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MARCELO PEREIRA DO NASCIMENTO
Trabalho há 36 anos sem ter um dia de emprego, de chefe, horário ( só os que eu crio)... E estou muito bem, obrigado.... ah, nunca enviei um currículo.... Trabalho só com meus projetos ...Eu já vivia no futuro e não sabia.
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Antonio Carlos
fiz um comentário sério e não foi publicado, porque.
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marcos fernando dauner
o texto pode até trazer algo de verdade . Eu, em trinta e oito anos de profissão, mesmo com dois cursos superiores e uma pos graduação no CV, nunca fui chefe de ninguém , sequer de um estagiário - e passei por duas industrias , um órgão da prefeitura e um órgão federal .
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RICARDO Moreira
No Brasil prevalece o networking e inteligencia emocional, mais que o currículo. Como você anda nestes aspectos?
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Hercilio Silva
Viajou um pouco na maionese. E citou um ambiente futuro pior do que aquele que critica e diz que será superado. A IA ainda não é isso tudo.
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Alvaro Machado Dias
Entendi. A IA já está aumentando a coordenação nas empresas. A questão é que esse processo subverte a escadinha corporativa que serve de base para os planos de carreira, além de diminuir os incentivos para investir em um colaborador por anos. Esses resultados deverão se tornar mais claros em torno do final da década. Abs.
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Hercilio Silva
A IA pode ter uso positivo, colaborativo, nas empresas. Não se o objetivo for eliminar muita gente e fornecer mais "mão de obra" para aqueles que se aproveitam do desespero dos desprezados pelo capital para propor distopias autoritárias.
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Alvaro Machado Dias
Pode me explicar em que sentido por favor? Obrigado.
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Wilton Cardoso
Parece que Marx só tem acertado em relação às tendências espontâneas do capitalismo...
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Alvaro Machado Dias
Bom ponto, Wilton. "O Capital" continua sendo uma das análises mais penetrantes do capitalismo já escritas. Marx decifrou a lógica interna do sistema com precisão cirúrgica. Mas aquela revolução do proletariado que ele previu? Nunca esteve tão distante. A IA está criando justamente o oposto: uma fragmentação crescente que torna a ação coletiva quase impossível. Ou seja, a solidariedade de classe desapareceu de vez, ao invés de crescer. Marx foi um analista genial, mas um profeta falho.
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Daisy Santos
Artigo 'inspirador' para os jovens com ensino superior, pós-graduação que estão circulando seus CV pelo que resta de mercado de trabalho. Somado a ideia de pleno emprego que alguns 'otimistas' gostam de especular por aí é só alegria para o precariado da economia gig.
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Alvaro Machado Dias
Boa tarde, Daisy. O sarcasmo é compreensível. Mas, para jovens qualificados, a questão é como navegar o novo cenário, não lamentar o antigo. Sim, a competição ficou mais intensa, mas quem souber se posicionar pode ter mais autonomia do que nas gerações anteriores.
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ROBERTO CEZAR BIANCHINI
Uma questão que precisa ser endereçada sobre o assunto do texto: quando um modelo de IA tomar uma decisão errada, quem será responsabilizado? Quem colocou a decisão do modelo em prática? Quem treinou o modelo? Advogadas especializados neste tipo de de problema terão alta demanda daqui para frente.
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Alvaro Machado Dias
Excelente ponto como sempre, Roberto. Quando algoritmos tomam decisões de contratação/demissão erradas, quem responde? A empresa? O desenvolvedor da IA? O funcionário que "apertou o botão"? Ainda não temos marcos regulatórios claros. Isso criará uma nova categoria de advogados especializados em "responsabilidade algorítmica" - ironia: mais uma profissão que deverá usar IA fartamente para mapear os casos e apontar entendimentos (sobretudo no âmbito da defesas das Requeridas).
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José Cardoso
As advogadas também serão robôs...
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Geraldo Filho
I.A. ou as LLMs agregam o conhecimento da humanidade, produzido por nós portanto, e pode nos oferecer isso de forma racional, respondendo nossas dúvidas, gerando contextos diferentes, traduzindo idiomas e analisando contextos, resumindo conteúdos, auxiliando em tarefas de escrita e programação. Alguns irão ver como ameaças a seus empregos, como toda novidade, outros como oportunidades para novas funções e como tudo na vida, precisamos tomar cuidado para não ser mal usada.
