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DEBIE DOS SANTOS BASTOS
Gosto de Karen Armstrong, sobretudo a obra "Uma história de Deus". Mais compaixão e menos política.
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Marcos Benassi
Ah, minha cara, *compaixão*, essa noção tão esquecida quanto distorcida... Tem nada que ver com Piedade, tudo em comum com Humanidade, em tudo desprezada por nossa prática neoliberalóide...
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Marcos Benassi
Juliano, caríssimo, que eu veja de modo constante, consistentemente reflexivo, decentemente crítico, é você e a Anna Virgínia. Não acompanho blog algum sobre o tema, devo perder algumas vozes de boa qualidade. Já li o Valdinei Ferreira e o Daniel Guanaes, que achei gente Bípede de verdade; também uma vereadora da quebrada, Mana evangélica da qual me foge o nome. Enfim, como ao Celso Barros, agradeço as dicas de leitura, acho inescapável um ano de novos livros e idéias. Questão de saúde mental.
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Felipe Vasconcelos
Ô, meu caro! Nomes interessantes! E como vai a Virada, e o bolão da Mega-Sena!? Concordo com a tripla unificada de ideias, assim como as tripas pitagóricas. Os líderes religiosos se adaptaram no passado a sociedades com escravidão, e atualmente se adaptaram a sociedades mais democráticas, como Holanda e Escandinávia, então é melhor estas últimas do que as do passado. Bons nomes e boas indicações!
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Nilton Silva
Pra mim, quem tem pastor é ovelha. E com ovelha pode haver diálogo?
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José Cardoso
Taí um debate interessante. Marilena Chauí, conhecedora de Spinoza, debatendo com o Malafaia o modo correto de interpretar a Bíblia. À luz da obra Tratado Teológico Político do filósofo holandês.
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jose prado
A consultoria vende bem, né!
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Alberto Melis Bianconi
Está tudo muito bem, tudo muito bom, mas eu me pergunto qual lado é originalmente intolerante? Quem começou a briga? O gay que era discriminado pela sociedade como um todo e hoje encontrou algum espaço, ou o evangélico? As mulheres e os negros que por mais que venham de uma luta secular continuam longe da condição de igualdade, ou o proselitismo religioso tão ao gosto das igrejas evangélicas?
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Marcos Benassi
Olha, meu caro Alberto, antes de me preocupar com o dono da intolerância original, ocupo-me de como encontrar a tolerância presente. Não deixo de assinar embaixo de sua reflexão, crendo que apenas boto-a em formato diferente: como posso, de modo incréu, favorecer o avanço dessas considerações tão bípedes entre aqueles que se dizem cristãos? Nada disso que você aponta será antiético ao cristianismo; a troco de que não conseguimos, então, que seja objetivo comum? Parece-me o Mistério Central.
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Romualdo Polonio
Apesar de católico, desde criança as igrejas evangélicas tiveram meu respeito e admiração, mas com o decorrer dos anos, nessa disputa, a todo custo, por fieis, as coisas mudaram, e se enveredaram por caminhos obscuros, mais prosperidade e menos Jesus. A pergunta sempre atual é: querem converter o outro a Jesus ou à sua igreja? Sem contar com a intolerância religiosa que grande parte dos evangélicos propagam em nosso meio.
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Felipe Araújo Braga
Felipe Vasconcelos: não há nada mais sistêmico do que o pentecostal. Estão completamente adaptados ao contexto brasileiro de pobreza e desigualdade. Abundam nas periferias e entre as classes mais pobres justamente porque onde o Estado não entregou nada essas igrejas ofereceram consolo e uma rede de assistência social mínima. Hoje votam na extrema direita e defendem políticas que são contra si mesmos, ampliando sua própria exploração e os privilégios das elites.
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Marcos Benassi
Felipes, meus caros, será que isso não se deve a uma dupla identidade? Digo, identidades propositalmente isoladas entre si, de cristão e de cidadão, que acabam, em vez de conjugadas e empoderadas, apartadas e contraditórias. Tudo muito sumário, mas reflito se este fenômeno não é proposital, por parte de quem usa o poder religioso com fins perfeitamente seculares. Enfim, vejamos que mais há abaixo.
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Marcos Benassi
Ôôô, meus caros, pela densidade da discussão, percebe-se o estofo e a intenção dos debatedores. Pros colegas que dão valor a isso, é sempre bom poder acompanhá-la em uma tripa unificada de ideias. Se não for muita chatice de minha parte, eu sugeriria não fragmentá-la. Mas agradeço a boa qualidade.
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Felipe Araújo Braga
Não se trata da derrubada do capitalismo. A esquerda brasileira progressista não deseja derrubar o capitalismo, deseja sim um Estado do Bem Estar Social semelhante ao que ocorre na Europa, distribuição de renda e melhores oportunidades para a maior parte da população. Já a direita quer manter a concentração de renda, não quer mexer na desigualdade e quer manter o mercado sem regulação econômica.
