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LUTHERO MAYNARD
Brilhante! Criminalizar personagens é de uma estupidez de proporções bíblicas. Por falar em Bíblia, Salomão e suas mulheres e versos eróticos estaria perdido, sem defesa.
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Rafael Faria
Ótima abordagem, que deixa de lado ideologias. Parabéns.
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Jonathan Henriques do Amaral
Daqui a pouco até o Velho Major, de "A revolução dos bichos", será considerado machista, pois não pensou na violência de gênero a que as fêmeas eram submetidas na Granja do Solar.
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Clayton Luiz da Silva Moreira
Magistral, como sempre!
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José Victor da Silva
Provavelmente, os que decidiram não leram Umberto Eco, quiçá, nunca ouviram falar deste grande escritor italiano.
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José Cardoso
Se a juíza decidiu conforme a lei, sem forçar a barra, esse é um bom momento para refletir sobre a ligeireza com que se aprovam leis criminalizando homofobia, racismo e coisas do tipo. Na hora todo mundo acha bonitinho, mas quando uma pessoa de carne e osso é mandada para a prisão por vários anos, junto de assaltantes e assassinos, apenas por ter supostamente ofendido a grupos como esses no palco, percebe-se que essas leis devem ser revistas.
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Nilton Silva
Perfeito. Só espero que ainda existam juízes em Berlim. Nas instâncias recursivas, por óbvio.
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ROBERTO CEZAR BIANCHINI
"O mundo não deveria ser um manicômio com paredes acolchoadas só para que alguns se sintam protegidos." Esta frase é genial, Coutinho. "Se a ofensa é criminalizada ..." Quem apoia a condenação do humorista neste caso, quando quem estiver no poder for alguém com visões diferentes da sua, lembre-se que foi o apoio a esta criminalização que gerou o precedente.
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Angela Percz Pocol
Veja bem caro articulista: se o púbico decide então por que nao celebrar um espetáculo nazista, ou deixar alguém subir no caminhão de som e vociferar o que lhe der na telha? O Sr nunca leu nada a respeito do efeito da minimização ou desumanização de alguém? Defesa gasta da liberdade de expressão, que tem limites definidas pela lei que serve, por acaso, para por limites. Faltou a "metafora" arma não mata, dão as pessoas que usam errado. Palavras não matam, são pessoas que escutam errado. Jura?
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Jaime Souza
Pois é, Angela: mais um colunista da FSP que vai pra latrina. O jornal acabou mesmo, não resta basicamente nada.
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Joao Massucci
Sim, são condutas execráveis. Porém, não são crimes. A sociedade tem seus meios para sancioná-las, sem ter que recorrer à mão forte do estado. "O fascismo começa perseguindo os ta rados".
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José Bernardo
Dois colunistas escalados para defender a "liberdade de expressão" pelo jornal que não permite que se escreva em comentários o nome do país cujo exército assassina crianças de forma deliberada... o padrão Trump de liberdade de expressão, ao que parece, está sendo adotado por aqui.
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Anete Araujo Guedes
Tripudiar em cima dos já humilhados e ofendidos, dos que já sofrem preconceitos e discriminação por suas condições financeiras, físicas, de gênero e raça, faz com que o bullying seja aceito, normalizado e praticado; reforçando ainda mais o gozo dos sádicos, e a exclusão social.
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DEBIE DOS SANTOS BASTOS
Interessante que o humorista nao faz piadas com muçulmanos, né. Tigrão e tchuchuca.
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Ivo Broeing
Felipe Araujo, já que você insiste em pintar todo empreendedor como explorado ou precarizado, deixa eu te lembrar de um dado concreto: o Programa MEI Juro Zero (Desenvolve SC), que oferece microcrédito sem juros aos microempreendedores individuais, gerou mais de 100 mil novos MEIs em 12 meses, com renda média superior a R$ 4 mil por mês. Isso é autonomia. Isso é dignidade construída com liberdade e oportunidade, não com tutela estatal perpétua disfarçada de compaixão.
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Ivo Broeing
Ou, na sua visão, isso é reacionário e essas pessoas estariam melhor vivendo do Bolsa Família?
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Ivo Broeing
Fique à vontade, Felipe. Toda vez que você fugir de uma pergunta, eu vou repostar também , com o bônus de que, no meu caso, a pergunta vem com dados, argumentos e resultados concretos.
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Pedro Gonio
Quando um serviço custa X no setor público, no privado, ou custa X+30% ou custa os mesmo X mas só é prestado 70% do serviço, porque não há milagres. Depois e quando comparamos realidades socioeconómicas diferentes, vamos ter resultados muito diferentes, quer na saúde, quer na educação. Ora, comparar os resultados em saúde ou educação de Santa Catarina com os estados mais pobres ou mais desiguais do Brasil nada nos diz sobre a qualidade ou não dos sistemas.
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Pedro Gonio
O argumento de que as empresas públicas são mal geridas era por aqui o discurso da direita nos anos 90. Mas daí para cá todos os grandes casos de má gestão aconteceram no setor privado, pelo que já ninguém profere tal ideia. Apareceu então as ideias de parceria, complementaridade, etc, sobretudo na educação e saúde. Mas disso já falei: aumento de custos, quebra de qualidade, competição entre ambos os setores pela contratação de profissionais, etc.
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Ivo Broeing
Ou seja, o verdadeiro risco não está em permitir que o privado cresça, mas em continuar fingindo que o setor público, sozinho, dá conta, quando há décadas a realidade demonstra o contrário.
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Ivo Broeing
O Estado compensa a falta de estrutura própria com contratos bem estruturados, metas de desempenho e fiscalização rigorosa. Como resultado, SC apresenta uma das maiores taxas de cobertura vacinal do país, baixa mortalidade infantil, e excelentes índices em transplantes e cirurgias complexas, mesmo com gasto per capita abaixo da média de estados com SUS totalmente estatal.
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Ivo Broeing
O SUS em Santa Catarina, por exemplo, é um modelo público com forte participação complementar do setor privado, o que o torna um exemplo bem-sucedido de gestão mista, eficiente e cooperativa. Santa Catarina tem o menor número de hospitais estaduais próprios do Brasil, e a maioria dos atendimentos de média e alta complexidade é feita por hospitais filantrópicos e privados conveniados ao SUS , muitos deles ligados a entidades comunitárias, religiosas ou beneficentes.
