Ruy Castro > Livrarias de portas abertas Voltar
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Eu nao compro nada na Amazon ou pelo internet, um dos meus passatempos favoritos é frequentar livrarias e comprar,quero que continuem abertas, assim como sorveterias e outros pequenos negocios em lojas de tijolo e cimento!
Ainda bem que temos o Ruy pra jogar luz nesse assunto, porque se deixarmos com o time do caderno de mercado, são somente as regrinhas da Faria Lima nos artigos de opinião.
Disse tudo, Ruy!
Não comentarei em protesto à censura da Folha sobre meus comentários passados, apesar de não serem ofensivos e não desrespeitarem as normas deste jornal.
Boa parte dos livros que mudaram e continuam mudando minha vida foram adquiridos na pirataria e lidos virtualmente.
Gabriela, não serei eu a condená-la: comecei a pagar pelos softwares que usava só muito tempo depois de começar a fazê-lo. Música, tinha a seguinte polÃtica: baixava impiedosamente os fonogramas que as gravadoras não mais deitavam, privando-nos de maravilhas. Livros, pirateei-os muito pouco, já que os sebos sempre me encantaram. Mas é sempre bom pagar a quem os cria, pense nisso quando puder fazê-lo (pagar, digo, pensar parece que já o faz).
Comprei muitos L.Ps. na loja do Mário Gabbay. Só raridades de big bands e cantores de jazz. Uma pena que teve de fechar a Marché. Sinal dos maus tempos. Lá também encontrávamos os amigos colecionadores. Era uma festa...
Ruy, a lei que estão tentando aprovar não ajudará as livrarias fÃsicas. É uma proibição de descontos, no primeiro ano, para os livros que são lançamentos. Só que o leitor brasileiro não liga para lançamentos; ele põe o livro na lista de desejos da Amazon e consulta frequentemente, até encontrar o preço que considera acessÃvel para o seu bolso. A tendência é os lançamentos ficarem nos estoques das livrarias ou em galpões, com os custos adicionais de armazenamento.
Excelente análise.
Cidades pequenas e médio porte não há livrarias. Não há cinemas, nem teatros. Mas há inúmeras igrejas,pra doutrinar pessoas ou reforçar fanatismo religioso. Cultura e conhecimentos sistemáticos no Brasil sempre foram desprezados, principalmente pelas elites, agora pela extrema-direita visa doutrinar pessoas pelas redes antsociais e algoritimos. Povo sem livros, sem boas escolas, sem cinemas, sem bons filmes nas tvs, Viva a ignorância! Viva povo rebanho fácil enganado pelos politivos populistas.
Putz, essa é de chorar, meu caro. Convivo com algumas quebradas e é exatamente isso. Pra essas localidades, as livrarias e sebos online prestam um servição, literalmente inestimável. E, pra quem tem bala pra uma boa conexão, também os serviços de streaming dão acesso a bons conteúdos - desde que se possa pagar por um Mubi, um CurtaOn ou qualquer serviço melhorzinho. Todavia, tudo depende de grana, e em pequenas cidades isso também é escasso.
A rentabilidade do livro é infinita. Depois de lê-lo, você pode passá-lo pra outras mãos.
As Americanas, da trinca Lehman, Sicupira e Telles, promoveu fraude de 25 bilhões de reais, gerando a maior recuperação judicial já ocorrida no Brasil, com dÃvida estimada em 51 bilhões. E a trinca segue como o presidente da República, Soltinha da Silva, sem tornozeleira eletrônica. Varejo brasileiro virou outra excrescência, que controla e sufoca a indústria faz muito tempo.
O livro deve ser valorizado (seu preço também), assim como toda a cadeia do livro. Cabe apontar que há diferenças entre grandes redes e pequenas livrarias de rua. Também há pequenas editoras, sustentam novos autores, revisores, designers, gráficas etc., que financiam todo tipo de livraria quando vendem (em consignação e recebem com quase meio ano de atraso). Nestes, é o mais vulnerável financiando o mais poderoso.
Eu me importo, Ruy: dificilmente vou a um restaurante no qual pago cenzão pela minha comida (duzentão pelo casal, portanto). Gosto de comer, gosto de cozinhar, minha amada idem a ambos; gosto de escolher os ingredientes, e, assim como os valorizo, trato-os com o devido respeito. Já percebi que não é fácil comer melhor em restaurante do que em casa, de uma sopinha de entrada até o espresso. Continuo meio pão-duro com livros novos, mas não tomo minha grana em comida maiomêno, não!
Concordo, Marcos. R$100 por um livro vale muito mais que um jantar.
Eita, descorretor, *não torro*! Mas realmente não "tomo", de fato: também o vinho é, usualmente, desproporcionalmente caro em restaurante.
Ruy , o mesmo aconteceu com o supermercado matando a padaria,o açougue,a peixaria e loja de frutas.
Vital Romaneli Penha,bem lembrado, , nesses negocios pequenos as pessoas se encontravam frequentemente, batiam papo, sabiam o que ocorria na cidade, no bairro, etc Nos supermercados vemos as pessoas correndo de um lugar para outro, apressadas, sem tempo para ver as pessoas ao seu redor.
