A coluna, sempre fazendo refletir, brilhou hoje, Michael. Você foi ao âmago da questão e estruturou com absoluta pertinência o que se desdobra em boa parte de famílias de classes econômicas altas e supostamente instruídas em cursos de elite. Para ler, reler, divulgar e guardar.

Essa curiosa mistura de arrogância e incompetência de nossas zelites. Fácil de constatar mas dificílimo de explicar. Para constatar basta olhar para a manchete de hoje desta Folha. São três jornalistas para falar de uma deformidade que nos acompanha desde Sarney como se fosse novidade e culpa do governo. O modelo é o antigo PMDB, sempre com o governo, contra ele e muito pelo contrário. A Folha pouco se importa com a informação, o desejo é sempre manipular o pensamento do leitor.

Perfeito o texto, a análise, foi no ponto!

Só discordo do uso da terceira pessoa. Nós, que escrevemos e comentamos nesse jornal, fazemos parte dessa elite.

Parabéns pelo excelente artigo, Michel. Você deu nome ao permanente mal estar que é ter acesso a essa elite, as vezes bem intencionada porém de visão tão míope e estrategicamente dessensibilizada..

Temo não concordar. A elite brasileira (e latina em geral) não é segregacionista por ignorância. Manter a distância entre as classes, pisoteando o andar de baixo, é projeto consciente, rentável e prazeroso.

Textos como esse, mesmo que raros, me fazem continuar assinando a FSP. Grato Michael.

O texto remete à necessidade de implantar, desde a creche, o ensino de filosofia, destacando-se valores como a solidariedade e o espírito coletivo. O texto demanda reflexão nas escolas, mas também pela elite econômica do país, incluídas as pessoas que integram o sistema de justiça e os altos cargos do Legislativo e do Executivo.

uma elite que se articula pra nao pagar míseros 10% de imposto (no máximo, e só no caso de já nao pagarem nada sobre seus rendimentos) enquanto o povo paga 27,5% não tem o mínimo de comprometimento com o país mesmo.. herdaram o pensamento extrativista e escravocrata, e não parecem sentir o mínimo de remorso pelas desigualdades que alimentam... infelizmente temo que darcy ribeiro tinha razão: "uma classe dominante ruim, ranzinza, azeda, medíocre, cobiçosa que não deixa o país ir pra frente."

A nossa elite é desqualificada, insensível aos problemas sociais, exibicionista e burra. Digo: elite jeca!

Parece-me que vc não tem cabeça, acredito que nao tenhas entendido a verdade que Pelé tenha dito , no passado e que vale até hoje, que o brasileiro não sabe votar.

Um dos melhores textos de opinião publicados recentemente por esta Folha. Reflete fidedignamente o apetite extrativo e irrefreável das nossas elites. Hoje uma das melhores ilustrações pra isso é o comportamento predatório visto no Judiciário com seus exorbitantes salários auto concedidos.

Discurso de petista.

Ótimo artigo

Sintetiza as bases da nossa organização política e social e deixa claro porque ainda não somos uma nação de fato.

Além de você escrever bem, o conteúdo abordado é certeiro... Nós precisamos ouvir isso!

Perfeito.

Já se faz menção a esse tema lá na “Rebelião das Massas”, de Ortega y Gasset, publicado há quase um século atrás, em 1929.

Michael: muito obrigada.

Coluna excelente! Reflexão importante! Abordagem forte e contudente! Parabéns!

Excelente texto e muito bem escrito. É um manifesto para o pensamento crítico.

É um fenômeno curioso, quase folclórico. A pessoa termina um curso de três semanas em Florença sobre cultura renascentista aplicada ao design de interiores e, ao retornar, faz questão de mencionar o nome do instituto com o mesmo orgulho com que se exibe uma medalha olímpica. O sotaque levemente modulado, as expressões em francês ou italiano pontuando a conversa - Como dizem em Firenze, a estética é uma questão de alma! - tudo compõe o espetáculo do status cultural cuidadosamente encenado.

Nos meus quinhentos e tantos anos, nunca vi um bilionário. Acredito ter visto um rapaz prestes a iniciar a graduação numa daquelas universidades da Ivy League. Pela descrição, aliás bastante acurada, a 'elite' mencionada no texto está parecendo a classe média, talvez a classe média alta. A elite propriamente dita não tem tempo sequer para arrotar.

A Força do Exemplo. - Houve um tempo em que quase a totalidade da população européia achava os negros limitados em conhecimento e em capacidade de pensamento - um mau exemplo. Isso só começou a mudar quando passaram a ver as próprias limitações e analisá-las e a partir disso modificá-las. Li as últimas três colunas de Michel França e é sempre consideração sobre as limitações dos não iguais a ele. A autocrítica, o bom exemplo que a história mostra, não vi...