Durante vinte e quatro horas, vibra uma micro luz âmbar: sinal de que tudo - a risada apressada da barista, o murmurinho da rua, minhas divagações interiores - atravessa o labirinto dos algoritmos. A noite, o usuário pedi um resumo do dia e recebe um scroll interminável de transcrições, tópicos de ação, insights sobre seu humor e até histogramas de silêncio. Diante desta avalanche, sinto como se Guy Debord e Michel Foucault me sussurrassem: a sociedade do espetáculo encontra o panóptico pessoal.

Falaram coisa parecida quando Gutenberg criou a prensa em 1450.

O indivíduo está morrendo, e é bem provável que não deixe saudade, pois saudade é um sentimento individual. O corpo humano será o instrumento de uma vontade coletiva. Os mais otimistas imaginam, neste ponto, tiranos individuais controlando todo o processo. Acho pouco provável que tiranos tenham qualquer chance contra algoritmos que, cada vez mais, têm a capacidade de se autoprogramar. Tudo isso chegará suavemente, na forma de conforto, paz e segurança. "Not with a bang, but a whimper."

Oooo loco meu.. Não entendi até agora. Fiz um elogio emocionado aos argutos comentários de hoje, do Mestre Marcos Benassi, e, fui censurado.(Qualé). Sou fã desse cara..., pô.

Os celulares/laptops já fazem isso desde o Snowden (2mil e13), a diferença é que nós não tínhamos acesso.

Grave essas minhas palavras, foi um fecho genial ronaldo

A serie Black Mirror, de anos atrás, já tinha vários episódios descrevendo muitos reflexos disso . Profética.

... na dúvida, 'encontrar', também, um cartão bloqueador. Que, infelizmente bloqueia os vizinhos fixos e circunstanciais.

Primeiro, jamais vou comprar este tipo de equipamento. Segundo, que bom que vou fazer 68 anos, porque por mais otimista, está difícil imaginar um futuro breve que não seja preocupante, desigual e muito triste.

A experiência começa com um clique quase imperceptível no pequeno pingente preso à lapela - um daqueles pendants elegantes que prometem lembrar cada palavra que sai da nossa boca, de cada suspiro que se insinua entre o café da manhã e a reunião da tarde. O fabricante garante que ele preserva conversas, organiza tarefas inesperadas e, de quebra, permite reviver momentos de ternura ou tensão com fidelidade holográfica. Tenha seu próprio BBB individual das organizações Tabajara.

O ser humano estará sempre no controle da IA, cuja atuação depende da iniciativa humana de alimentar com dados. Essa perspectiva nos coloca com9 agentes do nosso futuro, assim como sempre foi desde que aflorou em nós a capacidade de reflexão.

E qual será o tamanho do arquivo de áudio (considerando que imagens e vídeos ficarão de fora) de um dia de vida? Uma semana? Dez anos? Noventa? E quem irá armazená-los? Em qual dispositivo? Haja memória...

Imagine o que vai acontecer com toda essa massa de dados depois que a gente morrer, posso aqui já dar uma ideia: Criar um agente de IA autônomo que sirva de simulacro da consciência do morto e age com validade jurídica como se fosse ele próprio. É o fim da herança. hahaha

Novos gadgets tendem a sem fundir em sistemas de maior adesão, o celular não pode fazer a mesma coisa?

Muito bom o texto, porém, uma ressalva, não é "de quebra, esses dados serão usados para treinar a própria IA." é o contrário, esses dados são usados para treinar a IA e de quebra, para todos o resto e "nós" é que pagamos por isso, com grana e perda de privacidade.

Igual agora, só que com mais velocidade e menos qualidade.

Me lembrou um episódio de um seriado inglês futurista disponível no streaming. Não posso dizer o nome porque a moderação não deixou passar. Tem a ver com "espelho". Que medo do futuro...

Sim, há muita gente de sa co cheio de tanto rastreamento e aprendizagem de máquina às custas dos nossos dados e infos. Haverá espaço para divergentes pois a tecnologia nasce também das resistências.

Uai, sô, bagúio tétrico. A análise das redes sociais para concessão de entrada, já é presente, meu caro, em vigor na portinhola da terra de Sam. Bagúio lôko, é nóis no fosso. É a distopia Orwelliana tornando-se concreta. Quem pagar por esse tipo de coisa, é um suicida - e estou certo de que existem vários pelaí. Ah, sabe que até poucos anos atrás eu tinha algum deleite em estar mais próximo do desmanche do que da linha de montagem; revejo-me, porque acho que ainda serei vítima da desgraceira.

Mais uma oportunidade de negócio: criar algum outro aparelho que bagunça completamente as frequências que podem ser captadas pelos Plauds e compatíveis da mesma forma que existem roupas e lâmpadas infravermelhas que impedem que sistemas de reconhecimento facial reconhecer você em vias públicas.

Para, quero descer.

Me lembrei de um episódio de Black Mirror, que tratava de uma situação semelhante .... Que medo!