Hélio Schwartsman > Crucificando a Justiça Voltar
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Sério que com o indiciamento de Bolsonaro e militares esse é assunto do Hélio? Até poderia abordar mas nesse momento há algo muito mais sério ocorrendo.
Ou não tem sÃmbolo de religião nenhuma, ou tem que ter de todas. Felizmente o estado é laico, o que deveria valer inclusive para proibir que polÃticos façam campanha dizendo que são pastores, bispos, apóstolos, padres kelmons etc.
Ahh, não, Ney, o padre kelmon tem direitos adquiridos, usucapião de candidatura. Cumé que a gente fica sem seu ridÃculo? Hahahahah!
Como cristão, sou a favor da retirada dos crucifixos. O Estado é um monstro que precisa ser enjaulado e mantido dentro das regras da democracia. Por isso, não me cai bem quando ele estampa um sÃmbolo cristão, sugerindo uma simbiose com a igreja - ainda que simbolicamente. Não, prefiro a mais estrita separação, na esteira do que os próprios cristãos protestantes defenderam lá atrás.
AnÃsio, de fato o Estado é um monstro. Não por acaso Hobbes o chama de Leviatã. O Estado não precisa ser substituÃdo, e sim contido pelas regras do estado democrático de direito.
O Estado um monstro (?) sugere uma saÃda que o substitua,
O Estado é laico, mas o povo, que é um de seus elementos fundamentais, tem sua cultura, tradições e fé que devem ser respeitadas. A levar a cabo a intolerância religiosa o Estado Brasileiro sequer existiria, pois o elemento religioso está na raiz de sua constituição e é um valor a ser preservado. Hoje retiram-se os crucifixos e BÃblias, amanhã, os nomes dos estados de São Paulo, Santa Catarina e de inúmeras cidades de nomes de inspiração religiosa.... E depois se veda a expressão pública da fé..
Fé e polÃtica nunca devem se misturar. É também intolerância religiosa usar sÃmbolos de uma única religião, pois isso diminui a importância e veda a expressão pública da fé nas demais seitas. Teriam que permitir a expressão de todas elas, o que não caberia nas paredes. Sendo o estado laico, crucifixos e bÃblias devem ser retirados de todas as repartições públicas do paÃs e o ensino religioso não pode fazer parte do currÃculo das escolas públicas.
Não haveria problema desde que uma estrela de David e uma figura do preto velho também estivessem lá.
Sem entrar na questão estética, o argumento do artigo é risÃvel, pois insinua que a presença do sÃmbolo tenha qualquer influência sobre a justiça. Sabemos que em todos os tribunais se adota o lema bÃblico 'é mais fácil passar um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico perder um processo contra um pobre'
"O Estado não precisa militar contra a fé." OK, mas também não deve militar a favor. A liberdade religiosa inclui a de não ter religião. Parece que um ateu não se elege nem para sÃndico de prédio, por um preconceito que o vê como menos confiável moralmente. A posição do articulista vai no sentido de perpetuar esse preconceito.
A decisão, se confirmada, promete inaugurar uma nova era na relação entre Estado e religião, reafirmando o caráter laico da República. Contudo, como em toda mudança de ordem simbólica, a medida provoca debates acirrados. “Estão arrancando nossa identidade cristã!”, bradam alguns, como se a retirada do crucifixo pudesse apagar séculos de tradição católica em terras brasileiras. “Finalmente, um passo em direção à verdadeira neutralidade do Estado!”, comemoram outros. Conflitos à vista!
Como se esse fosse um grande problema a ser resolvido no Brasil. E mais, a presença do crucifixo nas repartições públicas, inclusive no Judiciário, jamais impediu a prática de injustiças diversas ou locupletamentos. Desse modo, para essas pessoas a presença do crucifixo é absolutamente irrelevante.
Os cristãos elegeram como seu sÃmbolo um instrumento institucional romano de tortura, a cruz. A justiça por aqui, como em Portugal, tinha outro instrumento de tortura como sÃmbolo, o pelourinho. Em muitos lugares o sÃmbolo da justiça era a forca. A própria estátua simbolizando a justiça leva uma espada. SÃmbolos são só sÃmbolos. Cada um os lê como quer.
Tem que ser removidos de todas as repartições, Cristo tem que estar no coraçao e não na parede vendo o pastor pegar a filha adolescente da crente ou na capa da biblia que um politico segura, com as epistolas dando lugar a uma barrinha de ouro, ou em clubes que fazem piadas sobre o ne gro que tem que ser medido em arrobas. O Deus que constroi está dentro de cada um e não pendurado como se fosse um enfeite ou simbolo de um time de futebol.