Sim, Paulo. Não precisa ser marxista para concordar com muitas das análises que Marx realizou. Marshall Berman tem um livro chamado justamente “Tudo que é sólido desmancha no ar”, em que interpreta essa frase e mostra como nossa sociedade se renova o tempo todo por meio da destruição e substituição das estruturas antigas.
Bom? Ruim? Já dizia Marx, sobre a evolução do capitalismo: “tudo que é sólido desmancha no ar”.
Sim, Paulo. Não precisa ser marxista para concordar com muitas das análises que Marx realizou. Marshall Berman tem um livro chamado justamente “Tudo que é sólido desmancha no ar”, em que interpreta essa frase e mostra como nossa sociedade se move o tempo todo por meio da destruição e substituição das estruturas antigas.
E Marx tem acertado ?
Estamos em um paÃs com poucos leitores. A lei em tramitação congela os preços de lançamentos, possibilitando descontos de no máximo 10% por 1 ano. No melhor dos cenários, essa lei iguala o preço desses livros. Portanto, o leitor ainda pode optar por comprar o livro na Amazon e recebê-lo em sua casa. A lei não auxilia as livrarias de bairro, não ajuda as editoras e tampouco facilita a vida dos parcos leitores. Tenha dó de nós! Deixe que os abastados paguem mais e os pobres escolham.
Concordo, Lucas. A tendência será os lançamentos ficarem encalhados nos estoques das livrarias ou em galpões. A Amazon, que não depende só da venda de livros, poderá suportar uma baixa na compra dos lançamentos. Já a livraria fÃsica, dificilmente. Por sua vez, o leitor da cidade pequena onde não há livrarias, se quiser, precisará pagar mais caro pelo lançamento. Em outras palavras, ele pagará mais caro para ajudar livrarias que sequer estão na cidade dele. Me parece um projeto de lei ruim.
Obrigado, Rui, seus textos magistrais aqui publicados, nos remetem aos grandes Oto Lara Resende e Rubens Braga..., você é luz nesta 'folhinha-baba-ovo pro bozo e sua rede de id-io-tas como o primeiro que aqui se manifestou! Vida longa meu caro!
Nada a ver. Se fossemos por essa lógica ainda estarÃamos lendo manuscritos feitos por copistas. A invenção da imprensa barateou a atividade da leitura e desvalorizou a caligrafia, e daÃ? As lojas são apenas intermediárias entre autor e leitor. Mas é verdade que para quem não tem o hábito de ler livros, tanto faz custar 200 ou 20. Nem de graça ele vai ler.
Ô Cardoso ... "Nada a ver" é muito forte... Nada a ver!
Papo paralelo. Viajando de BrasÃlia para Campo Grande sentei ao lado de um lÃder de banda country com um grande chapelão branco. Na conversa perguntei sobre a proporção de disco pirata comparado com o disco original vendido. A resposta foi de 17 piratas para um original. Lamentei, mas para surpresa minha ele achava ótimo, como promoção dos shows, onde ganhava dinheiro.
E tem o ambiente da livraria, a chance de topar com um livro interessante que você nem estava procurando. Muito triste ter que comprar livros pela Internet.
Cara Carla, e tem os sebos: eu acho uma delÃcia encontrar as coisas mais inesperadas, quando não bizarras. E gosto muitÃssimo de encontrar anotações dos proprietários anteriores, acho uma riqueza. A estante virtual pode ser ótima, uma facilidade, tem sebos de todo o canto; mas nada como uma visita à livraria, não? Ao menos, pra quem gosta de fuçar.
A tecnologia de informação está destruindo muitas coisas, inclusive os livros, as livrarias, as revistas e os jornais impressos.
Paulo Roberto, tudo muda, o que não significa necessariamente que evoluam.
Tudo evolui.
A indústria de carroças foi à breca depois da invenção do automóvel. Não tenho a mÃnima noção do que é viajar de carroça mas bom não deve ser. Talvez as próximas gerações digam: Noossa! Eles liam livros impressos em papel.
Luiz, Olha a nossa colega Gabriela, lá em cima: digitalizada até o caroço!
Bem, prezado Luiz, se as pessoas continuarem a ler, ainda que em dispositivos eletrônicos (sem a impressão), tá bem bão. Afinal de contas, reconheço que esse negócio de plantar um monte de árvore só para produzir celulose ali adiante, com não pouco custo ambiental, é meio (cada vez mais) complicado.
Luiz Carlos, livros impressos existem há séculos (manuscritos existiram por milênios) e constituÃram uma experiência fabulosa, além de produzirem obras de arte maravilhosas, desde os livros até à s bibliotecas. A verdadeira leitura é constituÃda de forma e conteúdo, não apenas deste ultimo, que é o admirável mundo novo que você acha que está chegando.
