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Marcílio Lana
O encontro com o texto de Lúcia Guimarães é reconfortante. A gente sente que não está só, que não é um ser dinossáurico em processo de extinção. Ao mesmo tempo, se as palavras sugerem a sensação do diálogo, da conversa regada a escuta - coisa rara nos nossos tempos -, fica a pergunta: isso aí tem solução? Vamos sair dessa? Eu costumava acreditar no conhecimento como saída, mas olho para o lado e vejo a universidade ensimesmada, como destacou Michael França, nesta Folha, este mês.
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márcia corrêa
Cara Lúcia, muuuuitissimo obrigada pelo texto! Não tenho palavras para exprimir minha identificação e afinidade com tuas palavras. Sinta-se abraçada! Aliás, tenho a impressão de que quem ainda resiste à selvageria do planeta e das redes, morrerá abraçado em breve!
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MATEUS RAMOS BRUNO
Magnífico. Não me lembro de não ter gostado de alguma coluna da Lúcia. Esta é primorosa.
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Ettore Fellini
"o sociólogo Robert Putnam, "hoje estamos assistindo 'Friends'", não fazendo friends". Estamos? Quem seria este "Estamos" Seriam classe medias q se tomam por modelo da humanidade?As classes altas nunca fizeram friends alem de seu circulo As classes medias em uma epoca passada era mais amigavel e isto mudou Agora quem mora e frequenta favelas como eu fazemos inumeros amigos Será q escrever colunas baseadas no proprio umbigo de class media Ñ reproduz o modelo alienante q a propria condena
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Ettore Fellini
As palavras começaram a perder seu poder desde o final do sec 19 Lembremos q Gothe e Verther tiveram impactos levando suicidio a jovens da epocaA rev francesa foi feita com a força de jornais e suas palavras ( Marat q o diga) mudavam consciencias,Ainda ate o finaldo sec 19 a hipnose tinha capacidade de mudar o estado de cosnciencias,atualmente quem se deixa hipnotizar por palavras?Atualmente só a ação pode mudar algo mas as massas estao anestesiadas pelo consumo e entretenimento entao passivas
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Ettore Fellini
o Moralismo faz da indignação o seu motor mas não se badeia em evidencias A imbecilidade da maioria sempre existiu Se pegarmos dados e compararmos com epoca passadas Nunca o mundo teve pessoas com tanta formaçao intelectual como agora , nunca se leu tanto livros classicos como agora ,nunca tivemos tantos ateus como agora Talvez a colunista devesse olhar alem do umbigo , das suas amizades , de seus parentes e ver q a imbecilidade está diminuindo e Ñ aumentado ,fora do circulo dos imbecis claro
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Ettore Fellini
""Como chegamos a este ponto? A pergunta se tornou vazia.""O q é vazio é este moralismo q despolitiza e cria um vacuo de respostas,Este moralismo q encobre as dimensões polliticas,os interesses economicos e as mudanças culturais orientadas por grandes corporaçoes É plenamente compreensivel como se chegou a isto Com o dominio economico , cultural ,de comunicaçao hegemonico made USA. Se ela lesse Chomsky entenderia mas perderia o emprego nas midias vassalas do imperio
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Ettore Fellini
Parece q os problemas da humanidade para alguns começaram com as redes sociaisSeria engraçado se não fosse boçal.As midias tradicionais fazem o q ? Será q Ñ percebe a hipocrisia,a propaganda,o vies pro USA? Será q estes clones criados para consumir,para se entreter começaram com as midias socias?Sera q os filmes de hollywod,as tvs eram otimas ?Sim as midias socias e a tradicionais estão infestadas de esgoto e isto desde q começou o Imperio USA e ele fez encanamento de esgoto p/o mundo todo
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José Cardoso
Fuja do scroll. Internet é como shopping, onde a forma correta de usar é ir para comprar algo. Encontrou oba! Não encontrou, volte sem comprar nada.