Estado laico que mantém feriados nacionais religiosos e conta o tempo como AC e DC? Tudo isso deveria acabar então, começando com a contagem dos anos a partir da descoberta do Brasil, ou seja, estarÃamos agora no ano 524
A bancada da bÃblia é composta em boa parte por parlamentares evangélicos, que, diferentemente dos católicos, não têm o Cristo crucificado como sÃmbolo. O sÃmbolo cristão dos evangélicos é a cruz vazia. Não faz sentido, portanto, a conclusão final do artigo de Hélio Schwartsman.
Lugar de sÃmbolos religiosos é em templos não em repartições públicas! Apoio a retirada!
O uso do crucifixo generalizou-se por volta do ano 1.000, como parte de outras feições do do crescimento do cristianismo popular (não o dos teólogos), tais como procissões com andor de santo, construção de catedrais e peregrinação a Jerusalém.
Ôôô Hélio, o colega Joabe deu um cutucão extremamente apropriado, lá embaixo (localização do comentário, não do cutucão, bem entendido): e os "pronunciamentos bÃblicos", que saem da boca de um monte de legislabostas, como é que ficam? É muito mais relevante discutir a penetração do discurso religioso, qualquer que seja sua origem, na discussão e atuação polÃtica na grande Ãgora que é o congresso. Crucifixo na parede é bolinho - indigesto mas só a entrada; a refeição para valer é servida no congr
Bancada da BÃblia é formada por evangélicos, imagens são tradições católicas. Ou não.
E o pior, Cristo sempre está despudoradamente nu. Mas o pior é a infinidade de crimes que cometem sem seu nome, inclusive por pastores, padres e ministros de templos onde comerciam não só a alma de fieis, mas seus corpos e seus mÃseros proventos. Hipócritas, escribas e fariseus, o fim está próximo!
Ah, os gregos resolvem tudo! Consultei a pitonisa e ela me informou: é Buscopan. Hahahahah!
Se estivesse próximo somente para esse grupo que você aponta, Zé Eduardo, não era mau; infelizmente, vale para nós todos. E você traz mais uma razão ao nosso colega Alceu, logo aqui abaixo: peladeza por peladeza, Atena tem mais elegância, não tá sangrando, com cara de dor. E, caso isso aconteça - sangue e dor, digo - resolve-se com um ponstan (é esse mesmo o nome? Nunca sei quando vou comprar pra minha amada...)
Parece que o STF vai errar mais uma vez e permitir os sÃmbolos cristãos em prédios oficiais.
É, caro Hélio, é um exercÃcio retórico e tanto, ficar arrumando desculpa para manter crucifixo em uma instituição, como você disse, laica e contra-majoritária; é de dar nó em pingo d'água (benta, que seja). Aqui onde moro, na entrada da cidade há um treco de concreto sob o qual resta a legenda "Jesus Cristo, senhor de Valinhos"; ora, não me consta que Ele tenha descido da Goiabeira sequer para se candidatar, quanto mais que tenha sido eleito. O fato disso dar pano pra manga já é um sinal indigen
Sobre religião e o STF. Eu duvido que pessoas que estudaram por tanto tempo, venha a acreditar nas ilusões que prega as religiões! Eu arrisco dizer que o papa es os pastores, não acreditam em Deus! Essa gente fingem acreditar em Deus, porque a sociedade carece de um ser protetor, para as coisas que ela não conseguem se proteger. Uma ilusão. É difÃcil discordar da espiritualidade, uma vez que não sabemos como surgiu o primeiro humano no planeta. Os falsos religiosos se aproveita disso...
A constituição diz que o paÃs é laico, mas crucifixos adornam as aparedes dos tribunias, uma grave ofensa aos que não professam a mitologia cristã e preferem a grega. Se o paÃs não é laico, mas mitólogico, eu prefiro ver a estátua de Atena em todas as paredes, dos tribunais, Congresso, STJ, etc...
Alceu, prezado, Palas Atena traz não pouco ganho estético à coisa, sem dúvida. Mas, sÃmbolo por sÃmbolo, podia bem ser a velha e boa balancinha, não? E, no caso do Pcc virar o Estado oficial, bota-se uma de precisão. Não é prático? Hahahahah!
Correção na primeira linha: ...tribunais... Correção na segunda linha: ...mitológico...
Será mesmo muito difÃcil que o caráter contramajoritário do STF se reconheça mais forte do que a tradição cristã, cuja cultura não se confunde com a hegemonia numérica do cristianismo. Uma sutil diferença que, ao que parece, será a que o tribunal levará em consideração para decidir favoravelmente à permanência da presença dos sÃmbolos religiosos, inclusive nos tribunais. Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!
