Que mau gosto musical! Djamila fala mal fos bossanovistas por serem burgueses. Nada mais burgues que o fraco rockzinho de Brasilia, feito pelos filhos da alta burguesia estatal, mas americanizada, dos 80

Cresci ouvindo e amando Renato Russo. Até hoje me pega num lugar muito especial. Criei minha filha com seus "ensinamentos" como: "quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria".

DJ, mandou bem! É preciso amaaaar as pessoas (e as canções) como se não houvesse amanhã !!

No disco Acústico MTV Russo fala qualquer coisa sobre seu espanto de que uma certa canção continuava relevante uns 6 anos depois de lançada. Impressionante como ele e Bonfá e Dado pareciam não ter mesmo a dimensão do que estavam fazendo. A obra toda continua relevante (algumas músicas tristemente relevantes pois ainda espelham um mundo injusto) e é muito bonito ver como chegam em outras gerações, como meus filhos. A apropriação de opressores por arte política é tema urgente. Matrix que o diga.

“Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim” Viva Renato Russo! Eterno!

Quanto a plaboys e patricinhas entoarem canções contraditórias em relação a seus verdadeiros valores, trata-de um fato corriqueiro das sociedades de massas consumistas. A favor de RR, é preciso dizer que ele odiava essa galera mimada e racista. De todo modo, recomendo a leitura da biografia do roqueiro pra evitar o risco da idolatria e constatar mais uma vez que o melhor do artista é a arte - com raras e honrosas exceções.

A musica e a poesia de RR são importantes do p.v. cultural, comportamental e político. Mas é preciso olhar com distanciamento o ' ser humano'. RR não foi exatamente uma florzinha. E está longe de representar um anseio de esforço coletivo. Era um jovem de classe média com angústias existenciais, mas quase sempre em perspectiva individualista. O envolvimento com drogas e o comportamento sexual de risco são duas evidências disso. Um mundo novo exige irmos além de mártires autodestrutivos.

Esse texto é cinematográfico. A gente fica imaginando o duo: Whitney Houston e Renato Russo a cantar "Tempo Perdido".

Como li certa vez, o coração humano é egoísta. Cor é uma desculpa e assim vai. Parabéns pela luta, Djamila!

Outro dia, vendo com minha esposaa série Adolescência, me lembrei desta fase, talvez a mais turbulenta da minha vida. As angústias, os medos, as dúvidas, os sonhos... Apesar ter muitos amigos, a minha terapia era ouvir Legião Urbana. E foi assim que eu amadureci. Talvez por isso, seja impossível ouvir e não se livrar daquele cisco insistente, que insiste em me roubar algumas lágrimas, desde daquele longíncuo 1985, quando ouvi Será pela primeira vez.

Para minha geração que viveu a adolescência nos anos 1980, Legião era uma religião. É triste ver gente de extrema direita, que não tem compromisso com nada entoando as canções como se fossem hinos delas. Não são. Eles não entendem o que Renato cantou e jamais entenderão

Adorei o texto. Sim, a Legião marcou a minha vida também! Viva o artista e ser humano Renato Russo!