Leio sempre e admiro sua coluna, mas desnecessária a citação ao PSOL neste texto.

O texto estava indo muito bem até o momento da piadinha com o PSOL, que foi de extremo preconceito e tirou o foco do assunto. Não precisava demonstrar toda a sua aversão a este partido que luta pelos direitos dos mais vulneráveis.

É isso daí, meu caro Hélio, tô com o falecido e não abro. Já com sua proto-piadinha, tô não: foi tão preconceituosa com o Psol, partido que presta não pouco serviço de limpeza pública, quanto o fenômeno que você quis criticar, a mania de apontar preconceitos. Enfim, o centro da conversa é o botão vermelho: se o TrAmp e o Putin têm o botão da morte coletiva ao alcance dos dedos, não há porque cada um não ter o botão da cessação da própria vida. É simples, direto e correto.

Não tenho nada contra o direito à eutanásia, mas fiquei impressionado com um documentário que vi, se não me engano do canal suíço de língua francesa RTS (ou algum canal francês, não lembro) mostrando a facilidade de se obter uma na Suíça e Bélgica e como ela virou a solução até para o sentimento de solidão entre idosos. Também acolho alguns argumentos de quem é contra, inclusive ateus e agnósticos como Michel Houellebecq. Como diria Camus, o suicídio é a única questão verdadeiramente filosófica

O colunista poderia ter lembrado que Kahneman é um dos criadores da economia comportamental, que desancou Adam Smith e os seguidores da sua seita da mão invisível. Aquela q diz q se deve dar completa liberdade ao mercado para se obter o bem comum, como querem os neoliberais e libertários como ele.

Falou aquele que não vê mal em clubes racistas e acha q o Estado não deveria proibi-los. Que tal um torneio de futebol ou basquete no qual só se aceitassem jogadores brancos? O colunista certamente não veria mal. O colunista usa casos razoáveis como o de Kahneman pra demonizar ações do Estado de forma irrestrita, e de carona ridicularizar quem luta contra preconceitos. Desonestamente, não cita q o próprio Kahneman disse q seus rins estavam nas últimas, o q prenunciava muito sofrimento.

Só não entendi o comentário sobre o PSOl sendo que no Brasil é o outro espectro da política que busca deslegitimar as liberdades individuais.

Até agora tenho saúde pra dar e vender, mas acho que não suporto dores, por isso não descarto essa possibilidade, só passando pelos problemas, pra saber como administrar.

Morreu conforme viveu. Há uma diferença muito grande entre uma vida dada e uma vida construída. Com o crescimento da população idosa, no Brasil, nos próximos anos, eis um debate necessário e urgente. Chega de tabu e vamos respeitar a livre escolha dos indivíduos.

Atitude coerente com quem passou a vida buscando entender sobre ganhos, perdas e incertezas...Provavelmente o sistema 2 dele (o lado metódico, racionalizador) concluiu que foram 90 anos vividos e que não valeria apostar que os próximos 5 ou 10 anos fossem melhores.

Perfeito. A vida é nosso bem mais próprio, pois é logicamente intransferível. Se não tivermos soberania sobre nossas vidas, não há justificativa para dispormos de mais nada. Quem defende o direito à eutanásia não quer obrigar ninguém ao suicídio assistido. Quem defende a proibição quer legislar sobre um gesto incapaz de causar qualquer mal a qualquer outra pessoa. É óbvio. Mas obviedades que afetam o balanço da indústria farmacêutica tornam-se obscuras.

Sou totalmente favorável a atitude deste sr q ainda lúcido tomou uma decisão lógica sobre o que lhe esperava no futuro e do alto de sua autonomia achou melhor sair de cena sem correr o risco de perder a memória e se transformar em uma ameba e um fardo para a família. Meu único lamento é ter q atravessar o mundo e gastar muito dinheiro para realizar um direito personalíssimo q deveria ser previsto na legislação brasileira. Se o congresso trabalhasse né...

Li o artigo original, muito bem escrito por sinal. Não há o que contestar quanto a legitimidade da decisão, mas o artigo, bem mais longo, aborda a perplexidade de quem estava em volta com a decisão. Parece que ele tinha alguns primeiros sinais de demencia e resolveu se antecipar por meso de perder o controle, a la Still Alice. A sensação que fica é que se antecipou demais, o proprio autor do artigo nota certa incoerência entra a obra de Kahneman e a decisão

Que comentário nada a ver sobre o PSOL… Ficou destoando do resto do texto.

Ótimo artigo , Kahnemann , lúcido e grande pensador , tomou decisão sábia de vida bem vivida e pensada ! A notícia traz para nosotros brasilianos , horizontes mais racionais !