o valor que realmente aquilo valia e que não poderia comprar. Insistiu, explicando que sua mãe estava acendendo com eles. Dei-lhe 20 cruzeiros, estão comigo até hoje. Não os vendo por 1 milhao de reais.
Fiz licenciatura em arte-educação. O propósito não era "ensinar arte". Mesmo com ênfase em artes plásticas, dramaticas ou música, meu caso, o objetivo era engajar o discente no consumo da arte com senso crÃtico. Esses consumidores de lombadas de de livros são, a meu ver, a excrescência.
Por essa e por outras coisas, um professor universitário paulista doou todo seu acervo a uma instituição portuguesa.
"Estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós estamos olhando para as estrelas" Oscar Wilde.
Por mim, um gigantesco asteroide seria muito bem vindo. Se bem que um buraco negro passando pela vizinhança do sistema solar seria melhor ainda. Sugava tudo de uma vez em questão de segundos. Chega dessa lerda!
Eu voto pelo asteróide, Miguel: é mais emocionante e resolve tão bem quanto o buraco negro. Ainda não deu tempo do AlmÃscar selvagem colonizar Marte, não é necessário estragar o resto da obra do Big Bang. Estourar a Terra do Bang-bang já basta, meu caro. Hahahahah!
Que dor.
Guy Montag, personagem de Fahr enheit 451, que tinha por tarefa at ear fo go em livros, é agora substituÃdo pelo decorador que lhes abduz o conteúdo para usa-lo como enfeite. Trata-se de uma variante não ince ndiá ria do bombeiro da obra de Ray Bradbury, retratado no cinema por François Truffaut. E sem o risco de inc inerar o entorno. Ao menos.
Isso é que é comentário de coluna RuyCastrense, Homi! Um salve aqui do inguinorãte da roça!
É a profecia Nelson Rodriguiana se confirmando: os idiotas vão dominar o mundo, e não será por competência apenas por uma questão numérica!!
Já estou sentado no meio fio, triste realidade. Pensar saiu de moda, vai sendo trocado pela ostentação de ignorância.
E o pior: continua o aumento da população em progressão geometrica...
Exato, que haja uma horda de minions é prova disso
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