Eita, caro Nelson, se Ele fizesse a gentileza de nos iluminar a gente parava de botar Seu Filho nessa situação trágico-vexaminosa. Pô, dois mil anos na sofrência da cruz? Chega, vamos dar sossego ao rapaz...
Sério Hélio? Com tudo que tá acontecendo, acho que uma receita de bolo na coluna ficava melhor. Mais um querendo enfraquecer o STF neste importante momento.
Ah, Gilberto, que preciosismo! Eu, por exemplo, tô pensando em botar um questionamento serÃssimo e contemporâneo pros cabras resolverem: Ministro do Supremo pode ter tattoo? Se sim, em quais partes de seu corpinho? Nossa Alta Corte precisa se modernizar, e o Cristo pode ser carimbado no peito, caso removido da parede. Não sei se é receita de bolo, mas é claramente uma receita de bololó! Hahahahah!
Marcelo, meu ponto é que não estou discutindo qual é a religião verdadeira. Mas sim que o Cristianismo primitivo se baseava em veneração de Santos, sacramentos e cultura oral - muitos adeptos eram escravos - isso de leitura da Biblia, parque de diversões, shows de música e dÃzimo é inovação.
Meu apreço por mitologia greco-romana tem zero importância e é sem consequência. Eu não sacrifico carneiros ou algo assim. Todos temos nossas preferências.
Se lhe ofendi, peço desculpas. Não foi essa a intenção.
Ok, respeito a sua posição. Não achei que estivesse defendendo nada disso. Eu apenas disse que acho a mitologia greco-romana mais divertida. Minha relação com religião não vai além da literatura e da arte. Eu não tenho fé alguma.
Marcelo, não é mitologia aqui: o Cristianismo oriental, católico e ortodoxo é muito mais próximo do Cristianismo antigo do que esses shows com parque de diversões e dÃzimo.
Mas eu gosto de separar a mitologia sobre o sagrado e espiritual das práticas humanas a respeito. Eu respeito as pessoas e sua fé, a abstração, mas raramente acho o resultado positivo porque a natureza humana é destrutiva por default.
Ah sim, os show das pirâmides religiosas é um espetáculo deprimente. Tenho zero interesse e se me chamam, tenho aversão. Não sou neutro quando falamos de corporações religiosas.
Não tive o objetivo de ofender. Costumo chamar o que não é ciência, de mitologia, arte, ou termos parecidos. E eu li muito sobre mitologia greco-romana na minha infância, tenho boas lembranças, e acho as lendas divertidas. São deuses construÃdos à nossa imagem, e não o contrário.
Até o dia que um presidente de tribunal trocar o crucifixo por outro sÃmbolo religioso.
Se é permitido, então se alguém colocar no ambiente uma imagem de exu, buda etc., num ambiente público, ninguém poderá contestar.
Será que vão colocar uma venda nos olhos do Crucificado?... a ver.
Volgano, os católicos, ortodoxos e cristãos orientais usam crucifixos. Você supõe que os reformados são superiores? São uma minoria que veio muito depois e não tem nada a ver com o cristianismo primitivo.
Quando leio comentários assim, penso: a minha mitologia predileta é mais divertida: a greco-romana. Ave DionÃsio!!!
Fico feliz que o crucifixo com a imagem de Cristo é uma imagem católica. Os pentecostais, com suas igrejas sem adornos e sem beleza, não usam imagens de Cristo. A bancada evangélica adoraria retirar os crucifixos e colocar no lugar aquela BÃblia pentecostal de capa mole (um tremendo mau gosto, eu tenho uma BÃblia de Jerusalém, acadêmica, em cor carmesim e em capa dura, escrita por intelectuais franceses).
Felipe, óia, certa vez, depois de rodar um pouco por Portugal e Espanha, espiando suas igrejas lindas, repletas de ouro afanado daqui das Américas, fui pra SuÃça. Rapá... Entrei numa igreja protestante - inda por cima, acho que foi em Zurique, na SuÃça alemã - toda em pedra nua, linda em sua austeridade, e fiquei de cara. Depois de ver as exorbitâncias e luxos da Santa Madre...
Espero que o STf tenha a decência de seguir à Constituição. O estado é laico e há liberdade de crença e de prática religiosa.
Não basta ser laico, tem que parecer laico, sem sÃmbolos nos entes públicos e nem bandeiras nas igrejas. VÃnculo zero.
Hahahahah, se valia para o César original, tem que valer para os nossos césares de hoje!
... Estes crentes estão avançando como plantas parasitas, trepadeiras! o objetivo? Estrangular e garrotear as entidades hospedeiras! Esta bancada de bÃblia está crescendo e se esplanhando na FOLHA, subindo pelas pernas, como tattoo ' de Carrie, a estranha'!... Reaja Folha! Não demotará e proibiráo critical os ladroes-honestos crentes, Estes traÃras estão triunfando, Folha! Eles estão tranformando nossas irmãs e irmãos em puppets!!!...
