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Por um lado, bom; por outro, nem tanto

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  1. Geraldo Lourenço Brita

    O tema da pauta é mais profundo do que parece. Senão, vejamos: pra que servem determinadas entidades no plano estudantil, por exemplo, refiro-me aos grêmios, centros acadêmicos e diretórios, que apenas, pela sua simples existência, desmobilizam a categoria ao invés do contrário, o que ocorreria, com mais probabilidade, se não existissem. Nessa mesma linha de raciocínios está inserida toda sorte de teorias que fundamentam a sempre utópica Anarquia! É, em última hipótese, uma questão de escolha!

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  2. Marcos Benassi

    Poi Zé, caro Ruy, Poi Zé, nem a boa cultura, nem a má, vivem sem dinheiro público, diretamente ou via renúncia fiscal. Bom para quem tem relações de brodagem com pessoal de marketing das empresas, que fazem desaguar algum dinheiro através da Rouanet. De todo modo, não acho má a existência do ministério, não: é preciso ter bala na agulha pra transformar Cultura em produto e, se possível, exportá-la. Nós não temos MGM ou Sony nossas. Que o Ministério faça tal papel.

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  3. Alcides alcantara

    Ruy repondo a verdade. Quer dizer, o Aparecido era um carreirista, sempre à sombra de alguém. Será que a "cultura" para sobreviver precisa de um ministério?

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    1. Marcos Benassi

      Prezado Alcides, boto uma fé que sim, precisa; não falo nem da Alta Cultura, mas de uma cultura popular com raízes na terra e em seu povo. À essa percepção, faço uma exceção, quando se trata dos moderninhos, nascidos já no contexto digital e plenamente capazes de fazer sua produção cultural autonomamente, sozinhos ou em grupos. Esses, são menos dependentes, porque dominam as ferramentas de criação e propagação. Todavia, dinheiro sempre ajuda, que dirá uma política pública de Cultura.

  4. José Cardoso

    É uma inutilidade, um sorvedouro de dinheiro público. Um exemplo é o recente e inédito Oscar. Não precisou de ministério, nem verba estatal para fazer seu filme.

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    1. Luiz Candido Borges

      Este caso foi uma exceção. E não bastou o filme, houve todo um trabalho de promoção junto à "comunidade de Hollywood", que é praxe para esse tipo de premiação. A Fernanda deve ter trabalhado mais depois do filme do que nas filmagens... Seguir o "mercado" é pretender concorrer com formidáveis máquinas de produção de "entretenimento" que moldaram a estética e o gosto de gerações: é impossível sem algum tipo de suporte institucional. Se você está preocupado com o desperdício, mire nos políticos!

    2. Athayde Carneiro

      cultura, educação e saúde são instâncias de primeira necessidade e têm de ser subsidiadas.

  5. Alessandra Alvim Teixeira

    A imprensa carioca/paulista, sempre bairrista e corporativa, foi desde o início uma inimiga do Ministério da Cultura. Lembro bem da campanha sórdida que fizeram contra o Ministro Aluísio Pimenta.

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  6. Alexandre Marcos Pereira

    Curioso, eu já ouvi sobre esse suposto encontro entre Zé Aparecido e Hermano Alves, mas com descrição completamente diferente. Com a verve irônica que lhe era peculiar, Hermano saudou o novo ministro com um sorriso enviesado: Parabéns, Zé! Agora, temos um ministro para dizer o que é cultura. O mineiro, rápido no raciocínio, rebateu: Melhor assim, Hermano. Até ontem, quem dizia era o chefe do DOI-CODI. Desconfio que cada um dos protagonistas deu sua própria versão do lendário encontro.

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    1. Alexandre Marcos Pereira

      Mestre Benassi, mais uma que aprendo: não usar todas as letras maiúsculas. Muito obrigado! Você deveria escrever um guia para driblar a censura da Fsp (viu, aprendi a lição, escrevi com letras minúsculas). Eu seria o primeiro leitor. Voltando ao assunto da criação do Ministério da Cultura, desde os primeiros debates sobre a criação da pasta, escritores, cineastas, artistas plásticos e músicos manifestaram reservas. O argumento era claro: a cultura, por sua própria natureza, deveria ser autônoma.

    2. Marcos Benassi

      Alexandre, foi o Fflch-Usp colocado todo em maiúsculas que te botou nas mãos da sençura. *Nunca* escreva acrônimos em maiúsculas, ainda que esta seja a regra ortográfica mais velha do que andar para frente com chinelas. Nada, nem Bndes ou Opas, *nada*. Existe uma modernidade, lançaram recentemente junto da inteligência artificial que se chama "whitelist", uma listagem de permissões excepcionais, nas quais se colocam palavras que podem furar a regra. Mas é demasiada inovação pra phôia...