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Felipe Vasconcelos
Eles podem ser sistêmicos ao recusarem a derrubada do capitalismo. Falei no sentido de que alguns deles questionam as instituições da democracia liberal (STF etc.) e também os valores de comportamentos progressistas, algo perigoso que podia ser visto no governo do último presidente.
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Antonio Eustaquio
Ainda há muito obscurantismo. Ainda ontem minha esposa foi ao hospital luxemburgo em Bh fazer uma visita e tinha um pastor la falando que todas as igrejas vão ser fechadas!
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adenor Dias
O mundo evoluiu, mas o Brasil continua com seu cristianismo arcaico. A luta das religiões, é manter o povo inculto, pois assim são obrigado a acreditar em milagres e, em vida após a morte. Os inteligentes, conduz os bobos...
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Marcos Benassi
Adenor, meu caro, "cristianismo arcaico" não é o que se tem pelaqui, sabe? É algo que eu entendi quando morei em Braga, a "cidade dos bispos", lá em Portugal, lugar catolicíssimo, repleto de igrejas. Duas coisas me saltaram aos olhos: uma senhora que, na rua, ajoelhou-se a rezar defronte um pequeno nicho, num ato público de contrição e fé (belo arcaísmo). Em oposição, a fé tarada que mantém, na Sé de Braga um salão de relíquias, pedacinhos variados de Santos ou de objetos. Arcaísmo tosco, esse.
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Alberto Melis Bianconi
O Brasil e os EUA, né Adenor?
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Rodrigo Flexa
A Folha da espaço para essas tranqueiras apenas porque ganha em publicidade.
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Felipe Vasconcelos
Considere, por exemplo, o caso da pastora que evita usar o termo ile e elu, pois, só por ser filiada ao PSOL e grande amiga e eleitora de Henrique Vieira, é associada com a esquerda radical. Esse Spyer é muito esperto...
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Felipe Vasconcelos
Diálogo entre ciência e religião é uma expressão equivovada. O sentido existencial da vida não pode ser testado pelo método científico. O diálogo é entre filosofias materialistas e religião. Fizeram a aposta errada no desencanto da modernidade, e agora estão tendo que voltar atrás. Para o sociólogo a sociedade explica a religião. Para o religioso o espiritual explica a sociedade. O inverso. O pentecostal é antissistêmico, por isso tentam domá-lo.
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Alberto Melis Bianconi
* foi mal: ser antissistema é marketing pentecostal.
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Alberto Melis Bianconi
O conflito entre ciência e religião existe, o diálogo não porque não existe intersecção possível entre os dois campos. Não existe um sentido não existencial da vida, as coisas reais não são obrigadas a fazer sentido. É chato, mas é simples. E ser multissistêmico é marketing pentecostal.
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Felipe Araújo Braga
O petencostalismo no Brasil ganha terreno justamente nos contextos de pobreza e abandono pelo Estado, onde essas igrejas dão assistência social mínima e consolo existencial. Hoje, diante da emergência da extrema direita, onde muitos evangélicos a apoiam pelo discurso econômico e de costumes, vemos que o pentecostalismo é extremamente sistêmico: apoia o sistema social brasileiro em sua desigualdade, justificando o mesmo sistema.
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Felipe Araújo Braga
Eu sou espírita e tenho raízes católicas. Por que diabos eu quero saber dos evangélicos? Gostaria que os evangélicos praticassem a religião deles e não enchessem o saco meu e do resto da humanidade que não compartilha das mesmas crenças que eles, será pedir muito?! Marcelo Rede foi meu professor na USP e aprendi muito com ele: aliás, eu conheço melhor a Bíblia - história e literatura - do que muito pastor que nem sabe ler, mas sabe pedir dízimo!
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Telma Saraiva
Sinceramente? Acho que não gosto da ideia de haver gente querendo pesquisar evangélicos com lentes de aumento. Soa atitude preconceituosa. Os evangélicos estão longe de ser um todo homogêneo e os detratores ,ao atacar as besteiras que a bancada evangélica faz - que não me representa - acabam atingindo a todos.
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Felipe Vasconcelos
Alberto, o espanto não necessariamente é uma reação diante do bizarro. Um americano e um sueco podem se espantar com as diferenças culturais um do outro. E nesse caso, não há desigualdade de prestígio entre ambos na ordem internacional. Concordo, religiões de matriz africana não podem ser perseguidas.
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Alberto Melis Bianconi
Felipe, acho que a Telma tem sua razão, ela não quer ser vista como diferente e provocadora de espanto. E porque deveria? No Brasil, protestante e evangélicos sempre foram aceitos como cidadãos plenos. A questão é se minorias, especialmente minorias religiosas, podem compartilhar plenamente, igualitariamente, essa sociedade com o público evangélico?
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Felipe Vasconcelos
A pesquisa tem a ver com observar comportamentos e analisar discursos. O espanto pelo diferente é o primeiro passo para a aproximação e diálogo.
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