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Ivo Broeing
Quanto ao exemplo dos EUA ou Japão: ambos têm seus problemas e qualidades. Mas ao contrário do que parece sugerir, o Japão adota um sistema híbrido altamente regulado, com financiamento público e prestação mista , e é considerado um dos mais eficientes do mundo.
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Ivo Broeing
Sobre médicos migrarem para o setor privado: isso ocorre porque o privado oferece melhores condições de trabalho, remuneração e previsibilidade. A solução não é impedir o crescimento do privado, mas tornar o público competitivo e funcional, e não um abrigo sindical blindado contra meritocracia.
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Ivo Broeing
Você menciona que (no público o foco é a saúde do paciente), mas isso é o ideal no papel, e nem sempre o que ocorre na prática. Em muitos casos, o paciente só sobrevive porque conseguiu acesso ao setor privado ou recorreu à judicialização para obter um tratamento que o sistema público negava ou postergava indefinidamente.
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Ivo Broeing
O problema não está no crescimento do setor privado, e sim no fato de o setor público não conseguir acompanhar com gestão, eficiência e foco em resultados. O Brasil não erra por permitir o avanço do setor privado, mas sim por manter um setor público que, em muitos lugares, é aparelhado, ineficiente e resistente à inovação.
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Ivo Broeing
Pedro, respeito sua perspectiva e o exemplo português, que, aliás, vou pesquisar melhor, pois gostei da sua forma de expor. Mas preciso discordar de algumas conclusões.
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Pedro Gonio
O sistema público português está por isso em grande sobrecarga pelo grande aumento de utentes (imigração e turismo) mas também pela escassez de médicos, devido ao aumento do setor privado, mas mesmo assim é um dos sistemas mais eficazes do mundo porque consegue resultados comparados aos melhores por uma fração do custo daqueles que têm sistemas mistos ou privados. Pode comparar entre diferentes países europeus ou pode ir logo aos campeões, como os EUA ou Japão, com sistemas privados.
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Pedro Gonio
Não conheço bem a realidade brasileira mas tenho a impressão que o Brasil está em vias de cometer erros que Portugal já cometeu, que foi deixar crescer demasiado o setor privado, precisamente para colmatar faltas de resposta do setor público, não deixando que o doente espere demasiado por uma cirurgia, por exemplo. Ora, o resultado é que muitos médicos trabalham nos dois sistemas e outros já só trabalham no privado, levando a uma grave escassez de médicos no público e elevando o seu custo.
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Pedro Gonio
Caro Ivo, erros realmente acontecem em todo o lado, os médicos são os mesmo, estudaram nos mesmos locais, realmente não é aí que está o ponto. O problema é que o foco num serviço privado é o lucro, ao passo que num serviço público é a saúde do doente. Isto é muito fácil de perceber e o meu exemplo é absolutamente revelador. Outro exemplo que conheço é um doente oncológico do qual o privado desistiu (pelo custo e falta de recursos) e ainda vive passados anos a ser tratado no público.
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Ivo Broeing
E não fugi, camarada. Só não percebi no calor do debate de ontem com o outro colega. Se acontecer de novo, é só me avisar como fez agora que eu respondo na hora.
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Ivo Broeing
Modelos mistos existem em vários países com excelente qualidade de saúde. Demonizar o setor privado com base num caso é como dizer que todo serviço público é desumano porque alguém morreu esperando vaga no SUS. É injusto, impreciso e ideologicamente preguiçoso.
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Ivo Broeing
Você transforma um exemplo trágico em bandeira ideológica para sustentar a tese de que o sistema público é moralmente superior. Mas o que se espera de um sistema de saúde, público ou privado, é eficiência, responsabilidade, ética e resultado. E isso não depende do CNPJ, mas da estrutura, da fiscalização e da liberdade de escolha que o cidadão tem.
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Ivo Broeing
No serviço público também há falhas gravíssimas, diagnósticos errados, filas intermináveis e descaso, e tudo isso sem a opção de escolha ou responsabilização direta. O que diferencia os sistemas não é a existência de erros, mas os mecanismos para corrigi-los, preveni-los e responsabilizar os envolvidos.
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Ivo Broeing
Pedro, o caso do seu amigo é triste e revoltante, e erro médico, seja no público ou no privado, é sempre um fracasso humano e institucional. Mas usar um caso isolado como argumento absoluto contra todo o sistema privado de saúde é um erro lógico e ideológico.
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Pedro Gonio
Por falar em perguntas sem resposta, fiz um longo comentário lá atrás, esperava qualquer comentário também, mas parece que o Ivo Broeing está em modo de fuga :D
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Ivo Broeing
Felipe Araujo, obrigado por ilustrar com tanta precisão o ponto que venho levantando: quando acabam os argumentos, começam os ataques pessoais disfarçados de desabafo e a covardia da fuga. Você diz que não tem tempo, mas gasta parágrafos inteiros tentando me diminuir, com etarismo, ad hominem e uma agressividade mal disfarçada de virtude.
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Ivo Broeing
Você (estuda, trabalha, namora e tem uma vida)? Parabéns. Isso te torna um ser humano comum, não um mártir da coerência. Discordar é legítimo, mas descer pro ataque pessoal pra justificar sua fuga do debate é puro recalque performativo.
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Ivo Broeing
E já que mencionou o Tinder: diferente de você, eu não preciso de um aplicativo pra encontrar sentido, basta olhar os dados, os resultados e a realidade de quem saiu da dependência estatal e prosperou com liberdade e responsabilidade. Mas tudo bem, Felipe. Vá lá cuidar da sua agenda cheia. Só não esqueça de uma coisa: quem entra no debate, responde. Quem foge, grita.
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Jaime Souza
Até você tá falando bossta? Incrível.
