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Não sentir-se ofendido é um direito?

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  1. José Cardoso

    Minha pequena experiência com redes sociais (apenas grupos de zap) mostra que as pessoas religiosas até tendem ter mais couro grosso que as demais. O que tira do sério algumas pessoas, levando-as até a sair do grupo, é não suportarem o encaminhamento de mensagens direitistas, supostamente parciais e claramente propaganda política. Não é que sejam ofendidas pessoalmente, mas não querem digamos "descer" a esse nível.

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  2. Nilton Silva

    Perfeito. A Justiça precisa estar atenta ao pessoal muito suscetível a opiniões, no popular, ao pessoal mimimi. Esse pessoalzinho não quer debater quer, simplesmente, censurar e cancelar quem pensa diferente.

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  3. Marcos Benassi

    Xiiiiii, é pobrema, meu caro, até pelo espaço disponível. Assim posto, parece que existe um "dever de aceitar a possibilidade da ofensa". "Deus não existe" é fichinha, pois fala do externo; pensemos em "Preto, quando não KHaga na entrada, KHaga na saída": aí é que são elas. Deve-se ter a obrigação de aceitar essa possibilidade ao se entrar em um debate, tendo etnia como variável? E quando envolve a mentira, tipo "Pretos, por mais primitivos, não devem participar do debate público"? Sei não.

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    1. Marcos Benassi

      Ops, "conformar", descorretor infeliz...

    2. Marcos Benassi

      Poi Zé, caro André, a questão é como confirmar regras que, de modo estático - sem a necessidade do caso-a-caso - organizem o galinheiro. Essa, parece-me, é a grande dificuldade, a discriminação entre o legítimo e o ilegítimo.

    3. André Lievori

      Marcos, os dois exemplos que você apresentou estão baseados em ofensas e inverdades,.sei que não é sua opinião. Contudo o colunista expressou que o direito de não ser ofendido nao deve ser confundido com o direito de ser questionado, dentro de normas aceitas pela sociedade, o questionamento e até o confronte de idéias, deve ser preservado, incluindo crítica, questionamento, mantendo-se a boa regra de convivência - respeito - hombridade

  4. Gilberto Rosa

    Colocar que Deus não existe, é aceitável, não prejudica a ninguém. O que não dá, é para defender genocídio de Gaza, como fez Hélio, a eliminação indiscriminada de vidas não, tem justificativa aceitável.

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    1. Gilberto Rosa

      Temos ai o que é moralmente aceitável e o que é legalmente aceitável, ofender, á princípio, viola os dois, defender genocídio, viola a moral. A jogada dos big financiadores da extrema direita fascista, por meio de seus estimados calunistas, é pregar a nós, somente jogar acima da cintura, como um gentleman, ao mesmo tempo em que apoiam, as vezes com sutilezas e sofismas, dedo no olho e chute nas bolas dos outros.

    2. Marcos Benassi

      Ôôô, André, bom contraponto, porque bota a luz na diferença entre imprensa e Zap da tia, ou instas da vida: no jornalismo, a opinião/reportagem tem dono. Barbarizou, existe uma lei pela qual se pode processar o veículo/autor. No Zap, tem não. E é justamente nesse limbo que se cometem as barbaridades que se difundem intra e inter grupos, sem controle qualquer, e que frequentemente moldam o discurso público.

    3. André Lievori

      Gilberto, você exerceu o q o Hélio apresenta, o direito de confrontar as idéias e escolhas, pode-se até impor erros ao Hélio, mas não impedi-lo de falar (dentro dos limites estabelecidos pela sociedade, com o uso do judiciário, se necessário). Apontar erros, atos errôneos, discordar, criticar não fere o direito de não ser ofendido. Ofensa é o que extrapola o bom senso e não se atém às ideias, pensamentos e feitos, mas a pessoas que agiram assim.

    4. Gilberto Rosa

      É vero Benassi. Dizer que Lula errou em chamar de genocídio, recai sobre isto também.

    5. Marcos Benassi

      Poi Zé, meu caro isso cairia na hipótese que levanto: "pppaalestinos, por imundos, devem ser eliminados". É dever do público aceitar tais asserções? E se a afirmativa for somente "os pppaalestinos são historicamente agressivos e sempre buscaram a eliminação de Iiissrael", na qual não há a sugestão de eliminação do oponente? Aí dá pé, será?

