Oi, Alberto. Não é a perspectiva saudável. Se se propõe e começa agir para ser 'o farol da nação islâmica' sabendo que o Irã já se auto concedeu a liderança e com incentivos a conflitos que sustenta descaradamente, coisa boa não deve emergir. Há na região os Taliban, os Aiatolás da Ira xiitas, os xiitas do Iraque... e as dezenas de organizações militantes bem armadas, também como 'faróis' acesos. Uma coisa é certa; mais coisas horríveis em contínuos andamentos.

Para quem preza a liberdade, as perspectivas não são mesmo animadoras. Por outro lado, as populações da região, quando chamadas a escolher, parecem preferir regimes islâmicos a ditaduras laicas. Houve os casos do Irã, Egito e Turquia nas últimas décadas, e agora a Síria.

Paz só com o loteamento da Síria, com processo já em andamento.

A análise da Profa. Muna se apresenta como congruente. Se o modelo mental do novo regime sírio é essencialmente autoritário-radical, não é razoável que entregue resultados democráticos como eleições livres e justas, autonomia das instituições de controle (como o Judiciário) e liberdade para as mulheres, etnias e religiões diversas do islamismo. Aqui, levo em conta o argumento institucionalista, não o culturalista que tenta eventualmente justificar abusos em nome da diversidade cultural.

A Síria vai precisar fazer alianças para reconstruir o país, as conveniências falaram mais alto do que a ideologia e a Síria terá a possibilidade de se democratizar, essa é uma visão otimista.

Viver numa democracia é uma arte. Autoritarismo é fácil para uns e difícil para outros, como tudo na vida. Mas na democracia exige paciência, diálogo, negociação, muita negociação, respeito pelas leis, vidas, raças e a difícil arte de conviver com quem pensa diferente. Muita educação e ética. As pessoas que, por natureza são autoritárias, em qualquer extremo, não aceitam. E aí, nasce o conflito! Pronto! Está feita a desgraça!

A Síria é um Estado laico. Será? Ou é um Estado cujo chefe mantinha separado religião e política? Lembro que na escola enfatizavam as diferenças entre Estado, governo e nação. Mas a enfase não era um instrumento do auto-engano do ocidente? Uma nação religiosa pode manter um Estado laico? o estado Brasileiro é inteiramente laico? Eu sou ateu, mas procuro não ser cego.

Será mais um Ditador, como a História mostra, será pior do que o antecedor até a sua derrubada esse povo não sabe viver sem Democracia, há ver.

...." a Síria será "um farol para a nação islâmica". A nação islâmica é transnacional. A dúvida é real e marcante quanto ao futuro, mesmo o próximo.