Ruy Castro > Aposta na dependência Voltar
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Pois é,Ruy, estou com dois amigos penando pra se livrar desse vÃcio. E a propaganda na tv aberta rola solta o dia inteiro.
Que aula extraordinária, Ruy.
O sonho dos Bolsonaros era transformar o paÃs em um enorme cassino, como era Cuba antes da revolução. De um lado hotéis luxuosos, resorts, jogos, bebidas, lavagem de dinheiro, contravenções, do outro a miséria, a falta de perspectiva, o colonialismo etc.
Olha, Ruy, eu sou fumante e biriteiro, mas nunca trabalhei para indústria fumageira ou de birita, por uma questão de princÃpios. Fazer anúncio pra esse pessoal do jogo, é de queimar o filme de qualquer um. Evidente, um eixscroto como o Galvão Bueno, com aquela voz e maneirismos vocais horrendos, tá nem aÃ; quanto aos demais, Abrolhos: "anunciem com responsabilidaaaaade!", tal como seu colega anda gritando por aÃ. Ou seja, não anunciem. Aliás, não havia sido proibida essa propaganda?
Alguém pode mandar esse texto pro Galvão Bueno?
absolutamente verdadeira, cruel, irresponsável e criminosa a realidade das Bets no Brasil, que descrevestes, Ruy. Dói só de ler.
absolutamente verdadeira, cruel, irresponsável e criminosa a realidade das Bets no Brasil, que descrevestes, Ruy. Dó só de ler.
Tem gente que faz cruzeiros na costa brasileira apenas para apostar.
Mas aà não é pobre e arrimo de famÃlia
Nunca apostei e também nunca perdi. Estou tranquilo.
Não deveriam ser permitidas propagandas de sites de apostas nem de bebidas alcoólicas.
Talqualmente tabaco, né não?
Dna. Dilma já se manifestara de forma inequÃvoca sobre o tema: ¨não acho que quem ganhar ou quem pe rder, nem quem ganhar nem per der, vai ganhar ou p erder. Vai todo mundo perd er¨. Foi didaticamente clara!
Fantástico
Como faço para apostar no Bicho, legalmente? Já o discriminalizaram ou ainda é uma contravenção?
Ah, Budu, cuidado, jogo do bicho é contravenção! Hahahahah!
Essas bets deviam ser proibidas completamente. Sempre vai existir uma certa parcela da população formada por pessoas que não conseguem se controlar e perdem muito dinheiro com apostas. Legalizar bets quase condenar essas pessoas e seus dependentes a sérios problemas financeiros.
Parabéns pelo texto.
The Invisible Man, de H. G. Wells, usa o mito de Gyges que aparece na República de Platão, o anel da invisibilidade. A mensagem de Platão é que a invisibilidade corrompe, pois é uma metáfora para a falta de responsabilidade. Quando estamos invisÃveis podemos fazer coisas irresponsáveis. A internet fornece a invisibilidade e o efeito Gyges. É um poderoso superpoder na mão de incautos.
E, até o momento, a única proposta do Presidente para conter este flagelo é proibir que se aposte em cartão vermelho e amarelo! Enquanto isso, dois dos advogados que trabalharam na minuta de "regulação" das bets no Ministério da Fazenda hoje trabalham para as bets num escritório de advocacia. O lobby das bets soube perfeitamente como agir e quem cedeu sabe muito bem o seu preço.
Pelo menos na época dourada dos cassinos havia uma mirÃade de empregos gerados, entretenimento, glamour, boa música, hoje é a aposta egoÃstica, um onanismo mental que leva à derrocada financeira e psÃquica.
Vistos de hoje, os cassinos têm essa aura de glamour e elegância mas a realidade é que levavam igualmente à "derrocada financeira e psÃquica". Quando foram proibidos em 1946 pelo então presidente Gen. Dutra, muitos intelectuais de destaque aplaudiram a medida, como Manuel Bandeira e Prudente de Moraes Neto, conforme conta Ruy Castro em "A Noite do Meu Bem".
Mas, também, por trás haviam todo tipo de crimes (corrupção / sonegação / lavagem de dinheiro / drogas / violência de toda espécie). Só na fachada era lindo.
Texto fundamental para se entender aonde o Brasil foi se meter.
