Pinheiros e vila Madalena morreram já virou um queijo suíço, caótico e serão cada vez mais quente, feio e engarrafado. A ganância das empreiteiras e o caos urbano atual anunciam o futuro com a morte da beleza das casinhas baixas, dos restaurantes e bares, e da falta de ar pra respirar.

O loooongo artigo sinaliza que a o minhocão do B, no centro histórico de São Paulo e com valor inicial de R$ 4 bilhões é desnecessário, uma idéia que vai irrigar financeiramente apenas alguns escritórios de projetos. Muda o prefeito e pára tudo, filme que esta cidade já assistiu "n" vezes. E o dinheiro não volta...sem falar de alguns esqueletos caríssimos, que estragam mais a pobre paisagem

Deveriam começar arranjando um jeito de proibir que pessoas comprem imóveis para investimento.

A real é que a turma da "gente diferenciada" não quer o mais pobre por perto. Em discussão de zoneamento, nos seminários de arquitetura, todos falam o que fica bonito para o público e não a verdade. Todos sabem que a melhor infra da cidade está nos bairros mais elitizados. Agora, vai uma Tenda ou Direcional da vida tentar levantar uma torre faixa 1 do mcmv nessas regiões kkkk. Baixa até a associação dos caramelos do bairro na prefeitura com questões totalmente subjetivas.

Temos ruas na cidade onde não existe calçada e os pedestres disputam espaços com automóveis. Pra completar a prefeitura autoriza bares e restaurantes a fazerem puchadinhos nas calçadas.

Amontoado de imóveis horríveis, construídos sem critério nenhum, somente para enriquecer construtoras.

A cidade deveria diminuir em uns 20%, no mínimo.

Acho que antes de verem soluções, deve-se pensar nos problemas de São Paulo: trânsito, poluição, aumento do calor, diminuição de áreas verdes, corte de árvores e extinção de praças. Em que a verticalização ajudaria a melhorar a cidade?

Assisto a tudo isso com muita tristeza, mas também com a certeza de que a sociedade civil pode e deve intervir para mudar. Penso que o atual plano diretor foi bem intencionado na origem, porém totalmente deturpado na execução. Conseguiram destruir áreas que mereceriam total proteção, não estão privilegiando as questões ambientais, expulsaram inúmeros pequenos comércios de bairro. As fachadas ativas são só de fachada mesmo, ou alguém conhece algum sapateiro, costureira, chaveiro instalados ali???

O que mais se nota em São Paulo é a quantidade de comércios fechados e prédios novos de kitchenetes vazios, erigidos nos locais mais inóspitos e sufocados pelo trânsito. Vai entender.

A verticalização faz com que seja repaginada toda a fachada urbana. Prédios velhos e abandonados são demolidos e no local surgem empreendimentos novos e com melhor organização habitacional a fim de atender principalmente a sua função social que é a condição digna de pessoas poderem morar com com segurança e longe dos cortiços e habitações coletivas. Quanto aos empreendimentos localizados em regiões muito distantes de qualquer infraestrutura urbana, é a solução barata para polução de baixa renda.

Escreveu muito, mas evitou posicionar-se no artigo. Críticas leves à destruição urbana motivada por lucro das construtoras e cofres públicos. Bairros consolidados carecem de densidade demográfica e fachadas ativas não trazem comércio vibrante. Lençóis freáticos são destruídos por garagens subterrâneas inicialmente não permitidas. A perda de áreas verdes intensifica mudanças climáticas, prédios criam ilhas de calor, bloqueiam luz e ventilação. A cidade, cada vez mais concretada e menos humana.

O sujeito parece que não vive ou não anda por São Paulo. Está a serviço das construtoras que derrubam tudo, constroem prédios horríveis e cobram preços exorbitantes. Nem verticalizar e nem espraiar e sim cuidar da cidade e melhorar o transporte público, no mínimo.

Texto muito interessante e que abre muitas possibilidades de debate. Infelizmente, no entanto, o que vemos prevalecer em São Paulo é uma mistura de interesses tacanhos e imediatistas somados a uma total falta de imaginação e criatividade. O mercado imobiliário financia a campanha eleitoral da grande maioria dos vereadores (fora os envolvidos com o crime organizado) e segue imperando a lei do mínimo esforço, com prédios caros, de arquitetura pobre e sem nenhuma consideração urbanística.

Meu Deus, faltam só 2 anos e 2 meses para eu aposentar e sumir de vez do Tatuapé e da capital de São Paulo. Conto cada dia.