Lúcia Guimarães > Recriminações confundem o debate sobre a derrota democrata nos EUA Voltar
Comente este texto
Leia Mais
A alta no custo de vida e o descontentamento com o governo Biden derrotaram Kamala. O fato de senadores democratas ganharem onde ela perdeu sugere que os EUA não estão preparados para eleger uma mulher negra. Bill Clinton levou o partido para centro-direita ao abraçar a globalização para derrotar o reaganismo.
Não há a menor dúvida que a falácia do identitarismo derrotou os democratas. Perdeu a conexão com quem trabalha e alienou o centro. O identitarismo é um atalho para espertos e espertas conseguirem qualquer tipo de promoção ou privilégio que por suor do labor ou mérito , independente da classe social , jamais conseguiriam. O mi-mi-mi imaginário não substitui problemas concretos. Logo, os democratas perderam .
Os democratas estão certos e a colunista está errada. Ela quer responsabilizar exclusivamente o Outro, apresentando os Democratas como meras vÃtimas da nova mÃdia e das notÃcias falsas. Os Democratas estão discutindo como reconquistar o voto popular. Guimarães esquece que um Presidente impopular como Biden nunca conseguiu a reeleição nos EUA e Kamala foi vendida pelos Republicanos como simples continuação do atual Presidente.
Os americanos são muito suscetÃveis a teorias da conspiração e a fale news, então o problema dos Democratas é desmantelar esse sistema ou usá-lo também em seu favor. Ae optarem pelo primeiro serão moÃdos pelas Big Techs que vivem da paeudo liberdade de expressão que no fundo no fundo é uma defesa de que as empresas podem mentir em seus anúncios. Os democratas aceitaram que a industria alimentÃcia, o agronegócio e a indústria do tabaco mentissem descaradamente durante anos e agora pagam o preço.
acho que algum realinhamento é necessário em termos da plataforma democrata; a questão econômica que pelo que propõe o Trump não resolve, pesou muito contra os democratas que perderam votos para o Trump do modo pior que está não fica. Agora talvez dar uma suavizada nesta plataforma identitária seja legal, comparando com o Brasil, a tal linguagem neutra para mim é ridÃcula, não ajuda e atrapalha e muito. Agora no geral é economia que pegou e duvido que o Trump mude isto.
Boa análise. O liberalismo sofreu uma derrota temporária, mas ainda assim, sua votação foi muito grande. Algumas questões circunstanciais como o declÃnio cognitivo do Biden, e a quase inevitabilidade da escolha da vice contribuÃram. Daqui a 4 anos veremos o apoio dela numa disputa primária desde o inÃcio.
Wall Street não tem ideologia. Os partidos polÃticos americanos lotearam suas preferências apenas para distribuição dos lobbies. Os democratas, por exemplo, fazem o lobby da indústria bélica e do mercado financeiro.
É um paÃs estranho de gente esquisita. Nos últimos 20 anos as eleições americanas sofreram interferência de uma empresa britânica (Cambridge AnalÃtica), de hacker e serviços secretos russos e da plataforma de rede social de Elon Musk. Todas elas com de conhecimento público atuaram no processo de publicação de desinformação em massa nas vésperas das eleições, o que é um mecanismo explÃcito de trapaça. O que aconteceu? Absolutamente nada.
Pior que o tsunami autoritário em curso é a consolidação do crime organizado como principal poder. Nem uma gota de energia foi direcionada a essa realidade seja no G7, G20, etc. Não há sentido em priorizar discussões sobre a democracia numa sociedade dominada e intimidada inclusive nas instituições.
Há algo de profundamente inquietante na forma como nos dispersamos em batalhas internas enquanto o horizonte escurece. É como se estivéssemos debatendo quem tropeçou primeiro, enquanto a água sobe até os joelhos e ameaça nos arrastar. O fenômeno é tão antigo quanto a própria humanidade, mas no Brasil atual ele parece ter ganhado contornos grotescos. Quem estava mais à esquerda, quem foi morno demais, quem não gritou com a intensidade esperada? Perguntas acusativas entre democratas.
