No começo do século XIX "...a estrutura social era tradicional e a população em grande parte indígena ou descendente de escravos": o "tradicional" aí omite que as populações indígenas e os africanos escravizados, em toda a América Latina, foram objeto de extermínio e de apartheid pelos colonialismos português e espanhol desde o "descobrimento", ambos em decadência econômica e política, estagnados e avessos à industrialização. Essa a raiz do atraso latino-americano.

Pertinentes e oportunas as observações de Bresser-Pereira. Algum debate já se estabeleceu em torno da tese de Caio Prado e a abordagem institucionalista dos novos nobeis. Não tenho registro de qualquer crédito do trio em relação às ideias de Caio.

Lúcida e importante análise. Sabemos que o Nobel não é uma premiação desinteressada e que se mantém firme em territórios do norte. A questão colocada por Bresser-Pereira faz todo o sentido.

A academia do Nobel até hoje deve uma premiação aos economistas pais do plano Real!!

Muito importante o destaque que Bresser dá à história e à sociedade civil. No entanto, as instituições não se limitam às organizações públicas e privadas. A história é o construto da formação social, que define costumes, leis e comportamentos, também considerados instituições na economia institucional.

É o dilema de tostines: as instituições são deficientes porque as estruturas sociais concentram riqueza e poder, ou as estruturas são assim porque as instituições são frágeis? O fato que que há alguns exemplos de países americanos com revoluções sociais: Haiti, México e Cuba. O fato de terem fracassado em se desenvolver sugere que no mínimo não basta mudar as estruturas sociais. É preciso um regime que proteja a propriedade, e estimule o comércio.