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Felipe Araújo Braga
Olha Ivo, você é uma pessoa desprezível: eu não estou fugindo, eu só sou um ser humano que estuda, trabalha, namora e tem uma vida. Eu não tenho tempo para ficar perdendo com um senhor de idade de SC que quer ficar empurrando guela abaixo dos outros a sua visão. Eu discordo de você, tenho sim meus fundamentos: vivemos em um país desigual, esse liberalismo empreendedor que você tanto defende é uma falácia. Mas eu simplesmente não tenho tempo para você! Resolva sua carência baixando um Tinder!
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Gustavo von Krüger
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Ivo Broeing
Quando os fatos confrontam a fantasia, o colapso da identificação política
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Ivo Broeing
A política para Felipe, não é uma escolha racional, é identidade imaginária. É a fantasia que dá sentido ao eu, ao grupo, ao mundo. E quando se apresentam fatos, números e resultados que confrontam essa fantasia , como o sucesso de políticas liberais, o desempenho de governos que não seguem o script progressista, ou a exposição de hipocrisias no discurso institucional, o sujeito não escuta: reage.
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Ivo Broeing
Reage com negação, desqualificação e ataque. Porque não está em jogo o conteúdo, mas a integridade do narcisismo político. Admitir que o outro possa ter razão significaria admitir que sua própria identidade está assentada numa ilusão. E isso, para muitos, é insuportável. A censura, então, entra como defesa psíquica: se o outro não pode ser vencido no campo do argumento, ele deve ser silenciado.
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Pedro Amaral
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Ricardo Achilles
Não sou um defe sor do identitarismo ou um "Woke", muito pelo contrário. Sou um coroa católico e conservador que dessa posição declarada faço questão de te dizer: João, admirável João, a quem pretendo ler sempre pois dono de incrivel lucidez, você está completamente errado no caso do humorista. Ele é racista e fez apologia do incesto, sendo acompanhado em riso e aplausos por um público que não estava ali por acaso. A pena é correta e necessária.
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Paulo Augusto
O autor da matéria desconhece - ou ignora - que o mesmo conteúdo dos seus shows era postado na internet por ele mesmo. Portanto, não era somente "piadas num show".
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Ivo Broeing
Felipe Araujo, o que eu sou ou deixo de ser ou o que você é não muda nada aqui. O que importa, e até agora você fugiu, é: vai responder ou não aos questionamentos que te fiz abaixo? Porque até aqui, o que veio foi desvio emocional, pose moral e nenhuma resposta objetiva. Fugir não é argumento. É só fuga mesmo.
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Ivo Broeing
Tirar mais de 15 mil famílias da dependência do assistencialismo e vê-las hoje vivendo com autonomia, dignidade e contribuindo com a economia real é, na sua visão, um projeto reacionário? Ofensivo? Ou o problema é que esse tipo de política quebra o enredo da (desigualdade perpétua) que justifica o Estado como tutor eterno, e revela que liberdade com responsabilidade social funciona melhor do que a ideologia da escassez?
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Ivo Broeing
A pergunta que fica é: você acha mesmo que essas pessoas estariam melhor vivendo sob dependência do Bolsa Família, vigiadas por um Estado que decide quanto merecem, o que podem sonhar e até onde podem crescer?
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Felipe Araújo Braga
Ivo, eu discordo dos modelos que você defende, não tenho nada contra sua vida pessoal. Te respeito como pessoa. O que não admito é que o Vasconcelos venha falar da minha vida particular. Tanto que denunciei o comentário dele.
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Felipe Vasconcelos
Eu apenas disse tudo aquilo que você mesmo expôs. Não há qualquer intenção oculta de hostilizá-lo. Fique bem.
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Delzimar Irineu Silva
Os colunistas da folha fazem verdadeiro malabarismo para defender pessoas racistas e preconceituosas e misoginas como esse humorista e no mesmo caderno celebrar o feminismo, a cultura afro e outras matérias identitárias, aquele leitor de esquerda assíduo da folha deve ficar com os neurônios em brasa, e o de direita pensa: oba! Ele está do nosso lado! Não... Pera aí..
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Ivo Broeing
Aliás, incoerência mesmo é defender liberdade pra cantar letras com violência explícita (porque é a vivência do artista, e ao mesmo tempo querer cadeia pra quem usa ironia ou sarcasmo no palco. Aí sim, os neurônios vão pra brasa.
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Ivo Broeing
Essa confusão é conveniente pra quem quer patrulhar o simbólico como se fosse polícia de pensamento, mas é um desastre pra qualquer sociedade que leve a sério a diferença entre palavra e ato, entre arte e agressão.
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Ivo Broeing
Se um branco ofende alguém com injúria racial no caixa do mercado, é crime. Simples. Não tem nada a ver com liberdade de expressão, tem a ver com ação direta, em espaço público, fora do contexto artístico. Colocar tudo no mesmo saco é, de fato, uma conversa de louco.
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Ivo Broeing
Delzimar, o problema é exatamente esse: confundir crime real com expressão simbólica, como se um ato racista num supermercado fosse comparável a uma piada , boa, ruim, de mau gosto ou não , feita num palco de stand-up, onde existe um contrato ficcional e performático com o público.
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Sandra Hortal
Coloque essas piadas na boca do Oruam, do Poze do Rodo pra ver o que acontece.
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Delzimar Irineu Silva
Isso se chama incoerência e hipocrisia, quando algum branco no mercado cometer racismo contra o atendente também vai ser liberdade de expressão? Que conversa de louco.
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Alexandre Pereira
Isso se chama liberdade de imprensa, coisa que os que viveram sob o tacão de 64 valorizam muito e corretamente. Acrescento, uma piada é só uma piada, uma discussão é só uma discussão, menos para os carolas neo-puritanos identitários. Esses, com certeza dançariam entre as fogueiras de livros do reich e a imolação de pessoas da inquisição para satisfazer o narcisismo.
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Felipe Araújo Braga
Felipe Vasconcelos, você é uma pessoa extremamente desrespeitosa e deselegante. Eu fiz História na USP e agora curso Contabilidade, também na USP, e eu estou noivo e vou me casar com meu namorado. Além disso eu também trabalho no mercado financeiro e sou espírita kardecista (mas me identifico culturalmente com o Catolicismo, tenho devoção por Santo Expedito). Qual a questão? Algum problema com minha vida pessoal ou é só falta de respeito mesmo?
