Martin Wolf > Os benefícios e limites da privatização Voltar
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Há empresas que tem uma cultura de eficiência, sendo estatais ou não. A Comlurb no Rio é um exemplo positivo, enquanto a antiga Cedae é um exemplo negativo. Entre as privadas, a Light sempre funcionou bem, ao contrário da Enel. É como no futebol: a SAF funcionou muito bem no Botafogo, nem tanto no Vasco.
Bom mesmo é a estatização de tudo. Os exemplos são abundantes.
O PT, tão crÃtico das agências reguladoras, no governo Dilma designou para a Diretoria de Fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar · ANS um advogado de longa data dos planos de saúde. Depois, diante do clamor popular, fez com que o mesmo fosse transferido para a Diretoria Administrativa, mas ele votava nas deliberações da Agência, é claro, e é isto que importa. Há muita hipocrisia quando o assunto são os reguladores.
"Mas os reguladores podem ser capturados —e muitas vezes são." SIm, muitas vezes são capturados, mas nem sempre. No Brasil, da esquerda à direita, todos reclamam das agências reguladoras, mas ninguém faz absolutamente nada para aperfeiçoa-las. Pelo contrário, todos os partidos, sem exceção, disputam acirradamente o direito de "vender" diretorias das agências aos setores fiscalizados.
Tudo isso é óbvio. Se, por algum motivo, o consumidor final não tem alternativa, é insensato confiar no mercado para fornecer os produtos e serviços. Agências reguladoras são quase sempre uma falsa solução nesses casos, pois acabam capturadas pelos oligopólios privados. A grande questão que se coloca é: por que os especialistas repetiram por tanto tempo o discurso "privatiza que resolve"? Por que algumas obviedades demoram quarenta anos para serem percebidas? A quem interessa essa distração?
O presidente do BTG anunciou que o mercado privatizou três das maiores empresas estatais, todas monopólios. E chamou a atenção para a passividade da população diante do assédio. Lembro que não é possÃvel constituir agência reguladora, pois elas são capturadas imediatamente com a porta giratória. Presidentes das agências se tornam diretores das empresas controladas. O economista chefe do BTG é o antigo secretário do tesouro do governo do golpista Bolsonaro, Mansueto Almeida.
Enel em SP e a cada garoa milhares ficam sem energia . O pior de tudo é que aqueles que tem prejuÃzos provavelmente foram aqueles que votaram nos polÃticos das privatizações selvagens.
No brasil transformar monopólios públicos em monopólios ou oligopólios privados foi a coisa mais criminosa contra o povo brasileiro .Todos sabemos que aqui regulação náo funciona pois a fiscalização é capturada pelas megas empresas. Defender privatizações no brasil é defender carteis .
O argumento contra, no entanto, é que, na ausência de monitoramento eficaz e penalidades credÃveis, os fornecedores privados se tornarão extratores de renda implacáveis: eles entregarão bens e serviços de baixa qualidade, imporão vários custos ocultos e transferirão riscos para outros, principalmente os contribuintes. Se assim for, deve-se enfatizar, este seria um comportamento totalmente racional. A resposta tem que ser a regulação. Mas os reguladores podem ser capturados —e muitas vezes são.
Sugeriria a leitura do artigo ao atual Presidente da Argentina. Nossos amigos e vizinhos merecem prosperidade e um pouco de calma depois de tanto tempo de sofrimento.
O governo é horrÃvel como gestor, mas o maior problema é a ingerência politica nas agencias reguladores, estas sim deveriam funcionar bem e evitar que as privatizações falhem. A competição sempre é salutar e menos governo é sempre mais econômico , mas o problema, pelo menos aqui no brasil é a corrupção e a falta de espirito republicano, sem contar um judiciário lento e sem vontade de cumprir as leia, o exemplo recente são as multas aplicadas a ENEL que permanecem no limbo da justiça.
Discussão importantÃssima. Se por um lado a ineficiência do Estado como "empresário" é irrefutável, por outro é uma ilusão acreditar que as privatizações por si só representam a solução dos graves problemas nos segmentos econômicos em que são adotadas, como celebram os dogmáticos do livre mercado. Pontos de equilÃbrio devem ser encontrados.
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