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Acacio J K Caldeira
Ótimo artigo
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jose antonio Garbino
Como sempre, texto ótimo! sem comentário, rs
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Noel Carvalho
Texto ótimo. O senhor bering parece estreito demais. Lúcia, escreva mais.
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Marcos Benassi
Em contrapartida, Noel, é longo. Dá pé não.
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LORENA PARDELHAS
Pois é, Lúcia, temos vivido - ou algo parecido, assim. E nem é consolo que do outro lado vivam muito pior. Pois afinal vivem como quem imita alguém que não consegue respirar e acham que é graça ou fhina ironia. Claro que percebemos que são trágicos , mas empestam o ar e temos que escapar através do bom convívio ou do streaming , que seja. Ao fim e cabo temos a alma mais leve e, surpresa : ainda somos mais felizes.
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Dalton Matzenbacher Chicon
O problema maior é crer que haja outro lado, ao tempo em que todos são vítimas homogeneamente. Aliás, manter a ideia de um 'outro lado' é o que sustenta o coletivo catatônico identificador de 'um lado' seu.
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Marcos Benassi
Eita, caríssima dona Lúcia, infelizmente um texto certeiríssimo. Eu, que não uso rede social alguma, malemá abro o zap - já tô fóbico - e apenas boto minhas palavras a serviço de refletir aqui na folha, tô na mesmíssima. Pan e Bozodemia, paradoxalmente, desgastaram minha capacidade de "escapar" via jardim ou horta - e olha que moro na roça. Há uma urgência em tecer redes de compreensão esclarecida, relativamente tênue porque digital, mas é alguma coisa. O mundo parece que "scrolla" ladeira abaix
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Dalton Matzenbacher Chicon
Concordo.
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Maria Lopes
Lucia, que coluna boa, descreveu tão bem o que tenho sentido há tanto tempo. Não ter de ver aquela cara repulsiva e ouvir a repelente voz deu um certo alívio. Mas a eleição do clown demente e suas consequências não ajuda em nada. Não para de piorar. O melhor refúgio, acho, ainda é a natureza. E a arte. Por enquanto.
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Ivo Broeing
kkk O texto começa com uma crise existencial e termina com um tutorial de escapismo. No meio disso tudo, sobra culpa, impotência, notificações agendadas e uma leve adoração moral por jardins como resistência política. É quase um diário íntimo do cidadão progressista de classe média alta que cansou de tentar mudar o mundo, mas continua achando que ele deveria obedecer suas pautas.
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Ivo Broeing
Robson, agradeço pela autodefinição antecipada: inócua, ressentida e com aquele toque involuntário de autoironia que Freud chamaria de ato falho com assinatura. Mas admiro sua coragem de transformar o comentário em confissão pública de descompensação, já é meio caminho para o divã. Se quiser continuar, trago o cachê simbólico.
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Robson J Oliveira
Sua analise filo sofica, dedo duristica ressentida e inocua (como a minha aqui) implica que vc antes de escrever nao tomou seu remedio de tarja preta.
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Ivo Broeing
Marcos, nada mais revolucionário que uma esquerda com preguiça de ler, mas disposta a militar até o fim do tweet. Manifesto é só até a primeira vírgula, depois vira textão, e aí já é opressão do alfabeto burguês. :)
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Ivo Broeing
Querem transformar o mundo? Que tal começar pagando menos imposto quem gera emprego e mais quem vive do Estado sem entregar resultado? Mas aí já não é mais tão romântico, né? Porque mudar o mundo, sim desde que não mexa no conforto simbólico da própria culpa redentora.
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Ivo Broeing
Franco, é bonito esse idealismo progressista de classe média tentando mudar o mundo, geralmente com o dinheiro dos outros. Mas vamos combinar: quem entrega ironia aqui não é por ressentimento, é por lucidez mesmo. Freud explicaria sim... talvez como (narcisismo das pequenas causas), ou (gozo do sacrifício alheio).