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Felipe Vasconcelos
Não foi minha intenção desrespeitá-lo. Peço desculpas pelo meu erro involuntário. Parabéns pela história de vida e pela formação acadêmica interdisciplinar. Abraços.
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Ivo Broeing
Eu sou um liberal ateu, engenheiro, empresário malvado, psicanalista de quinta-feira, sujeito com a sexualidade e a violência simbólica afloradas, o topo da cadeia mortífera da evolução, segundo os dogmas do bom-mocismo militante. E ainda pior: acredito na liberdade individual, na autonomia do sujeito, na responsabilidade pessoal e na heresia máxima, que o Estado não é Deus, nem terapeuta, nem babá.
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Felipe Araújo Braga
Ivo, eu sustento minhas posições aqui de forma firme: eu trabalho no mercado financeiro, sou a favor de uma economia capitalista e continuo defendendo igualdade social, serviços públicos universais e de qualidade. Você pode vir com os seus dogmas neoliberais de que tem de privatizar até saúde e educação e me atacar aqui. Não vou mudar minha posição e vou morrer combatendo você e os bolsonaristas!
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Ivo Broeing
Tirar mais de 15 mil famílias da dependência do assistencialismo e vê-las hoje vivendo com autonomia, dignidade e contribuindo com a economia real é, na sua visão, um projeto reacionário? Ofensivo? Ou o problema é que esse tipo de política quebra o enredo da (desigualdade perpétua) que justifica o Estado como tutor eterno, e revela que liberdade com responsabilidade social funciona melhor do que a ideologia da escassez?
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Ivo Broeing
Mais uma pergunta, Felipe: o governo de Santa Catarina errou ao buscar ativamente famílias que estavam no Bolsa Família, ouvi-las, entender seus anseios e, com apoio da iniciativa privada, encaminhá-las para educação, qualificação, trabalho formal e empreendedorismo?
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Felipe Vasconcelos
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
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Daisy Santos
No Brasil, até as elites dependem do estado, apesar de condena-lo o tempo inteiro. Se não fosse o estado, quantas instituições de ensino universitário estariam fechadas. Usufruem das verbas públicas no âmbito privado, livres das amarras dos gestores que as aplicam dentro do setor público.
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Felipe Araújo Braga
Ivo, os resultados melhores que vocês alcançaram: de um lado faculdades caríssimas, de outro EaDs baixo nível, ambas com donos riquíssimos, mas nenhuma posição nos rankings mundiais de pesquisa. Planos de saúde que rejeitam os pagantes quando estes têm doença grave (aí o câncer, a aids, as vacinas, sobra para o horrível SUS que salva a vida das pessoas). Os milhões de empreendedores no Brasil: autônomos informais cujos oitenta e cinco por cento ganham menos de dois mil e quinhentos mensais!
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Ivo Broeing
A pergunta que fica é: você acha mesmo que essas pessoas estariam melhor vivendo sob dependência do Bolsa Família, vigiadas por um Estado que decide quanto merecem, o que podem sonhar e até onde podem crescer?
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Ivo Broeing
Felipe, já que você insiste em pintar todo empreendedor como explorado ou precarizado, deixa eu te lembrar de um dado concreto: o Programa MEI Juro Zero (Desenvolve SC), que oferece microcrédito sem juros aos microempreendedores individuais, gerou mais de 100 mil novos MEIs em 12 meses , meis com renda media superior a R$ 4 mil por mês. Isso é autonomia. Isso é dignidade construída com liberdade e oportunidade, não com tutela estatal perpétua disfarçada de compaixão.
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Felipe Vasconcelos
Vale ressaltar que o show no teatro foi filmado e colocado no YouTube, com mais de três milhões de visualizações, ampliando o alcance. Além disso, muitos vão ao show do Léo Lins, porque o politicamente correto virou sinônimo de contracultura (contra o pensamento hegemônico identitário entre artistas, intelectuais e jornalistas).
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Felipe Vasconcelos
Se o Leo Lins fosse pai de uma criança deficiente, ele ainda assim faria piadas de crianças deficientes? Porque ele ridiculariza quem enfrenta tanto sofrimento no dia a dia? Certamente ele deve odiar a si próprio, e utiliza do artifício de pequenas humilhações com quem não pode se defender, para se sentir melhor consigo mesmo. É o requinte da perversidade transformado em espetáculo lucrativo.
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Felipe Vasconcelos
Por fim, se é possível fazer piada com absolutamente tudo, porque não experimentar textos humorísticos com uma pessoa loira de olhos azuis? Provavelmente porque não arrancaria risos da plateia e perderia o seu apelo comercial. O Leo Lins parece até um bully profissional (quem pratica o bullying). Engraçado, porque ele não faz humor autodepreciativo.
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Ivo Broeing
Felipe, meu dever como cidadão é exercer a cidadania de forma plena, isso significa vigiar, cobrar e criticar qualquer político que assuma o poder, seja Lula, Bolsonaro ou Jorginho. Votei em todos eles em algum momento e, em todos os casos, fiz exatamente isso: cobrei, critiquei, apontei incoerências.
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Ivo Broeing
Você, por outro lado, parece vestir, de forma bastante conveniente, a fantasia de (inocente útil) sempre que se vê sem argumento. Aí recorre aos velhos espantalhos: (bolsonarista), (contra o SUS), (contra os pobres)... Essa tática é mais velha que andar pra frente, Felipe. E vou te dar uma dica sincera: todo mundo percebe, e fica feio.
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Felipe Araújo Braga
Não Ivo, de forma alguma. Eu acredito que a maior parte da economia deve ser movida pela iniciativa privada. Mas quando se trata de direitos essenciais, como saúde, educação e segurança, o Estado precisa liderar não para excluir o setor privado, mas para garantir que nenhum brasileiro fique para trás só porque não pode pagar. O mercado é ótimo para produzir riqueza. O Estado é essencial para distribuir dignidade.
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Daisy Santos
Ivo deveria saber que o Estado entrega muito dinheiro à educação e a saúde privadas. Uma das razões, entre outras, para que muitas dessas entidades privadas parem em pé, além de enriquecer seus donos.
