Com o aumento das dificuldades e da impaciência as pessoas não conseguem se controlar e se tornam agressivas, é geral. O mundo caminha para essa divisão em 3 partes, a dúvida era sobre a Europa ou Rússia. O que Orwell viu foi a robotização do ser humano provocada pelos que aspiram dominar, e consentida pela indolência espiritual dos indivíduos. Os homens vão articulando, os megalomaníacos sempre sonham com domínio absoluto e vão urdindo seus planos. Todos reencarnam para evoluir espiritualmente.

A Europa manteve-se passiva por estes anos, a acreditar que 2016 tinha sido um ato isolado, mas também porque não é um país, não tem uma geoestratégia conjunta, é sempre a soma de 27 e mais alguns. No entanto agora está obrigada a mudar tudo, e aí sim, constituir esse tal poder extra.

Só mesmo mesmo uma pessoa ingênua pensaria que o verborrágico Trump iria ficar contra a Rússia. Esse tempo acabou. Quem não lembra da imprensa haver comentado que a Rússia interferiu na eleição de Bider, com Trump e o filho pelo meio? Quem vai sentir mesmo é a indústria americana de armas de guerra.

Rui, honestidade intelectual. Zelenski, na toca da raposa, começou a briga. Ergueu o tom da conversa diante do presidente dos EUA, vice e imprensa. Levou um direto no queixo, sem mais julgamento, merecido. Tanto que já arregou e disse que quer a liderança do Laranja.

Excelente. Eu sou um pouco mais otimista (muito pouco). Não faz muito sentido um bloco soviético, e Trump usa a Rússia para manter a UE submissa. A UE é a única candidata a terceiro bloco, e acho que três é melhor do que dois no caso, nos aproximaria do multilateralismo. E poderia tentar preservar o legado liberal democrático, que é também um pouco nosso, e que Trump está rasgando.

Há uma diferença em relação ao mundo do pós guerra que é a integração comercial. O Brasil por exemplo está na "Oceânia" mas com profunda integração comercial com a "Lestásia". Aliás, os EUA também estão visceralmente ligados à China. Já a Rússia é uma superpotência militar menos integrada comercialmente ao resto do mundo. Até por isso se tornou mais instável e perigosa.

Uma futura memória de Agora, Agora e Mais Agora, Rui? Como sempre, lúcido e preciso!

Este foi um acerto da Folha, a coluna deste Rui. Orwell foi mesmo grande. O livro dele sobre sua participação na Guerra Civil de Espanha, e sua visão, é ótimo também. O acerto da Europa ter-se organizado em uma união no pós guerra é claro. E o Brexit o maior erro da Grã Bretanha.

Será que os europeus estão dispostos mesmo a sacrificarem seus bem viveres, a fleuma e o pedantismo em rrica de sua segurança?

Vai Europa! Agora só falta arrumar segurança energética, logística, armas, indústria, bebês e uma identidade cultural unificada que seja pós-identitária mas que ao mesmo tempo afirme as identidades que importam. Vai dar certo, confia, os burocratas são gênios.

O Rui exercita o lado político e esquece do historiador. Como moro metade do ano em Portugal e a outra metade no Brasil, dois Países democráticos e altamente corruptos, posso afirmar que o texto tem pouca realidade e muito romance. Só uma dica para os mentirosos de plantão: A Rússia não tem restrição alguma que Kiev entre para UÉ. Só não quer a OTAN no seu portão.

Texto perfeito.

Lembrei aqui de um potente e inútil livro, não um romance, mas um livro de História da historiadora norte-americana, Barbara, W. Tuchman, A marcha da insensatez : de Tróia ao Vietnã. Se ela fosse reescrever esse livro hoje, para ninguém ler, o título talvez fosse, A marcha da insensatez : de Tróia ao fim de tudo. A História se repete porque a insensatez humana se repete, mas existem insensatos mais insensatos que outros. E esse duroc americano é um deles. O alfeire aplaude e chafurda em si mesmo

A Rússia de Putin quer a Ucrânia e já detém 25%, os EUA querem o sub-solo e Elon Musk vai salvar o que restar dos ucranianos enviando-os pra Marte. Simples assim...

A meu ver, bastariam Rui Tavares e Ruy Castro para fazerem da Folha um grande jornal. Tavares & Castro, os dois Ruyis. No texto acima, que nasce clássico, há, entre mancheia de pérolas, duas que destaco: Distopia de Orwell, que Trump não leu, mas faz; e a brutalidade não resultado, mas gênese do fascismo.

A lavagem cerebral eu entendi bem no livro 1984 de George Orwell. Parece que o jornalismo brasileiro continua trabalhando firme e forte para não permitir nossa nação pensar. 2+2 no Brasil tem que ser o que a elite quer. Ou seja (5)