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Franco Oliveira
Enquanto existirem cidadão progressistas de classe média tentando mudar o mundo existirá alguma esperança. Mas nesse caminho vamos ter que aturar gente que se acha muito inteligente rindo disso e não estão errados em criticar disso, mas ironizar guarda um dose de maldade ou quem sabe até de ressentimento. Freud saberia explicar.
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Marcos Benassi
Eu até leria a peroração crítica, prezado Ivo, não fosse ter de "scrollar" tanto. Dá não.
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Ivo Broeing
O autor lamenta a (cloaca digital) das redes sociais, mas ignora que essa mesma rede foi, por muito tempo, o megafone do seu próprio campo político. Quando a (zona inundada de merda) servia pra lacrar e perseguir opositores, parecia tudo muito engraçado. Agora, quando o algoritmo não filtra mais com o viés certo, virou ameaça civilizatória.
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Ivo Broeing
Dalton, entendo seu ponto, mas o curioso é que essa (realidade generalizada) só virou problema quando começou a escapar do controle narrativo. Enquanto a (cloaca digital) era usada para cancelar desafetos, fabricar manchetes com hashtags e transformar ironia em patrulha ideológica, ninguém parecia tão incomodado. Agora que o algoritmo não obedece mais a cartilha progressista e o filtro caiu, aí sim virou (ameaça à civilização). Coincidência? Freud chamaria de sintoma, eu chamo de conveniência.
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Dalton Matzenbacher Chicon
A autora não restringe 'campos politicos', mas apresenta a realidade generalizada.
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Ivo Broeing
O texto revela um superego saturado: culpa por não sentir o suficiente diante do sofrimento alheio, angústia por não ter forças para resistir e ressentimento contra os que ainda conseguem fazer piada no meio do colapso. O sujeito se vê em dissonância: a moral exige indignação permanente, mas o real exige paz mental. E aí aparece o sintoma: o doom scroll. Um ritual masoquista moderno que junta impotência com compulsão.
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Ivo Broeing
E no fundo, o que esse tipo de análise esconde é uma recusa liberal clássica: a de reconhecer que parte do colapso é estrutural, sim, mas outra parte é escolha. Escolha de sustentar um Estado obeso, arrogante, corrupto, intervencionista e incapaz de entregar soluções sem censura, burocracia e endividamento público.
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Dalton Matzenbacher Chicon
Concordo.
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Ivo Broeing
Shakespeare teria dito que (as palavras são vento), mas o que temos aqui é uma tempestade de palavras que só confirmam a paralisia. O problema não é a internet. É a falta de ideias novas que prestem. O escapismo não é fuga, é recusa inconsciente de continuar fingindo que a narrativa progressista ainda comanda a realidade. Como dizia Lacan: a verdade tem estrutura de ficção, e talvez o colapso esteja justamente no fim dessa ficção.
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ANTONIO AUGUSTO GARCIA DE FREITAS
Perfeito, como sempre. Devo confessar não paro de ver as reprises do Seinfeld.
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Jane Medeiros
De fato, o ambiente nos Estados Unidos deve estar tóxico, por tudo que de longe é possível observar! O país está irreconhecível!
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Marcos Benassi
Se aqui tá péssimo, com o Bozo na berlinda, imagina lá cara Jane, com o TrAmp no Trono. Jesus da Goiabeira carcomida!
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Luiz Gustavo Amorim
Que barra, Lúcia, ainda mais para quem tem mais de três anos e meio de Donald pela frente. Por aqui, os prognósticos da Gazeta que nos acolhe nesse momento também não são alvíssaras. Sigamos escapando cá, lutando acolá.
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Marcos Benassi
Triste síntese, mai é isso mêmo. Lutemos, cá, alhures e algures. Prá mandar nossos pppiicaretas pra Nenhures!
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