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Ivo Broeing
Enquanto eu falo de resultados, você responde com rótulos. Enquanto eu trago dados, você oferece indignação. No fundo, parece que o problema não são as ideias, é a sua dificuldade em aceitar que o outro pode construir um mundo melhor sem precisar se ajoelhar diante do Estado.
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Ivo Broeing
Curioso é que, quando menciono políticas públicas que de fato geram dignidade, como as que aplicamos em Santa Catarina, com dados, resultados e evidências concretas, você não rebate, não contrapõe argumentos, apenas recorre ao velho roteiro do ressentimento contra qualquer coisa que cheire a liberdade, eficiência ou empreendedorismo.
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Ivo Broeing
Distribuir dignidade é lindo no discurso, Felipe. Difícil mesmo é permitir que o cidadão escolha, compare, fiscalize e se emancipe, sem depender da tutela eterna do Estado como se fosse um menor de idade social.
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Ivo Broeing
O que você chama de (distribuir dignidade) muitas vezes significa concentrar poder, e quem paga o preço é justamente quem mais depende do serviço. O SUS salva vidas, sim, mas não é por causa do Estado em si, é apesar de suas ineficiências crônicas. O que funciona no SUS funciona onde há gestão, transparência, responsabilidade e parceria com o setor privado.
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Ivo Broeing
Você diz que o Estado deve (liderar) em saúde, educação e segurança. Ok. Mas liderar não é monopolizar, nem excluir alternativas, nem sufocar a livre iniciativa em nome de uma suposta proteção universal que, na prática, entrega sucateamento, burocracia e aparelhamento ideológico.
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Ivo Broeing
Felipe, enfim um comentário que dá pra levar a sério, e que mostra que, sim, há espaço pra convergência racional entre liberdade e justiça social. Mas vamos às diferenças.
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joão moreira
Ok falar um amontoado de has neir a s e dizer que se trata de humor. Ok para o perfil de quem paga para ouvir estas as ne ir as (no fundo são tão ym bi cyz quanto o nosso herói ve rbor r ágico). Basta informar na entrada: "você esta aqui por sua conta e risco". Mas quando o ve rb orr ágico coloca suas falas na internet, ele dá acesso a uma geração ainda em formação. Como se não bastasse o que as redes sociais já entregam às pessoas.
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Alexandre Pereira
Sensacional!! Esse é o resultado das utopias identitárias, fermentado pelos marxistas e iPhone (tudo a ver com aquele parasita). Eis o mundo perfeito, nas mais belas cores do leninismo e do maoísmo: Orwell em seu estado puro! Tudo o que essa galera quer é um fascismo pra chamar de seu, um pequeno grande irmão para salvar os inocentes da barbárie!! Republica Democrática do Brasil, aí vamos nós, se a monarquia magistocrática não chegar primeiro.
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Alexandre Pereira
Precisamente, Carlos. Devemos ao menos voltar ao iluminismo.
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Carlos Alberto Komora Vieira
Difícil lidar com esse moralismo judicial e com o vitimismo, quando se encontram. Mas gostei muito da percepção do articulista, e a praga do identitarismo, que devasta os partidos políticos, em particular os da esquerda, merece mesmo a nossa repulsa.
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Alberto Melis Bianconi
"...melhor demolir também teatros, cinemas, bibliotecas e museus. Não serão precisos para nada." Ou seja, só serve para alguma coisa o discurso de ódio contra algum grupo fragilizado.
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Felipe Araújo Braga
Outra coisa Ivo: seu problema é que por eu discordar de você, você me transforma em inimigo e me ofende dizendo que eu não tenho coerência. Enquanto você defende que direitos sociais como saúde, educação e etc. sejam majoritariamente privados, eu defendo que sejam públicos: nos países desenvolvidos é assim e é melhor para todo mundo. Nossas melhores universidades são as públicas e quem vacinou o país contra a covid e trata doenças graves como câncer e aids é o SUS. Por isso eu defendo sim!
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Pedro Gonio
Mas porquê este exemplo? Porque no serviço público esta cirurgia teria, por obrigação, a presença de um neurocirurgião, precisamente para proteger o nervo ciático durante o trabalho do ortopedista. Mas num hospital privado, apenas o lucro é prioridade e apenas o ortopedista está presente. Este exemplo mostra na perfeição que, para além de aumentar exponencialmente os custos em saúde, o privado ou o misto são um erro absoluto em qualquer parte.
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Pedro Gonio
Fez mais duas cirurgias, exigiu saber tudo e explicaram-lhe que, por erro, tinham-lhe aparafusado também o nervo ciático. A partir daí ficou com duas opções: retirar o parafuso para se livrar da dor mas ficar com paralisia ou aprender a viver com a dor e uma bengala. Escolheu a segunda, recebeu uma grande indemnização em tribunal, mas de pouco lhe serve, antes era saudável.
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Pedro Gonio
Sou português e por aqui os vossos argumentos representam também os dois lados da discussão. Dou um exemplo que se passou com um amigo: acidente de trabalho, fraturou um osso da coluna e foi parar a um hospital privado de referência. A cirurgia basicamente consistia em colocar uma placa de metal, com quatro parafusos, dois em cada parte do osso quebrado, afim de que ligasse com a recuperação. Acordou da cirurgia com enormes dores, os dias e as semanas passaram e não recuperava da dor....
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Ivo Broeing
A diferença entre nós não está nos objetivos, saúde, educação, justiça. A diferença está nos meios. Você aposta no Estado como solução quase exclusiva. Eu desconfio de salvadores, inclusive os burocráticos, e prefiro modelos que combinem liberdade com responsabilidade, sem entregar tudo na mão de estruturas que historicamente também falham, e às vezes com muito mais poder.
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Ivo Broeing
Você pode (e deve) defender saúde e educação públicas. Eu também valorizo o SUS e reconheço o papel das universidades públicas, inclusive defendo que sejam melhores, mais livres e menos capturadas por aparelhamentos ideológicos. O que você parece não aceitar é que alguém possa defender modelos mistos, liberdade de escolha, e responsabilidade individual, sem por isso ser desumano ou incoerente.