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Geraldo Filho
Álvaro e Tais, me parece que no mundo corporativo, não se deve esperar muito além disso, resultados, produtividade, lucros. Ainda assim, responsabilizar a I.A. diretamente por uma questão humana entre seus relacionamentos e poder é o mesmo que culpar o relógio pelo atraso do trem. Se olharmos pelo outro lado da questão, menos síndrome de pequeno poder, menos subjetivismos, pode representar ganhos tanto para trabalhadores como para empresas.
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Alvaro Machado Dias
Boa tarde, Geraldo. Sua visão equilibrada me anima. Mas o artigo aborda algo específico: como essa mesma tecnologia está sendo usada para reorganizar estruturas de poder nas empresas. Não é só sobre "ameaça vs oportunidade" individual, mas sobre transformações sistêmicas. Quando algoritmos passam a coordenar equipes e definir tarefas, muda a natureza do trabalho em si e isso tem muitos prós, mas imensos contras.
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Thais Campanaro
Geraldo, lamento empanar seu otimismo... mas o que não falta da história da humanidade é exemplo de tecnologia mal usada... Com consequências sempre muito ruins.
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Paulo Girardi
Fica a pergunta para o Álvaro, o que estamos fazendo de errado como humanidade? Não deveria a IA facilitar a nossa vida? E quando esse tipo de trabalho sob demanda, pasteurizado e sem valorização também puder ser feito pelas máquinas, quem irá consumir o que se produz e que tipo de sociedade seremos?
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Alvaro Machado Dias
Olá Paulo! Você captou bem o fio condutor do que venho explorando nessa série mais recente de artigos - o achatamento da classe média em várias dimensões. A IA está criando uma polarização entre quem consegue potencializá-la e quem é coordenado por ela. O desafio societário é imenso: como lidar com essa concentração crescente sem os mecanismos tradicionais de mobilidade social? Discussão fundamental para os próximos anos.
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Thais Campanaro
Lembra de quando os escritórios começaram a adotar computadores?... Aquela história de otimizar a produtividade para permitir menos horas de trabalho para uma mesma entrega... o sonho do ócio criativo do Domenico de Masi, a utopia de uma humanização do ambiente de trabalho permitido pela eficiência da máquina... Por é. Tudo isso foi pelo mesmo esgoto que espera o atual mercado de trabalho, levado pela mazela de sempre: capitalismo desenfreado e ganância mesquinha das empresas.
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José Cardoso
Fiquei surpreso quando vi esses números de trabalhadores temporários na China. Os trabalhos em fábrica tem uma curva de aprendizado que torna menos eficiente um novo operário, comparado a um com um ano de casa por exemplo. Exceto talvez nos processos de estoque e expedição, onde o serviço se aproxima dos entregadores ao cliente final.
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Alvaro Machado Dias
Caro José Cardoso, muito obrigado pela observação afiada! Agora, note que os 40% chineses incluem muito além de fábrica - serviços, delivery, freelancers digitais. E, mesmo na manufatura, processos que antes exigiam meses de treinamento agora são quebrados em micro-tarefas que qualquer um aprende em dias. A flexibilização não é só sobre conveniência - é sobre tornar o trabalho intercambiável. Abs.
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NACIB HETTI
Não tem nada de IA. Todas as manifestações indicadas são produtos da inteligência natural.
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Alvaro Machado Dias
Sim, elas sempre são. No caso, são sobre as maneiras como a inteligência natural aplicada às firmas mudam a sua estrutura pela disponibilidade de uma nova tecnologia. Abs.
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Plinio Monteiro
Artigo muito bom como sempre. Meu filho está se formando e eu sempre falei de plano de carreira, mas ele não parece acreditar muito nisso. O garoto sabe das coisas.
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Marcos valerio André da silva
Desculpe Plinio, o que é plano de carreira? Além de gestão de competências? Talvez o jovem não planeje ou não sonhe mais em entrar como estagiário e sair como presidente numa mesma empresa. Isto já mudou faz tempo.
