Taí, gostei do artigo e de todos comentários!

E sim, no conflito com Wallis, Hobbes misturou tudo: oposição política entre ambos, a recusa a admitirem Hobbes na Royal Society etc etc. Agora, é claro que o fato de a teoria hobbesiana ser consistente com a tese da quadratura do círculo não quer dizer, claro, que esta última proceda.

Para Hobbes, fazia sentido sustentar a quadratura do círculo (como corretamente explica Marcelo Viana, a ideia de que o número pi é racional), bem como a comensurabilidade da diagonal pelos lados do quadrado, porque entendia a matemática como criação humana - e portanto algo que nossa mente criou não poderia ser irracional. Ou seja, a razão do diâmetro ou do raio pela circunferência teria que ser algo com razão. Isso, simplificando as coisas, porque não sou matemático.

E a circulatura de um quadrado, Marcelo, é possível?

Será que é possível a quadratura se o quadrado tiver cantos arredondados? Por exemplo cantos com raios iguais a uma determinada fração do raio do círculo?

Na matemática, a discussão da quadratura do círculo durou séculos. O Leviatã de Hobbes é um dos textos fundadores da teoria política moderna. Diz que os seres humanos são egoístas e no Estado de Natureza a vida era "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta". Uma guerra de todos contra todos. Pinker diz que Hobbes e Rousseau conheciam nada sobre a vida antes da civilização. As versões hobbesiana e a rousseauísta da história humana têm implicações políticas. Graeber e Wengrow propõem outra

Não é surpresa o prof. Marcelo Viana dizer que recebe três ou quatro soluções da quadratura do círculo por ano! Perguntem aos responsáveis pelas principais faculdades de engenharia mecânica ou institutos de física do Brasil se eles também não recebem frequentemente vários projetos de moto perpétuo (ou moto contínuo, como também é chamado) para analisar e construir. E o pior é que, quando são recusados devido à sua impossibilidade, os "inventores" chamam os engenheiros e físicos de "bitolados"!