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Felipe Araújo Braga
Não Ivo, você está distorcendo tudo!
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Alexandre Pereira
Não está.
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Felipe Araújo Braga
Ué Ivo, não entendi o seu comentário: Jesus foi um exemplo de luta por justiça em todos os seus aspectos. Ele condenou a mercantilização da fé, coisa que os evangélicos que apoiam o Bolsonarismo (que você também apoia, justamente por ter votado em Bolsonaro e apoiar o Governo de SC) fazem aos montes. E Jesus também falou contra a desigualdade social, o materialismo, a busca pelas riquezas deste mundo, e a opressão dos pobres. Justamente eu defendo o mesmo que Jesus, já você
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Alexandre Pereira
Nem por isso apedrejou o cobrador de impostos.
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Ivo Broeing
Os vendilhões representam a instrumentalização do sagrado para fins materiais, a perversão da fé como justificativa para o poder, algo que se repete ciclicamente, inclusive em discursos atuais que se dizem morais enquanto servem ao controle, à vaidade ou à repressão.
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Peter Janos Wechsler
Aos amigos tudo, aos inimigos a lei. Disse o nosso simpatizante de H e do nazismo. Este ditador tornou-se o ídolo das esquerdas depois.
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Nivaldo da Costa Pereira
Liberdade de expressão e libertinagem de excreção por vezes se confundem. Pior quando assumem-se como sinônimas.
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Felipe Araújo Braga
Eu já li As Ideias Conservadoras de Coutinho, onde ele discorreu sobre o conservadorismo se pautando em Burke e na crítica à Revolução Francesa. Mas certa vez vi Coutinho dizer que se opunha à esquerda porque não se sentia incomodado com as injustiças do mundo, que para ele as maldades e as desigualdades eram normais. Pois é, para mim e para as pessoas de bom coração, como foi Nosso Senhor Jesus Cristo, a opressão, as ofensas e a injustiça no mundo não são normais, essa nossa diferença!
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Ivo Broeing
Curioso você invocar Jesus como exemplo de (bom coração) para contrastar com quem reconhece que o mundo é marcado por desigualdades e imperfeições. Porque foi exatamente esse Jesus, de coração justo mas não domesticado, que expulsou os vendilhões do templo a chicotadas, não por serem maus comerciantes, mas por transformarem a fé em teatro moral e o sagrado em mercado de virtudes.
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Cesar Costa
Excelente artigo, aliás como todos que li do JPC.
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Luiz Candido Borges
Se as piadas com teor altamente ofensivo foram ditas apenas numa apresentação em ambiente fechado, a punição realmente não faz sentido, deveria acontecer apenas se fosse material publicado e divulgado. Desta vez, parece que o Coutinho tem razão, espero que o artigo não seja parte de uma campanha maior para a liberação geral de fake news da direita sob a desculpa da "liberdade de expressão". Aposto que se o teor do texto fosse contrário a Yzrraeu, o Coutinho o consideraria intolerável...
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Alexandre Pereira
Piada não é discurso, camarada! Que se berre em praça pública! Piada é só uma piada, não uma declaração.
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Gilberto Rosa
Mais um calunista, ao estilo Trump, defendendo a liberdade de expressão, contanto não haja qualquer protesto contra genocídio em Gaza nas universidades, daquele país que não pode escrever na Folha . Ninguém se engane, Musk está subornando a Folha com propaganda da Starlink, desde que Moraes obrgou obedecer leis do Brasil. Esta defesa da tal liberdade da extrema direita, nada mais é do que o bilionário Musk defendendo seus interesses, como não ser regulado por leis, podendo manipular e ganhar.
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Alexandre Pereira
Ippon, Ivo!
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Alexandre Pereira
Melhor começar com coisa mais fácil, camarada. Quem sabe, ate se torne um democrata!
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Ivo Broeing
Gilberto, entendi: você quer salvar a democracia, mas só se couber num tweet. Infelizmente, a liberdade de expressão é um pouco mais complexa que um bordão de lacração ou um meme de indignação moral. Nada mais pós-moderno do que defender a censura... com preguiça de ler. :P kkkk
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Ivo Broeing
Run Forrest Run..
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Ivo Broeing
Fidel Castro falava , Dentro da revolução, tudo. Contra a revolução, nada. Apenas veículos de imprensa estatais foram permitidos. Oposição verbal ou artística ao regime resultava em prisão, exílio ou ostracismo social. Até piadas contra o regime podiam ser denunciadas como (contra-revolucionárias), uma prática comum em Cuba até hoje. Pois é rsrs
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Ivo Broeing
Hugo Chávez falava, Não se pode permitir que a mídia continue envenenando a mente do povo. resultou em fechamento da RCTV, perseguição à Globovisión e uso da Lei de Responsabilidade Social em Rádio e TV para censurar programas críticos. A liberdade de imprensa foi reduzida sob o argumento de combate às fake news e ao (discurso de ódio) conservador, um rótulo usado contra qualquer voz dissonante.
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Ivo Broeing
Mao Tsé-Tung falava, a arte deve servir ao povo e à revolução. Durante a Revolução Cultural, milhares de intelectuais, professores e artistas foram perseguidos, enviados a campos de (reeducação) ou mortos. Até falar mal de um poema oficial podia ser considerado sabotagem contra o Partido.
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Ivo Broeing
Adolf H.. falava, a imprensa deve ser usada pelo Estado como instrumento de educação das massas. Resultado foi a criação do Ministério da Propaganda sob Joseph Goebbels, que proibiu qualquer publicação crítica, promoveu queima de livros, e perseguiu jornalistas, intelectuais e artistas que divergiam da ideologia nazista. A censura foi vendida como uma proteção da cultura alemã contra (mentiras) e (decadência moral).
