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"As palavras mudam a realidade ou a realidade muda as palavras?" Se, por 'realidade', entendermos 'pensamento', o tema de fundo é o relativismo linguÃstico. Os relativistas parece que entraram 'em risco de extinção' - talvez desalojados pelo dilúvio de achados neurocientÃficos das últimas décadas. Contra eles, há, por exemplo, um trabalho demonstrando que o grafismo dos sÃmbolos, em todas as escritas, foi condicionado por nossas experiências espaciais. Mas a realidade pode ser impensável...
Os tempos mudam e a literalidade também, embora a geração de hoje não tenha nenhum interesse em saber usar para um bom comunicar. O negócio é abreviar tudo ou enxergar preconceito onde nunca existiu, como no caso do bolo de chocolate chamado nega maluca ou da prenda gaúcha...
Para o meu gosto, o samba irreverente de Sérgio Porto contém um dos mais belos versos da nossa música popular. O singelo: "Ô-ô-ô-ô-ô-ô, o trem tá atrasado ou já passou?".
O Zé comenta aqui que é nosso complexo de vira lata. Incompetência não tem bandeira. A Itália tinha o mito de que só Mussolini tinha conseguido colocar os trens pontuais. Depois constatou-se que era mito, fakenews. Nem ele.
Esse verso é a exaltação do complexo de vira lata. É como se dissesse: não somos um paÃs sério.
O "Samba do Crioulo Doido", de Sérgio Porto (ou 'Stanislaw Ponte Preta') foi lançado pelo conjunto vocal feminino (originalmente composto de quatro irmãs baianas, mas radicadas no Rio de Janeiro) 'Quarteto em Cy' com participação do autor na parte falada introdutória. Nunca soube de que tenha havido um registro de um outro grupo paulistano. Se houve, desconheço e critico só mencionarem esse (suposto) registro sem aludir ao 'Quarteto' que lançou a música com sucesso
Que delÃcia ler um texto tão interessante e tão bem escrito.
A descoberta do óbvio parece ser a grande reviravolta epistemológica de 2025 para o jornalismo brasileiro. Sugiro que esses profissionais redescubram também as deliciosas diferenças entre o sentido literal e o sentido figurado, as figuras de linguagem, as paródias e, quem sabe um dia, redescubram a diferença entre dedução, indução, e, já sonhando, até mesmo o silogismo e todo o inestimável edifÃcio da lógica clássica.
Muito bom. Pena que os orwellianos não entendam que significados mudam e que não estamos mais no século XIX.
Ótimo artigo. Usa exemplos reais, dos quais provavelmente os mais jovens não tinham conhecimento, para defender um ponto-de-vista consistente.
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A Folha é tão preconceituosa, que até comentários sobre preconceito ela censura.
Essa coisa de tudo ser racista já encheu a paciência. Há casos, literalmente de polÃcia. Mas esses vigilantes em tempo integral são uns chatos. Há algum tempo, li uma entrevista do Mano Brown sobre a primeira vez que encontrou o Criolo. Brown comentou que Criolo não era criolo , era mulato. Comentou sem nenhum preconceito, evidentemente.
Professora ThaÃs sempre enriquecedora nas informações e elucubrações.
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