  5. neli faria

    Caraca, sou tão inteligente que nada entendi. Por isso aplaudo.

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  6. alessandro carvalho barros

    Ver "Forma psicológica do naturalismo ético" ou "naturalismo espiritual" em Platão para indagações quanto à essência ou natureza da justiça. Sugetão: A Sociedade Aberta e Seus Inimigos - O Sortilégio de Platão.

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    1. alessandro carvalho barros

      "sugestão".

  7. Alceu Natali

    Hélio, escreva uma crônica sobre a constante da estrutura fina do universo representada pela enigmática equação A = 1 / 137,03599920611 que serve para medir a inteligência e cujo foco não é saber o que muda através do universo, mas o que muda ao longo do tempo, algo complicado porque TEMPO é um conceito exclusivamente humano que não existe no universo.

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    1. Alceu Natali

      correção da equação completa da constante da estrutura fina do universo: a = 7.297352568(24) vezes 10 (elevado a -3 potência) = 1 dividido por 137.0353911(46)

    2. Alceu Natali

      equação inteira a = 7.297352568 vezes 10 (elevado a -3 potência) = 1 dividido por 137.0353911(46)

  8. juarez ferreira clemente

    Hélio, Fiquei lendo seu artigo de na cadeira de um hospital fazendo uma infusão de medicamento. Vou me apresentou o filósofo alemão Habermam. Me fez tanto bem que esqueci

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    1. Gustavo von Krüger

      Habermas

  9. Joabe Souza

    Boa discussão. Talvez importe saber se há relação entre a ofensa e o objeto do debate ou se ela é usada apenas para desautorizar o interlocutor e não o seu argumento. Se eu identifico falácias no argumento e afirmo que o interlocutor é falacioso, essa afirmação pode ser ofensiva, mas é legítima. Mas, se para rebater o mesmo argumento, eu digo que o interlocutor é feio/sujo/cheira mal, essa ofensa será mera violência, não debate e não deveria ser tolerada.

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    1. Joabe Souza

      (Acho que essa nossa conversa bem que poderia ser acompanhada pela ombusdman e pela colunista que quer que a Folha feche a seção de comentários, para que avaliem que pode haver (e há) diálogo de alto nível por aqui, desde que o próprio jornal também se comprometa com a sofisticação do conteúdo que oferece à discussão).

    2. Joabe Souza

      Com certeza! Se eu fosse tentar resumir essa regra, eu diria que a ofensa é válida quando a crítica ao interlocutor (sujeito) é mediada pela crítica ao discurso (objeto). Se eu pulo a desqualificação do objeto e vou direto à ofensa ao sujeito - ainda mais apelando a características dele que não tem relação com a discussão - minha finalidade não é ampliação do debate e, por consequência, da liberdade de expressão, mas a interdição do debate e o cercemento dessa liberdade do outro. Abraço!

    3. Marcos Benassi

      Ah, sim, perfeitamente. Mas não é como "não se pode falar Herda", sabe? Simples, curta-e-grossa, inequívoca. Precisa interpretação. E talvez seja, isso que você descreve, exatamente a saída: não dá pra regular sem interpretar. Não é um "não roubarás" e ponto, resolve.

    4. Joabe Souza

      Acho que dá pra tirar do caso a caso uma regra geral, Marcos. Um outro exemplo: quando Conrado Hubner aponta omissões do então PGR e o chama de 'poste-geral da Répública', a ofensa deriva do argumento e está a serviço dele, já que visa provocar o interlocutor para que venha ao debate provar que não é omisso, logo não seria um 'poste'. Se Hubner tivesse trocado o 'P' da sigla por uma referência à cor da pele do interlocutor, essa seria uma ofensa apenas pela ofensa, dissociada do debate.

    5. Marcos Benassi

      Poi Zé, caro Joabe: se entendi corretamente, seria então necessária uma avaliação caso a caso, e não o estabelecimento de uma regra geral que desse conta de conter o indevido e permitir o aceitável, né? Talvez seja um correlato das situações em que se deve determinar se há dolo ou culpa?