K G DA
Ruy, só uma correção: dá para jogar na loteria pelo celular, assim como em outras apostas da caixa...
Com a diferença de saber se ganhou ou perdeu e replicar a aposta não ser uma questão de instantes
Vc se apossou do meu comentário, mas é isso, Ruy já confessou ene vezes que é um ser analógico, sobrevivendo como um outsider neste mundo digital. Saúde e Paz!
Parece propaganda de bebidas e no final, beba com moderção.
Com moderação até capotar no chão
Nos meus tempos de estudante de direito na São Francisco, quando vivia na pindaÃba, sempre apostava em uma loteca, com letreiro de neon, uma pequena loja no centro da cidade. As mensagens publicitárias que prometiam uma fortuna fácil tremulavam ligeiramente, como se hesitassem em anunciar aquilo que, paradoxalmente, parecia ser uma verdade absoluta e, ao mesmo tempo, uma provocação. Atravessar aquela porta significava um desafio, uma promessa de riqueza, que parecia possÃvel para tantos outros.
Exato. Esclarece. No meio psi, empregamos 'adicção' vem d latim 'addictum', romano, era homem q se convertia em escravo por não dispor de recursos para comprir compromisso contraÃdo. Tratava d pessoa q não soube ou não pôde preservar aquilo q conferia identidade. Adicto é alguém q perdeu a identidade, despojado d ser sujeito, dependente de outrem p saldar sua dÃvida. "Para ser alguma coisa, devia aceitar q não era ninguém". Drogadicção é alguém q perdeu ser sujeito diante d uma tentação:
tentação qualquer: álcool, drogas lÃcitas ou ilÃcitas, jogos d azar, etc. O ex-sujeito diante d jogo ou inserido num grupo perde sua identidade e adota a do grupo ou do ambiente tóxico, ilegal ou imoral, q o obriga sem-querer a jogar compulsivamente (sem autocontrole), sem dedisão d hora d parar, daà até perder tudo, inclusive a dignidade e familia. E pensar q há cristãos q defendem valores como familia, dignidade, amor ao próximo.
Caribe, anos 80. Hotel 5 stars, pago pelo patrão. Cassino para quebrar a monotonia. Bebida de graça na roleta. Pedi US$ 50 em fichas e um Chivas. Apostei tudo no 26. Na cabeça. US$ 50 x 35 = US$ 1.750. Todos pensaram: ‘esse cara deve ser paranormal! Rodada seguinte. Todos esperam eu apostar. Joguei US$ 50 no 26 de novo. Todos fizeram o mesmo. Se deram mal! Deu 30. Caà fora com US$ 1.700 e com uma boa companhia para passar a noite. Isso é jogar com reponsabilidade e com aquilo voltado para a lua.
Hahaha! Tenho uma história parecida, menos, digamos, glamurosa. Troquei de emprego e a turma tinha hábito de montar um bingo interno. Tanto insistiram, que entrei. Ganhei alguns milhares de cruzeiros (deu para trocar a geladeira). Nunca mais joguei, para ódio dos demais.
A liberação dessas apostas online é absurda em um paÃs onde, teoricamente, o jogo é proibido.
O jogo é proibido? A Caixa Econômica Federal é uma jogatina só.
Essa mensagem nos comerciais de "bets" é cÃnica, como também é cÃnica a participação de Galvão Bueno como garoto de propaganda de uma delas: "Esta é séria", diz ele.
Jogar é uma das boas coisas da vida. Já joguei em cerca de 20 casinos ao redor do mundo, desde Estocolmo até em um barco no Mississipi, onde fiz um Royal Street Flash na poquer machine. Claro que perdi mais do que ganhei, mas que é bom isto lá é.
Grato Raimundo. Finalmente alguém me analisou.
Ora bolas, jogar futebol, basquete, volei, são coisas boas da vida. Mas jogar em casinos, onde os donos-empresários sabem como ganhar trilhões d vezes mais q o melhor jogador, não é bur rice, é insanidade psÃquica. Pode até ser uma diversão para aqueles q tem muito dinheiro e autocontrole. Mas para não-sujeitos, pessoas mais-pathos e menos-logos, está condenado a não-liberdade. É um adicto.
Emocionante.
Parabéns, Ruy, pela excelente coluna, uma das melhores sua, e de todo o jornal, que já li. Palmas.
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