Mas os discursos q insistiam no pró-identitarismo atrapalharam a campanha de Kamala, sim. Até parece q metade da população dos EUA são trans. E como disse aquele stand up, o pessoal q sequestrou o alfabeto, parece ser a 'classe dominante' e não os trabalhadores , digo, 'colaboradores'. Nada contra o Identitarismo, mas precisam enxergar a "dosimetria" nos discursos polÃticos, ou continuam a perdem eleições.
Do ponto de vista do grosso da população americana, o resto do mundo é um inconveniente que só atrapalha. Se envolvem apenas quando, segundo a própria lógica, são forçados, jamais por motivos mais nobres. Mas, não adianta chorar que assim continuará.
Grato, pelos dados informados, Lúcia, e que acabam com a história da vitória "acachapante" de Trump. Quanto à resposta à avalanche da realidade paralela, não creio que Sanders ou quem quer que seja já tenha uma resposta de como enfrentar; a regulação das redes pode ser um começo...
Ótima crônica, Lúcia lúcida...a única , diante das fanfarras das mÃdias de " vitoria avassaladora de Trump " , que revelou "30% dos votos adultos "...fará um estrago com pouca sustentação democrática.
Perfeito, Lúcia. Como disse Walt Whitman, batalhas são perdidas com o mesmo espirito que são ganhas. Urge se preparar para a resistência das instituições e saber que o governo Trump sofrerá dos mesmos desgastes que a administração Biden e terá que se ver com o eleitorado daqui a alguns anos. Calma, turminha fascista: a democracia ainda está aqui.
PolÃticas identitárias são direitos humanos? Não sei se concordo com isso. E a questão de Ellon Musk é financeira mesmo, não sei se de redes sociais. Ser a pessoa mais rica do mundo pode influenciar diretamente eleições mundo a fora, com dinheiro.
Existe um apelo visionário semelhante entre o bolsonarismo e o identitarismo - "Conquistar a cadeira nos leva ao paraÃso!". Assim foi com a investidura de Dilma, assim foi com o mandato de Bolsonaro. Como estavam neste paraÃso não precisavam mais negociar com os diferentes. Esses diferentes cansaram de ser chamados de 'homofóbicos' ou 'estupradores' por um lado e de 'esquerdistas' pelo outro, simplificações e generalizações grosseiras.
Não se ganham eleições ofendendo aqueles de quem se precisa o voto...
Vamos esperar que se forme um consenso no NYTimes pra sabermos qual é a opinião da Lúcia sobre as eleições passadas. De momento, vejo que entrou já Fase 5 do luto: aceitação.
Hahahaha. Uma plataforma ruim que vai se consumir buscando quem foi mais culpado por um candidato condenado ao fracasso. Deveriam ter escutado Ricky Gervais e usar uma abordagem que não infantilizasse o eleitor com um bando de deslumbrados como formadores de opinião. Now, the page has been turned, podem chorar à vontade, com muita vibe.
Começa bem e evolui melhor ainda como que puxando a brasa pra sua sardinha mas conclui mal com insinuação etarista.
Ótima reflexão. Me parece que todos decidiram esbravejar, o alvo é a pauta individual tida como mais relevante para cada polÃtico. O Sanders ignora que o Biden foi o presidente mais pró sindicato dos últimos 50 anos. O Biden jogou 2 trilhões de dólares no inflation reduction act, no CHIPS e reindustrializou os EUA. Mais de 20 milhões de empregos gerados. Falar que os democratas se esqueceram dos trabalhadores me parece conversa fiada de quem não tem respostas para o que aconteceu.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Lúcia Guimarães > Recriminações confundem o debate sobre a derrota democrata nos EUA Voltar
Comente este texto