Reinaldo José Lopes > Um guia científico para conversas na ceia Voltar
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Quando não consigo aplicar a inteligência emocional, mando ler e ver os professores Jessé e e João Cezar de Castro Rocha, especialmente ver o podcast subsolo com os dois.
Procuro me divertir nestas ocasiões. Falo (mais) absurdos que se coadunam com o que diz meu interlocutor e apenas acompanho sua empolgação com seus próprios disparates. Evito o confronto e garanto alguns sorrisos.
Como ninguém vence uma discussão (emotiva), o melhor é evitar. Minha estratégia diante de pessoas com discursos incisivos/categóricos é dizer: "não sei"; "desconheço". Ciente de que homens e mulheres usam, em média, cerca de 16 mil palavras por dia, nada mais plausÃvel de que se equivoquem. Aliás, pesquisas sugerem que, independente da atividade ou tarefa realizada, humanos cometem entre 3 e 6 erros por hora e, em média, 50 erros por dia.
Minha estratégia para essas situações é encerrar qualquer pseudodebate com a frase: "é complexo...", com muitas reticências. É infalÃvel! Geralmente respondem: " é mesmo", e continuamos seres civilizados em uma mesa jogando conversa fora.
Enfrentar as festas de fim de ano, mesmo sem essas situações de pessoas que acham que sabem de tudo e que querem expressar suas opiniões tortas para todos ouvirem (e, se possÃvel, aplaudir), já é uma tarefa muitas vezes inglórias. Se não quiser estender muito o sofrimento, sem gastar vela boa com mau defunto, sugiro apenas o genérico "é mesmo? eu não sabia. Me conte mais a respeito". Em seguida, deixe de prestar atenção na resposta e saia de perto assim que possÃvel. Funciona.
O verdadeiro significado do dia renegado a discussões ideológicas que nada amenizam o sofrimento humano. Enquanto alguns tem esse direito de reunião numa mesa farta, tendo de engolir a famÃlia " que arrepia" milhares ao relento e desde quando mesmo??
O cenário é familiar: a mesa enfeitada com toalhas brancas bordadas, taças de cristal tilintando a cada brinde e, entre garfadas de peru e pedaços de panetone, frases carregadas de certezas absolutas são lançadas como petardos. A ceia de Natal, outrora um momento de reflexão e harmonia, torna-se uma arena de gladiadores verbais. O primeiro ataque vem, quase inevitavelmente, do tio que lê manchetes de WhatsApp como quem consulta oráculos: Esses direitos humanos só servem para proteger vagabundo!
Na minha cabeça é melhor deixar o pseudo intelectual de lado. Não adianta citar Shakespeare enquanto do outro lado tem um primata arremessando fezes.
Ah mas deixar o cara desconcertado pode provocar mais uma série de disparates ou deixá-lo “sem palavras “. De qualquer forma isso exporia a fragilidade das suas afirmações.
Realmente, não está sendo fácil para a extrema-esquerda que, primeiramente, perdeu as ruas e com o advento da internet perdeu o monopólio do debate público.Antes ela falava sozinha. Confrontada nas redes sociais perdeu o rumo e foi desmascarada. Hoje,ela defende a censura e é contra a anistia. Essa estratégia das perguntas funciona muito bem contra a extrema-esquerda, porque ela é a contradição personificada.
Cuidado, patriota. O tiü França começou assim, e acabou daquele jeito. Melhor tratar a sua doença bolsonarista, antes que piore.
A esquerda lê, estuda, reflete. São intelectuais. Já a extrema direita vive de fake news, adora pneu, odeia a cultura, apoia ditadura militar e pede ajuda aos extraterrestres. Aà está a diferença da civilização para a barbárie.
A propósito: sem anistia!
Um, dois, três, acusado! Kkkk
Arriscado, hein mané! A esquerda, e mais dinda a extrema, costuma estar bem embasada nos seus argumentos e na sua fundamentação teórica. Pode sair chamuscado do debate de “ideias”. Se cuida, gado, afinal é natal.
Uma alternativa é puxar o conviva para a racionalidade usando suas próprias paixões: "Tudo é culpa desses comunistas chineses. A cada ano a siderurgia deles sozinha produz mais CO2 que todo o nosso desmatamento e queimadas!"
Pode até ser mas estamos pau a pau nesse embate. O problema é que a nossa contribuição é puramente destrutiva.
Sócrates foi condenado a beber veneno por prática semelhante à recomendada.
Ótima dica, Reinaldo. Feliz Natal!
Entrando na brincadeira: e se nós tivermos novamente um MÃnimo de Maunder, não resolveria?
Ótima dica Reinaldo! Mas se me permite, tenho também mais uma estratégia a contribuir.: ser ainda mais sem noção. Uma vez meu cunhado afirmou que a Terra era plana. De forma indignada, virei pra ele e disse que estava tremendamente errado, afinal o planeta era triangular! Como um grande pedaço de pizza! E que a lua era sua azeitona! Ser mais delirante que o delÃrio, as vezes pode ser pedagógico.
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