Mirian Goldenberg > A revolução da bela velhice: projetos de vida e a busca da felicidade Voltar
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A ilustração da Claudia Liz é mais que uma mera ilustração que acompanha o texto.
"Não escrevo para me curar, pois não acredito em cura de uma dor tão dilacerante". Aà você expressa a situação vivida por todo "enfermo", pois este não sabe se a "cura" prescrita vai funcionar. É um risco que ele/ela corre, pois sempre há uma boa margem de incerteza em toda profilaxia. Pode haver rejeição ao tratamento, uma resposta insatisfatório do organismo etc. Toda forma de cura demanda ao "debilitado" que arrisque a própria pele!!
Dizer "cuidar, amar e abraçar a menininha invisÃvel para que ela consiga sobreviver em um mundo de violência e miséria afetiva", talvez seja um gesto prudente (cuidar do bem-estar) de alguém que não subestima a aleatoriedade e que reconhece que a incerteza é algo presente, (pouco) desejável e necessário para alguém evoluir.
Lembre-se de que você é um cisne negro. Minha ideia do sábio estoico moderno é alguém que transforma medo em prudência, dor em informação, erros em começos e desejos em realizações. Esta é a ilusão central da vida: que aleatoriedade é um risco, que é uma coisa ruim. (Nassim Nicholas Taleb)
O cérebro humano tem a tendência de acreditar que eventos não acontecem ao acaso, daà não lidar bem com aleatoriedade. Nenhuma profilaxia está livre das assimetrias do organismo humano e de outras contingências. Apesar da habilidade do especialista e da qualidade do "medicamento", nenhuma "cura" está livre do acaso. Nenhuma pÃlula da felicidade escapa à aleatoriedade da vida. Afinal, desprezamos que há o improvável, que as incertezas são a regra e que somos facilmente iludidos pelo acaso.
No livro Felicidade Não É a Cura, o psiquiatra sueco Anders Hansen diz: "Muitos equiparam a felicidade a um sentimento positivo. Veem a felicidade como um estado constante de prazer e contentamento, enquanto, nas pesquisas, a felicidade é muitas vezes definida pelo nosso grau de satisfação com a direção que nossa vida tomou. Dessa forma, a felicidade pode ser vista mais como ter um senso de propósito a longo prazo do que se sentir ótimo constantemente... (continua)
...Se você concorda com essa definição e quer fazer o máximo para ser feliz, acho que a melhor atitude que pode de fato tomar é ignorar a felicidade. Sim, esqueça-a! Quanto menos nos importamos com isso, maior é a chance de encontrá-la".
Você já notou que toda pessoa parece carregar uma mochila às costas, onde há crenças, aversões, preferências, manias, temores, desejos, lembranças boas/ruins, êxitos, fracassos etc. Mas por estarem emocionalmente apegadas tanto ao que trouxe satisfação quanto ao que causou sofrimento, não conseguem torná-la mais leve. E, para piorar, continuam acumulando mais itens. Assim, o peso só aumenta!!
Verdade
Talvez, para diminuir esse forte apego, ajudaria: Questionar por que certos itens ainda precisam ser carregados? Ou identificar aquelas condutas/ações que mantêm/aumentam o peso carregado? Ou abordar tudo como um aprendiz que não busca a sua verdadeira identidade na mochila? Ou ainda adotar uma modo de vida simples, que leva a agir com simplicidade diante dos desafios, deixando de guardar tudo que surge na mochila?
A maioria das pessoas passa pela vida sem conhecer outra felicidade que não seja fugaz, aquela que depende de algo, de alguém ou de um evento - a felicidade condicional. No entanto, há uma outra felicidade que não depende dos resultados efêmeros que surgem no fluxo da vida, mas da atitude em relação a tudo o que a vida traz - em simplesmente permitir que tudo seja exatamente como é, de momento a momento.
Pôxa, Eduardo, ocê foi mais rápido e proliquiço do q eu nos comentários. Deixa um tiquinho pra nóis escrevê.
Concordo em tudo! É aquilo que muita e muitas e muitas pessoas sabem: felicidade é um sentimento Ãntimo, e o melhor de tudo na vida são aqueles fatos e pessoas que nos provocam o sorriso interior, aquele que pode -ou não - transparecer e ser inexplicável pelos outros.
Muitos já ouviram que a dor é inevitável e o sofrimento opcional, mas para que isso seja uma atitude hábil é preciso equanimidade, ou seja, encontrar a justa distância do que nos desafia - caminho do meio: nem muito perto (aflição) nem muito distante (apatia). A mindfulness (presença mental) necessita de seus dois parceiros para funcionar bem: concentração e equanimidade.
Verdade: atitude frente ao sofrimento inevitável
Bem raras são as que falam sobre o encontro de uma outra felicidade que já estava dentro delas, aquela que não depende de nada, dita incondicional ou real. Indagadas dizem que a felicidade que alguém busca é a felicidade que ele/ela é e que nunca deixou de ser. Embora existam doenças, adversidades e mortes, tal felicidade permanece intocada e sequer pode ser poluÃda ou destruÃda.
Escreva para os outros, principalmente os homens.
Mirian, faço o famoso comentário off topic, ou seja, nada a ver com a pertinência do conteúdo. Alguém achou adequado realizar um evento para velhinhos (nós) justamente no Dia de Finados? É de morrer de rir e lembra o clipe “Thriller” do Michael Jackson.
Pra vc ver: o senso de humor e mesmo muito intimo é pessoal...
"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons". (Carlos Drummond de Andrade)
Prefiro uma simples conversa.
Fico pensando se esses tubarões não imolariam a si próprios incendiados entre seus livros como no auto-da-fé do escritor elias canetti. Nós não nos esquecemos de viver.
Não deveria precisar. Por isso leio em toda minha vida, para aproveitar os ensinamentos de quem já viveu. Tenho 60 e fiz vasectomia aos 32. Porque já sabia que o mundo estaria como está hoje, e estou muito feliz por isso. Sem ter, como saber? Simples, poeta: conheça a experiência dos outros. Também amo escrever. Ao aposentar vou publicar o meu, nem que apenas para os amigos. Pelo prazer.
Querida Miriam, não acho que seja o único caminho, pois há pessoas que ainda que passem por tragédias, ainda não conseguem valorizar o que importa. Então eu penso que isso seja uma atribuição do universo, na jornada de evolução de cada um. Entretanto, eu faço coro com você, pois minhas tragédias também me possibilitaram uma mudança de rota, que me trouxe à uma contemplação daquilo que é essencial. Obrigada por continuar escrevendo!
Concordo. Há um governador d Estado G, politico extremista-direitista, q passou por uma tragédia familiar, filho, e continua caminhando na contramão do bom senso ou da sabedoria.
Que lindo, Pamela
Adorei os textos da Miriam, e acho que ela escreve para despertar a consciência, de todos nós, para sermos verdadeiros seres humanos, cidadãos atenados com o bem comum, sem preconceitos, querendo um mundo igualitário, mais justo. E com pessoas mais felizes.
Concordo contigo Adelson.
Fico muito feliz
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