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Gilberto Rosa
Ivo, você precisa ser mais conciso, ninguém tem tempo e paciência de ler tudo que tu escreve :)
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Ivo Broeing
Stalin falava (A imprensa burguesa mente. O Estado deve garantir que o povo receba apenas a verdade) Resultado foi Controle absoluto da imprensa; crítica ao regime era considerada traição. Escritores como Isaac Babel e Boris Pilniak foram executados; milhares foram presos ou enviados ao Gulag por (pensamentos desviantes). O regime eliminava qualquer ambiguidade: o humor, o chiste, a ironia eram lidos como crimes ideológicos.
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Ivo Broeing
Mas liberdade de expressão não é monopólio de Musk, da esquerda ou da direita. É um princípio civilizatório que protege inclusive a sua fala, essa mesma fala paranoide e acusatória que tenta desqualificar qualquer um que pense fora do seu enquadre ideológico. O que você propõe, no fundo, é que o Estado, os jornais e a internet só deem voz aos que concordam com você. Isso tem nome, e não é democracia.
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Ivo Broeing
Você mistura Gaza, universidades, Trump, Starlink, Moraes e liberdade de expressão como quem joga peças de quebra-cabeça de diferentes caixas tentando formar uma imagem única. O resultado é um discurso sem articulação simbólica real, apenas vazão de angústia através de um gozo acusatório, onde todos que defendem a liberdade de expressão viram cúmplices dos bilionários, do genocídio ou da desinformação.
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Ivo Broeing
Gilberto, o que você escreve é um ótimo exemplo de como a crítica legítima se dissolve quando se transforma em delírio persecutório. A Folha virou cúmplice de genocídio por causa de anúncios da Starlink? Musk está subornando o jornal? João Pereira Coutinho, colunista português, virou agente da extrema-direita global? Isso não é crítica política, é um roteiro de thriller conspiratório mal costurado.
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Gustavo von Krüger
Fazia tempos que eu não via um texto tão perfeito. Nosso zeitgeist está altamente contaminado e tóxico. Nem vou comentar, de tão irretocável.
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
Não sei se alguém explicou pro Jão que há uma lei que criminaliza racismo, homofobia, etc e que prevê inclusive as piadinhas inocentes, lei aprovada pelo Congresso Nacional. Ao magistrado cumpre aplica-la e o fez nos seus estritos termos. Se a sociedade não quer assim, que modifique a lei, como prometeu que fará aquela deputada fascista de Santa Catarina que posa de fuzil em punho. Há algo de estranho quando são esses a empunhar bandeiras de liberdade.
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Pedro Vasco
Não esqueça que a lei vale para todos, independente do espectro ideológico ou político. Seu pensamento vale também para o funkeiro Poze do Rodo? Ou para as piadas religiosas do porta dos fundos?
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Gustavo von Krüger
Você pensa assim até o momento em que a criatura se voltar contra você. Aí (e só aí) entenderá que o monstro que vc afagou não tem dono, mas vive do medo que impõe.
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Emerson César de Campos
Coutinho, John Locke, um liberal moderno clássico, diz: "onde não há lei, não há liberdade", indicando que a ideia de que a liberdade individual é melhor assegurada por um sistema de regras e leis que estabeleçam limites e protejam os direitos de todos. Por isso, eu creio que importa sim o teor da ofensa.
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Emerson César de Campos
Ivo me permita verificar contigo se já leste Norbert Elias e seu processo civilizador, e também Da Governamentalidade, capitulo de Microfisica do poder de Michel Foucault. As miudezas do cotidiano moderno são as que compoem o processo civilizador.
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Ivo Broeing
Portanto, se violência é termômetro, então devemos proteger ainda mais os espaços simbólicos onde ela pode ser elaborada, e não censurá-los para fingir que desapareceu.
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Ivo Broeing
A civilização não é a ausência de conflito, é a construção de dispositivos simbólicos que permitam lidar com ele sem apelar à violência. O humor, a arte, a crítica, inclusive o mau gosto e o incômodo, são parte desse aparato psíquico e cultural. Quando isso é interditado por decreto moral, o que volta é o recalque mal resolvido da cultura: o ressentimento, o desejo de punição, a patrulha do pensamento.
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Ivo Broeing
Mas é justamente por isso que precisamos distinguir civilização de domesticação. A violência não desaparece com a censura da linguagem, assim como o racismo, o ódio ou a pulsão de morte não se dissolvem porque se proibiu um comediante. Pelo contrário: quando recalcamos o simbólico, a piada, a ambiguidade, o chiste, o que retorna é o gozo cru, sem mediação, sem elaboração, sem espaço para a sublimação.
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Emerson César de Campos
Ivo, a ideia de civilização não segue a linha de qualquer sentido de evolução. No século XX foram mortos mais seres humanos que durante toda a humanidade acumulada até chegar nele. Mais violento e trágico que os assírios que empalavam seus inimigos. A violência me parece um bom termômetro a medir supostas evoluções.
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Ivo Broeing
Alargar o conceito de ofensa pode parecer justo, mas é o caminho mais curto para encurtar o espaço do dissenso. E quando tudo ofende, nada mais pode ser dito sem a chancela do sensível dominante. É aí que a liberdade deixa de ser liberdade, e vira autorização provisória concedida por um tribunal moral
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Ivo Broeing
Sim, houve presidentes que disseram absurdos. Mas é justamente por isso que devemos distinguir o discurso institucional, que tem poder de Estado, do discurso artístico, humorístico ou ficcional, que opera em outro registro. Quando colocamos todos no mesmo saco, exigindo que o humorista seja tão asséptico quanto o porta-voz do governo, o que perdemos é o próprio espaço da crítica, da subversão e da linguagem como campo de jogo e criação.
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Ivo Broeing
Você fala de (alargamento da ofensa), mas isso soa mais como colonização do discurso pelo trauma, e menos como avanço civilizatório. A psicanálise nos ensina que o trauma não se resolve pela supressão do significante, mas pela elaboração. Censurar a palavra que fere é confundir a ferida com a lâmina: o problema não está na piada, mas na impossibilidade de simbolizar o que ela toca.
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Ivo Broeing
Emerson, reconheço sua preocupação com o impacto do simbólico no mundo virtual, de fato, o real hoje é muitas vezes mediado pela linguagem digital. Mas justamente por isso é ainda mais perigoso quando o Estado se torna o árbitro do que pode ou não ser dito, sentido ou interpretado. Porque se o simbólico tem peso real, então sua regulação deve ser cautelosa, não expansiva, sob pena de abolirmos justamente o que nos diferencia das máquinas: o desejo, o duplo sentido, a ironia, o inconsciente.