    6. Joabe Souza

      A discussão que o Hélio está fazendo, Marco, é uma outra volta no parafuso. A falácia ad hominem, ainda que antiética ou imoral, não seria antijurídica ou antidemocrática, já que o seu desmascaramento é possível dentro das regras compartilhadas do debate. A questão parece ser mais o bombardeio de ofensas pessoais para impedir qualquer possibilidade de debate, sem haver espaço para esse desmascaramento. Pela intensidade, a diferença de grau se transforma em diferença de qualidade.

    7. Marco Antônio M de Oliveira

      Falácia ad hominem. Muito comum nos "debates" nas redes antissociais.

  10. Pedro Luis S C Rodrigues

    A sua tese, ainda que menos restritiva que a do professor da ECA, ainda é covarde. Palavras são palavras e a tese contemporânea de setores progressistas de que palavras “machucam” contem o germe da censura. Não ser ofendido não é e nunca deve ser um direito, pelo contrário, o direito a ofensa verbal deve ser garantido. Nem que seja como canal legitimo de extravasamento. Existe um tuite de “Tyller The Creator” que expressa perfeitamente isso: “Just turn away from the screen” se algo te ofendeu

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    1. Marcos Benassi

      Pedro, prezado, "civilização do Fal mole" desqualifica a discussão, porque supõe o direito de andar pelaí, verbalmente, de Fal duro, a se dizer barbaridades. "Supor fragilidades" não é uma imaginação excessiva e indevida: indivíduos em desenvolvimento, a garotada, têm fragilidades argumentativas e de compreensão de mundo. "Preto não presta" ou "as mulheres têm de dar, ou a gente vai pra cima mesmo" conformam indivíduos e seu comportamento posterior. Não acontece só na tela, vai pra rua, pra vida

    2. Pedro Luis S C Rodrigues

      Helio cada vez mais engajado na sua defesa da civilização do pau mole. É a mesma ideia que levou a criação de safe spaces, a ideia de que as pessoas são frageis demais para ouvir certas coisas. Se depender dessa gente o ocidente será obliterado pela Russia e China. A eleição de Trump e o crescimento de candidaturas anti sistema mundo afora não foram avisos suficientes pro Helio e sua turma

  11. Hercilio Silva

    Acredito que é por aí, no entanto o que tem pesado mais é o uso de notícias falsas, ataques contra a honra como liberdade de expressão. Um deputado editou o vídeo de um partido alterando a legenda para algo não dito no vídeo, e um ministro do STF disse que ele está coberto pela imunidade parlamentar. A imunidade cobre opinião, não uma clara falsificação para atacar politicamente outro grupo.

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  12. Murilo Belezia

    O que dizer de leitores que são correias de transmissão de teoria conspiratórias, de mentiras produzidas e ofensivas, ao xingar e desqualificar quem pensa diferente? O que dizer quando certa midia dá espaço continuadamente a esse agressores, que se sentem abrigados e protegidos? Para entender, leia os comentários sobre temas mais "sensíveis" durante um tempo.

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    1. Marcos Benassi

      Podemos pegar um exemplo público, Murilo, que é a constante distorção da realidade que a Brasil Paralelo faz e divulga em seus filminhos: talqualmente você menciona em seu comentário, acaba de dar abrigo ao ex-marido da Dona Maria da Penha, fazendo uma obra ora sendo questionada pelo ministério público, me parece. Como separar o contraditório justo daquele que é feito para embolar o meio de campo? Porque a gente sabe, né, meu caro, que esse embolamento é uma das táticas prediletas "das dereita".

  13. Felipe Vasconcelos

    Há um argumento muito utilizado pelos identitários. Pense numa piada politicamente incorreta sobre, por exemplo, mulheres, feita pelo Casseta e Planeta. Especialistas dirão que há uma clara relação entre essa piada ser normalizada na tv, e o Zé, nos rincões desse país, que cometeu feminicídio contra a ex e mãe de seus filhos.

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  14. Felipe Vasconcelos

    Acho que seria produtivo discernir argumentos contra teorias de ataques pessoais. Além do mais, certas generalizações podem ser ofensivas também, tipo "ateus são imorais". Mas, por exemplo, um marxista ficar ofendido com argumentos pró-mercado, aí é só suscetibilidades mesmo. Isso acontece um bocado nos comentários aqui da Folha.

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