Reinaldo, você não está cometendo nenhum exagero. Porque estamos falando de muito mais do que um punhado de ossos fossilizados - estamos falando de dignidade científica e cultural de um país. Do respeito que devemos às paisagens geológicas que testemunharam eras inumeráveis antes de qualquer nação existir. E também da soberania sobre os próprios tesouros nacionais, muitas vezes arrancados à força e levados para vitrines frias de museus estrangeiros que tratam o resto do mundo como grande bazar.

Quem sugere que há nacionalismo com dinossauro e outros fósseis deve deixar as portas e janelas de sua casa abertas e avisos onde se lê: "entre e pegue o que quiser." Os europeus rapinaram o mundo todo durante séculos, o que explica o acervo de alguns museus de primeira linha.

Vou procurar a plaforma já!

Por coincidência, assisti ontem na TV uma documentário sobre o Carter, que descobriu a tumba intacta de Tutancamon. O vale dos reis era uma fonte de renda para os egípcios no final do século 19, que vendiam peças para os colecionadores e museus europeus. O governo egípcio conseguiu que a nova descoberta ficasse no Cairo, afinal são seus descendentes. Mas nacionalismo com dinossauros não é um pouco demais?