Seria muito bom tirar essas coisas das paredes. Não faz sentido algum.
Eu nasci e fui criado em famÃlia católica praticante, mas não aceito sÃmbolos do catolicismo em tribunais e repartições públicas. Se são públicas são de todos os brasileiros, e nem todos são católicos.
Não tem sobre escrever não ? PaÃs tá pegando fogo seu elio . Cada uma...
Penso o contrário, como leitora o que me agrada é a criatividade de não falar sobre uma única coisa.
Faria apenas um brevÃssimo reparo: o crucifixo nao é um sÃmbolo cristão, pois os cristaos reformados não adotam a imagem. O crucifixo é um sÃmbolo essencialmente católico.
Me corrija se eu estiver enganado, Volgano, por favor: a cruz também é usada pelos ortodoxos russos e gregos, não? E também pelos cristãos etÃopes, que tem um culto peculiarmente próprio - não sei o quanto influenciam as outras nações do continente.
Os católicos, ortodoxos e cristãos orientais usam crucifixos. Você supõe que os reformados são superiores? São uma minoria que veio muito depois e não tem nada a ver com o cristianismo primitivo.
Tema de muita relevância. O posicionamento do STF sobre a definição da laicidade estatal é fundamental, especialmente quando se vê a disputa eleitoral e atuação dos agentes do estado sendo continuamente colonizadas pela linguagem e interesse religiosos.
Ôôô, Joabe, relevante pacaramba esse seu ponto, grato!
Numa igreja ou numa residência tudo bem, Em locais públicos, pricipalmente no judiciario, não concordo.
A cultura brasileira é formada por valores greco-romanos, judaico-cristãos, indÃgenas e africanos. Se for levado à risca, imagens de Têmis, com venda nos olhos e balança na mão, a deusa grega da justiça, também deveria ser retirada dos tribunais. E aÃ?
Felipe, prezado, tem razão nessa questão. Porém, creio que Temis tem um sentido simbólico diretamente voltado à s questões da Justiça humana, enquanto o Cristo representa diretamente o martÃrio. Não que não seja um martÃrio esperar pela justiça dos tribunais, o é, mas acho que não é essa a mensagem do crucifixo, né?
Olha, podem retirar tudo por mim. O importante é aquilo que afeta as pessoas: as ações dos juÃzes. O resto é perfumaria. Estou comentando apenas porque acho o assunto divertido e já cansei de comemorar o indiciamento do inelegÃvel. Quis mudar de tema.
A diferença é que pouquÃssimos brasileiros conhecem religiões gregas e seus deuses ou sÃmbolos. Já o crucifixo qualquer criança de 5 anos sabe o que significa. Tribunais e repartições públicas pertencem a todos os brasileiros. Sendo assim, não se deveria admitir em suas paredes sÃmbolos que não configurem unanimidade.
Acho que a expressão preferências culturais não é a mais precisa. O crucifixo representaria elementos históricos e culturais da sociedade brasileira. Muito do que existe na tradição é imposto por uns em detrimento de outros, não fazendo sentido falar em preferências. De qualquer modo, seria impossÃvel entender a realidade atual brasileira apagando esses elementos culturais e históricos que remetem à religiosidade. Aliás, a suástica é, originalmente, um sÃmbolo religioso do hinduÃsmo.
Bom, Felipe, aqui eu devo divergir: então botemos um Pelourinho em cada repartição, pô. É forte sÃmbolo de nossa Cultura, esteve quase trezentos e tantos anos em pleno vigor, e continua tendo herança fortÃssima e visÃvel: olhemos pras nossas favelas.
Felipe, você honestamente acredita na relevância ou impacto de se retirar crucifixos ou não ? Eu acho irrelevante. Eles estão aÃ, e se forem retirados tem zero impacto para a maioria das pessoas. Se uma pessoa quer levar seu crucifixo pessoal não será impedida disso. É tudo mitologia, de uma forma ou de outra. Agora, se houvesse uma lei obrigando a presença de sÃmbolos religiosos, seria muito diferente.
A suástica é sÃmbolo do Jainismo, não do HinduÃsmo.
Não sei pq eles estão nestes lugares se a justiça é laica pra que então?
Concordo contigo no mérito. Apenas chamo atenção para o uso indevido de "laicismo" em vez de "laicidade" - termos que não são intercambiáveis e não se confunde. No Brasil vigora a laicidade (neutralidade quanto aos fenômenos religiosos), não o laicismo (posição combativa ao fenômeno religioso, tal qual na França).
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