Ruy tem um pouco de razão, apesar de falar do alto de sua posição de quem pode pagar R$100 por uma janta... O capitalismo selvagem da Amazon, e de outras tantas por aÃ, está, sim destruindo parte do que constituÃa nossa sociedade. Ir até a loja, conversar com pessoas pessoalmente, e caminhar com objetivo que não o de "emagrecer ou manter a boa forma", mas o de providenciar algo que tenha em alguma loja, são coisas que estão desaparecendo e que alterará nossa estrutura fÃsica e mental.
A questo no é o mais barato, o mais caro. Mas combater o monopólio, e mais importante ainda é ler.
Assim, pague- se mais caro por algo q pode ser mais barato. O amigo do rc precisa! Este cara já deu o q tinha de dar. Até naquilo de q ele entende. Por q não te calas?
Ah, tenho certeza de que a Paralela tem aà excelente freguês.
Luiz e como vc é rudezinho de inteligência. A Brasil paralelo já faz parte do meu portfólio. O rc vai deixando de fazer.
E por que vc não vai ser cavernÃcola em outra freguesia?
Paulo, como você é pobrinho... Espero que seja só de espÃrito, porque se for também de grana, a sua desgraça é insuportável. Pensando bem, talvez não, por nada ter consciência deste fato. De qualquer modo, lhe aconselho a não ler o Ruy, mas as obras do "Brasil Paralelo", que são baratinhas...
Já visitei várias bibliotecas e livrarias fÃsicas históricas e famosas. Turismo e saudosismo apenas.
A questão é que, de fato, existem pessoas pobres que não podem pagar por livros caros. No Brasil, a Amazon veio democratizar essa questão. Livrarias com livros caros só vão ser frequentadas, em sua maioria, com quem, como disse o autor, não liga de pagar 100 reais em um prato de comida e esquecer algum tempo depois.
Faço parte do grupo de pessoas que estudou e vem acompanhando a lei há tempos. Sou consumidor, mas atento também ao polo de produtores: organizações sindicais, coletivas e afins apoiam em peso a lei. Aliás, isso vale para grandes, pequenas, médias livrarias e editoras, também aquelas independentes. Mas o debate público tem sido pÃfio. Leitores só querem saber de consumir mais, e não de criar uma boa estrutura de mercado para que haja uma competição saudável no plano econômico.
Victor, apoio toda iniciativa que promova o livro e a leitura. Livrarias são uma parte importante da cadeia. Mas acho que a lei não foi muito discutida. Há uma grande diferença entre redes e livrarias de rua. As pequenas editoras independentes são tão vulneráveis quanto as peq livrarias e têm de vender, muitas vezes, em consignação, para receber quase meio ano depois, mesmo para grandes redes (são pequenos editores e autores financiando a grande rede tbem). Isso não foi discutido.
Senti a falta das pequenas livrarias quando, ontem à tarde, visitei a Festa do Livro da USP; que está dando, pelo menos, cinquenta por cento de desconto nos livros. Havia uma multidão de pessoas, e carros demorando para estacionar. Comprei um livro de quinhentas páginas por46 reais. O livro fala da impossibilidade de modelos computacionais substituir a mente consciente usando o teorema de Gödel; abarca sistemas top-down e bottom-up de inteligência artificial. Livro barato!
Eita, Vito, primor mêmo é Vossa IlustrÃssima Sapiência, viu? Ô sujeito sabido e bem relacionado, preciosidade aqui nessa Ãgora. Salve, carÃssimo!
Ah, meu caro Marcos. Sim, a editora Unesp é um primor, é mais dinâmica que algumas outras. O Jézio Hernani Bomfim Gutierre é diretor-presidente. Um colega de pós-graduação participou da banca dele de mestrado e depois ele foi fazer doutorado em Cambridge. Eu preciso falar com o Jézio para poder traduzir alguns clássicos da ciência que não têm tradução em português. A editora Unesp está de parabéns!
Ah, Vito, a editora da Unesp é um primor. Tem tÃtulos ótimos e, todo ano, faz uma "queima" excelente. A quem se interessar, basta cadastrar-se para receber as notÃcias da editora.
Prezado Fernando, "Sombras da Mente" de Roger Penrose, da editora Unesp. Roger Penrose trabalhou com Stephen Hawking na Universidade de Cambridge, é um fÃsico matemático de primeira ordem. O tema é polêmico; mas foi Penrose que desenvolveu a matemática para Hawking calcular coisas para os buracos negros. Penrose diz que os citoesqueletos dos neurônios e microtúbulos são fundamentais para uma nova computação e podem ter acontecimentos na fronteira da fÃsica clássica e a fÃsica quântica.
Por favor, qual o autor e tÃtulo do livro? Obrigado.
Impecável! Eu faço questão absoluta de frequentar livrarias, o que não é um trabalho a ser evitado, mas um prazer a ser desfrutado. Quando o livro só está disponÃvel em sites de venda, faço questão de comprar num site de livraria. Amazon ou grandes lojas de varejo, só quando não tem jeito mesmo. É mais caro? Sim, um pouco. mas a vida não pode ser um eterno pechinchar.
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