Cotidiano > Complexidade da categoria pardo não deve colocar em xeque política de cotas Voltar
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O critério dos EUA é muito mais simples que o nosso, negro é ou era definido pela geração do antepassado negro e a nossa pelo fenótipo. Acredito que os benefÃcios das cotas no momento são bastante positivos e sequer temos uma geração inteira cotista. Implementar polÃticas universalistas é muito difÃcil, aliás, foi uma fala de Fidel Castro admitindo a desvantagem dos negros em Cuba que me convenceu a apoiar essa ação afirmativa, mas tenho dúvidas se ela deve se estender à pós-graduação.
Sou pardo e sempre fui tratado como negro. Hj me considero negro, mas já teve quem me considerasse como " não- negro.
É inegável que os pardos são discriminados também. Porém, como reconhece o autor, as pessoas mais escuras sofrem mais racismo do que as pardas. Assim, ao fixar totais de vagas para negros nas cotas, os pardos levam grande vantagem sobre os pretos, tendendo a ficar com todas ou quase todas as vagas. O melhor, a meu ver, seria manter o total de vagas para negros, mas com uma subdivisão entre pretos e pardos, de modo a que os pretos tenham suas vagas asseguradas.
É delicado. Eu me vejo como pardo. Moreno com pele clara. Mas nao me considero branco. Porem em entrevista à uma banca examinadora d identificação me foi posto q nao sou negro (logo em tese seria branco). No recurso a banca afirmou q mimja pele morena é muito clara. Nao me permintindi ser negro. Logo se alguem me perguntar qual a minha cor, irei dizer o que? Branco.
Você,assim como milhões de brasileiros, é uma vÃtima da racialização das relações sociais, elemento importado dos EUA e aplicado como camisa de força no contexto do neoliberalismo, isso acontece pois o Estado abandona polÃticas universalistas e adota ações focalizadas, mais baratas e capazes promover a fragmentação da classe trabalhadora!
Esse debate me provoca uma profunda crise de identidade. Ainda na adolescência, diante de um formulário escolar, tendo consciência de não ser branca e já tendo aprendido na escola sobre o racismo, perguntei ao meu pai nordestino, branco, e com segundo grau técnico, qual era minha cor de pele: "parda" foi a resposta. Como não havia negros na minha famÃlia, só mestiços, automaticamente eu deduzi que era "quase branca". Só depois dos 60 anos descobri que não sou. Ainda não me recuperei do impacto.
Cotas sociais sim. Raciais não. Pelo próprio argumento em favor delas: privilégio socioeconômico. Negros ricos pisam em pardos pobres e fazem campanhas pra expulsá-los das universidades públicas, alegando que são fraudadores de cotas - porque não suportam tirar notas inferiores do que eles. Vi isso de perto em universidades federais. Estudei em 3, e minha famÃlia inteira fez federais. Os negros maliciosamente usam os pardos e os perseguem. E são negros filhos de pastores ricos, de prefeitos.
Negros ricos? Conheço uns 2 ou 3.
Vários estudos de autores negros estadunidenses comprovaram que as cotas agravaram a desigualdade no paÃs, com negros de classe alta cimentando privilégios, e os negros pobres ficando ainda mais marginalizados e sem acesso. No Brasil, os pardos pobres sequer tem chance: os tribunais raciais mutilam seus cérebros e vidas já no ingresso à s instituições, destruindo saúde mental e futuro.
Ascender ***
A sociedade capitalista não comporta generalizar benefÃcios que promovam a classe trabalhadora, apenas um inexpressivo número irá ascende, quem enriquecer irá explorar seus "iguais", essa é a condição para estar no topo, infelizmente, só com o tempo é que a grande maioria irá enxergar o óbvio!
Nessa dicotomia das cotas não existem pardos. Eles tem até um tribunal racial para decidir quem é pardo e não basta não ser branco para alguém ser aprovado. É preciso ter traços que eles considerem indubitavelmente negros. Isso faz sentido nos USA onde a miscigenação é mÃnima, mas não aqui no Brasil.
Se queriam um estado estruturalmente racista, conseguiram. Temos um que distingue entre pessoas com base na cor da pele, que institucionalizou pobres tipo A, tipo B e tipo C, que estabeleceu tribunais raciais nas suas instituições. Nada mais stalinista, nada mais maoista, nada mais imoral. Um retrato da falta de princÃpios que rege nossas instituições e do apreço que têm da constituição. Infelizmente, não surpreende.
Articulista fez malabarismos lógicos para justificar um fato que a pesquisa deixa óbvio: a população não se vê representada nas caixinhas raciais que o movimento negro brasileiro importou dos Estados Unidos, onde a presença de pardos é insignificante. Simples assim.
Gostei de ler esse artigo. São bons argumentos colocados de maneira equilibrada. Obrigada.
O colunista não quer o fim das cotas? Não seria lógico almejar este fim? O problema do racismo é que tem muita gente vivendo dele,se acabar perdem o emprego. Se o Estado providenciasse educação básica de qualidade não haveria necessidade de cota para universidade e nem concurso público.
Se tivesse que existir a fa mi ge ra da cota, teria que ser de caráter social, pois pobreza não tem cor e nem raça!!! O resto é pa ti fa ria dos polÃticos.
Engraçado como nessa complexidade do analista não cabe os descendentes de indÃgenas. No Norte, por exemplo, as pessoas que se declaram pardas trazem fenótipos dos povos originários. Mas não apenas no Norte. Uma pena que os formuladores das teorias raciais talhadas pelo financiamento Afro-Ford-Open Society não estejam dispostos a aceitar a legitimidade indÃgena na categoria pardo e vejam a mestiçagem sempre como manipulação e engenharia social das elites eugenistas.
Eu defendo as cotas sim. Principalmente porque vivemos em uma sociedade que teve trezentos anos de escravidão e quase duzentos de discriminação racial após a abolição. A maior parte da população preta, parda e indÃgena está nas camadas mais pobres, estuda menos, tem menos trabalho qualificado e enfrenta discriminação racial. Como vamos resolver isso? Fingindo que todo mundo é tratado igual? Antes das cotas, quase não havia gente PPI em universidades públicas e altos cargos no setor público.
Pobres? Consegue distinguir entre pobres, essa classe segregada há milênios, com base na cor da pele? Como é mesmo o nome disso? E não se esqueça das cotas sociais em sua equação.
Cotas raciais devem acabar
Discriminação racial é crime e usar cor de pele para selecionar em concurso público é uma aberração. O identitarismo ataca a democracia, é violento e inefetivo.
Felipe, leia a colocação antes de criticar, pois Antônio não disse isso.
Ah sim, e pessoas pretas, pardas e indÃgenas não enfrentam discriminação? Menos acesso a oportunidades?
Cotas são injustas porque, para cada cotista que entra, há um não-cotista que tirou nota maior e ficou de fora. Também são inconstitucionais visto que tratar pessoas de forma diferente - notas de corte maiores ou menores - conforme a cor da pele é a própria definição de discriminaçao racial. Faz pouco tempo a Suprema Corte americana proibiu o uso de critérios raciais na seleção de universitários por considerar que constituem discriminaçao racial.
Cotas são injustas? Diferenças de oportunidades são justas? Diferenças socioeconômicas e educionais são justas? 350 anos de escravidão foram justos?
Resumo da historia: cotas sao a legalizaçao da discriminaçao racial em favor de negros e pardos e contra as demais etnias.
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