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José Fernando Marques
Valeria explicar o que são "economia gig" e outros jargões. Tive de ler o artigo duas vezes para entendê-lo.
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marcio jose albino
Economia de bicos, sem contratos.. pesquisei na IIA Deep Seek
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Alvaro Machado Dias
Economia gig é o modelo de trabalho baseado em "bicos" ou projetos pontuais, sem vínculo empregatício tradicional. Exemplos: entregadores de delivery, freelancers de design. Os trabalhadores recebem por cada tarefa realizada, sem progressão hierárquica tradicional. O termo vem de "gig", que significa apresentação musical de uma noite só. Na economia gig, um entregador não "sobe" para supervisor de entregas - essa estrutura simplesmente não existe.
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Marcelo Negros
Como Executivo C-Level que virou Consultor e Mentor por falta de saco, quero muito que a IA desmascare a inutilidade dos CEOs e Conselhos de péssima qualidade do Brasil. CEOs que só tomam decisões por comitê, enquanto balançam lixo do Lencioni e Estoicismo da Shopee, e Conselheiros vagabundos que não sabem nada, falam zerda e levam dinheiro.
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Marcelo Negros
Concordo, mas lá fora ainda tem alguns psicopatas que ao menos são assertivos. Aqui no Brasil a qualidade da Chefia (me recuso a chamar de Liderança) só piora.
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MARCIO OLIVEIRA
Os CEOs não são ruins só no Brasil, existe muita aura e MKT em cima de zerda, sabemos disso.
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Alexandre Marcos Pereira
O princípio de Peter é fato. O melhor analista que já conheci passou a chefe. Enquanto analista, era o homem das causas impossíveis: escrevia pareceres enxutos, tinha um ouvido clínico para o detalhe que salva um processo. Ganhou o cargo de chefe e, com o crachá novo, vieram as demandas novas: relatórios sobre relatórios, o sorriso diplomático. A cada promoção, um pequeno exílio daquilo que ele fazia de melhor. Não virou incompetente por falta de talento, mas por excesso de distância do ofício.
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Alvaro Machado Dias
Olá Alexandre! Pois é, já vi muito isso acontecer também, inclusive em empresas nas quais tenho participação. Uma maneira de atenuar isso é criando uma linha de promoções que permita ao engenheiro/técnico/especialista ganhar mais do que o gerente. É pouco usada, mas funciona bem. Abs.
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Paulo Soethe
Prezado Álvaro, o que significa que a IA é uma tecnologia comercializada por companhias com muito menos elos hierárquicos por bilhão faturado do que seus compradores? É uma pergunta mesmo.
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Alvaro Machado Dias
"Elos hierárquicos por bilhão faturado" compara quantos níveis de chefia uma empresa tem em relação ao seu tamanho econômico. Empresas de tecnologia que vendem IA (Google, OpenAI) têm estruturas mais horizontais - menos chefes para o mesmo faturamento. Já empresas tradicionais que compram essas soluções (bancos, montadoras) são mais verticais - precisam de mais camadas hierárquicas para funcionar. A questão é que quem desenvolve tecnologia para "achatar hierarquias" já opera de forma horizontal.
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Fabiano Caetano de Souza
Eu gosto da coluna, porque o conteúdo me interessa muito. Mas confesso que frequentemente tenho dificuldade de entender o que o autor quer dizer em muitos parágrafos, como nesse aí, por exemplo.
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Frederico Goulart
Ele pediu para alguma IA escrever este texto...
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Alberto Bianco
Já está assim, só tem vaga de trabalho pra ganhar até 5000 reais ou pra ganhar 30000, no meio, não tem, quando aparece, as pessoas se esbofeteiam pela vaga.
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Alvaro Machado Dias
De fato. Aliás, o Reid Roffman, criador do LinkedIn, falou isso recentemente em uma press call. Meu palpite é que irá piorar ao longo dos anos. Abs.
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Marcelo Negros
E na verdade as de 30 mil são salários achatados de quem ganhava 50 mil. As empresas no Brasil continuam fazendo cartel para reduzir salários.
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