    3. Alexandre Marcos Pereira

      Meu singelo comentário ao meu amigo Benassi foi censurado. No lugar, como venho fazendo, vou postar um trecho de James Joyce: Um pequeno campo de hirtas ervas daninhas e cardos fervilha de formas confusas, metade homem, metade cabra. Arrastando as longas caudas movem-se pra cá e pra lá, agressivas. A cara é levemente barbada, pontuda e cinzenta como látex. Um secreto pecado pessoal as conduz, fazendo-as agarrarem agora, como que em reação, a uma constante malevolência. Uma delas estreita em…

    4. Alexandre Marcos Pereira

      Benassi, o Zé Aparecido era uma figura. Ele mesmo alimentava essas histórias em torno dele. Não sei se esse diálogo realmente existiu, mas isso era um reflexo da tensão entre a memória da ditadura militar e a promessa da Nova República. O Ruy tem razão. Nessa época, eu era aluno da FFLCH-USP, think tank da Nova República, e muitos intelectuais dali questionavam por que um governo, qualquer governo, deveria ter a prerrogativa de definir e fomentar a cultura. Muita gente boa era contra.

    5. Marcos Benassi

      Hahahahah, excelente! Hahahahah!

  7. NACIB HETTI

    A cultura oficial sempre estará correndo o risco do dirigismo. Já a cultura real sobrevive e vive apesar dos "acidentes" políticos.

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  8. José Freitas

    Não vejo como o atual "dirigismo econômico" seria possivel sem o atual "dirigismo politico". no Minc. Ruy Castro se lembra de intelectuais de verdade que temiam que a "cultura" ficasse subordinada à politica, perdendo sua independência e prestigio. Certamente ele não fazia parte dessa "intelectualidade" porque até hoje não vê mal algum nessa subordinação. Quais foram os ultimos "Ministros da Cultura" escolhidos pelos ultimos presidentes? Nenhum deles se notabilizou pela sua independência !

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  9. AVELINO IGNACIO BUDU GARCIA

    Freud explica: afinal, o que querem as mulheres?

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    1. Marcos Benassi

      Budu, meu caro, foi um mal-entendido, que eu já tentei explicar a você, pelo qual peço sua compreensão. Sempre tive identidade com suas ideias e postagens, nunca apóio sençura. Mas se não tenho o poder de fazê-lo crer na minha "inocência" nesta questão, certamente não quero incomodá-lo mais. Fique tranquilo, não mais comentarei postagens suas. Desculpe-me pô tê-lo feito mal ao ponto de não ser compreendido, mea culpa.

    2. AVELINO IGNACIO BUDU GARCIA

      Benassi: pare de dar pitacos em comentários meus, os quais não tem entendido. Vou desenhar: Freud disse que as mulheres não sabem o que querem. Ruy disse a mesma coisa, dos artistas quando confrontados com o MinC. E ainda não paguei a FSP, esperando resposta a um comentário meu censurado por ela e o ato elogiado por você.

    3. Marcos Benassi

      Sei não se o Fróid deu conta de explicar a coisa, Budu. Explicou as neuroses, histerias e várias outras bossas; as Senhoras, todavia, não consta que as tenha desvendado - ao menos não em público. Se depender do Barbicha, nóis sifú.

  10. Marcos Loureiro

    Pois é Ruy. De toda forma sempre haverá um lado bom e outro ruim. É a vida.

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    1. Luiz Candido Borges

      Eu também não olho com bons olhos um ministério específico para a cultura, acharia melhor um ministério da preservação cultural, que poderia ter impedido tragédias como a acontecida há pouco tempo em Salvador. O perigo do dirigismo existe, assim como o do financiamento de obras de audiência quase nula, mas talvez seja um mal menor do que achar que o "mercado" selecionará os "talentos" dignos de sobreviver, haja vista o tipo de artista que consegue enriquecer hoje em dia. Os políticos são piores!

    2. José Freitas

      O lado bom é somente para os artistas - financiamento público de qualquer "arte" independente de sua qualidade. O lado ruim é a falta de acesso gratuito à cultura pelos cidadãos que pagam elevados impostos para sustentar os "artistas" que não conseguem sobreviver apenas de seu talento. Nada poderia ser pior para a Cultura do que escolher como "ministra" Margareth Menezes (?) que usa dinheiro público para financiar seus proprios "shows" , uma vez que ninguem se disporia a pagar pelo ingresso.