Às vezes acho que os sonhos são como dejetos mentais. Tão necessários como esses para quem sonha, mas é meio estranho se debruçar sobre eles, (a não ser com propósitos médicos como acreditava o Freud). Essas obras de Goya parecem algo desse tipo, tanto que aparentemente o artista não as pintou para exibição.

Que texto maravilhoso! Que riqueza é esse museu.

Além das salas dedicadas a Goya no Prado, ele pintou os frescos que decoram a Ermida de San Antônio de La Florida, onde também estão os restos mortais do pintor. Valem uma visita.

Além das pinturas negras, as gravuras Os desastres da Guerra. O Prado é repleto de tesouros, mas as salas dedicadas a Goya são as mais impactantes, inesquecíveis. Ele era mesmo um gênio raro. E corajoso. Era o favorito da corte até que teve o desplante de pintar a família real exatamente como era. Está lá, feia, como é agora o ex-rei que já foi popular quando defendeu a democracia contra um golpe fascista. Só que aqueles não tinham os dentes, e se notava. Goya foi uma revolução.

Excelente texto. Uma viagem literária pelas imagens. Aliás, li o texto antes de visitar as imagens. Sensacional. Ah uma inquietante semelhança com a a sociedade contemporânea. O “Duelo a garrotazo” parece manchete recorrente.