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Emerson César de Campos
Ivo todos sabemos o quanto o real hoje é construído pelo virtual. É o espírito dessa época na qual vivemos. Não há ingenuidade psíquica em não desejar que traumas sejam ridicularizados. Portanto, me parece necessário sim um alargamento da ofensa no contemporâneo. Caso contrário teremos presidentes aí dizendo em tom de brincadeira: pintou um clima, não sou coveiro e não te vioh lento porque és feia. Ops, isso aconteceu.
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Ivo Broeing
Locke acreditava num direito natural à liberdade , mas ele jamais propôs que o Estado fosse tutor das sensibilidades individuais. Quando isso acontece, o que está em jogo já não é a proteção do direito alheio, mas o desejo inconsciente de controle total. E como todo desejo de totalidade, ele é, no fundo, totalitário.
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Ivo Broeing
Querer legislar sobre isso como se fosse literal é um retorno ao pré-simbólico , à infância psíquica, onde tudo é vivido de forma concreta, sem mediação. Isso é regressão, não evolução jurídica.
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Ivo Broeing
Freud já advertia: o eu não é senhor em sua própria casa. E quando o sujeito exige do mundo uma higienização simbólica total, o que ele revela não é uma busca por justiça, mas uma intolerância à diferença e à ambiguidade. Num espetáculo de stand-up, onde a ficção performática é sabidamente pactuada, o riso nasce da transgressão simbólica.
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Ivo Broeing
Emerson, você traz uma citação essencial de Locke, mas talvez valha recordar que o próprio Locke distinguia entre leis que protegem a liberdade e leis que a anulam sob pretexto de protegê-la. O problema que Coutinho aponta não é a existência de limites, mas o alargamento descontrolado da noção de (ofensa) como critério jurídico, um conceito por natureza subjetivo, flutuante e, do ponto de vista psicanalítico, muitas vezes ligado ao narcisismo ferido do sujeito.
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Ivo Broeing
O texto de João Pereira Coutinho expõe com precisão o espírito de nosso tempo: a conversão do direito à ofensa em crime de lesa-majestade moral. E o faz com uma clareza desconcertante para quem ainda acredita que liberdade de expressão possa sobreviver cercada de acolchoados.
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Ivo Broeing
A sentença contra Leo Lins é um marco , ão de justiça, mas de regressão civilizatória. É a consagração de um novo Leviatã, agora não mais apenas estatal, mas legitimado por uma moral coletiva que se sente autorizada a punir qualquer dissidência simbólica. A figura do humorista, do artista, do escritor passa a ser tolerada apenas se domesticada. A fronteira entre o que se pensa e o que se diz vai se estreitando até não restar nem pensamento nem fala..
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Alexandre Pereira
Tolerada apenas se domesticada! Sensacional!! Exatamente isso!
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Ivo Broeing
E quando você diz que quer (ver minha mãe ou filha serem vítimas dessa liberdade), não está defendendo vítimas, está tentando me silenciar por constrangimento emocional. É um golpe retórico conhecido, e sintomático: revela que, diante da dificuldade de lidar com a contradição, parte-se para a intimidação simbólica.
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Ivo Broeing
Mas liberdade de expressão não é uma concessão feita aos que você gosta, ou aos que pensam como você. É justamente o teste da democracia: permitir que até o que nos desagrada, nos irrita ou nos provoca tenha lugar. Do contrário, o que você chama de (liberdade) vira apenas o direito de repetir o consenso do seu grupo.
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Ivo Broeing
Gilberto, você transforma qualquer discordância em sinal de (ser enganado), qualquer defesa de liberdade em cumplicidade com bilionários, e qualquer ambiguidade em prova de má-fé. Essa lógica binária, entre os (enganados) e os (esclarecidos, você, claro rsr, é o tipo de construção que dispensa escuta e se alimenta da certeza absoluta de estar do lado certo.
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Gilberto Rosa
Ivo, realmente tu está sendo enganado pelas redes sociais e a vendida Folha, está inclusove se contradizendo no exemplo dos familiares. Os bilionários e a Folha lutam pelo direito de manipular e ganhar com financiamentos massivos de fake news, o problema não é um tolo, mas os enganadores massivos de tolos.
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Ivo Broeing
A dor pessoal é real, e deve ser acolhida. Mas não se combate o sofrimento instituindo censura preventiva para evitar que alguém, em algum momento, se sinta ferido. Isso não é justiça, é infantilização do sujeito e hipertrofia do Estado moral. A civilização não avança proibindo tudo que possa doer: ela avança ensinado a simbolizar a dor, inclusive através da linguagem.
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Gilberto Rosa
E a liberdade Ivo? Parece o Trump, que é a favor da liberdade, contanto não se fale mal de seus interesses, como do genocídio em Gaza, querendo fechar universidades por isto.
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Ivo Broeing
A defesa da liberdade de expressão não é a defesa de ofensas pessoais, muito menos de agressões gratuitas. É a defesa da ideia de que o simbólico, o ficcional, o artístico, inclusive o humor, não pode ser julgado com os mesmos critérios da ação direta e literal. Quando se faz isso, o que se destrói não é só a piada, mas a possibilidade de se dizer o indizível, de criticar, de desconstruir, de provocar o pensamento
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Gilberto Rosa
Tolos estão caindo neste papinho barato das redes sociais dos homens mais ricos do mundo, Musk e Zuckerberg, que querem lilberdade para enganar e fazer ainda mais dinheiro com mentiras financiadas em suas redes,
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Ivo Broeing
Eita Pola, Gilberto, com todo respeito, trazer mães, irmãs ou filhas para a conversa é abandonar o campo da ideia e entrar no território da chantagem emocional. Isso não é argumento, é uma tentativa de silenciar pela culpa, e é justamente contra isso que escrevi.
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Gilberto Rosa
Quero ver a mãe, irmã ou Filha do Ivo ser vítima da tal liberdade.
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