A reencarnação do espírito não seria um dogma?

Exato. Dizer que a ciência não prova X ou Y e daí derivar que algo existe em função disso é um tanto bizarro. Há uma confusão entre estudar o papel da espiritualidade na psique para daí chegar à bizarra conclusão de que pode existir consciência após a morte. Spoiler: não existe, como não existem deuses fora da criação mental humana.

Crer por crer.

Joaquim, tem um livro de um escritor inglês, Neil Gaiman, que é também um excelente, magnífico, roteirista de quadrinhos, chamado American Gods, do qual se fez um seriadinho que, salvo engano, é assistível na Amazon. Ali você encontrará uma resposta, não sei se a melhor, a essa sua fundamental questão. Inda por cima é divertida à beça.

O "tem" é sem acento. Com acento só para plurais.

Mesmo ateu, leio com curiosidade. Juliano é inteligente. Mas hoje ele entrou atravessado. Essa afirmação de que a ciência não prova a extinção da consciência foi de lascar. Achei que ele iria discorrer sobre o papel das crenças no bem estar psíquico, mas a coluna foi no nível "Jesus of the Guava Tree"

Filipe, prezado, eu gosto bastante das colunas do Juliano, de verdade. Mas não deixo de divertir-me quando posso, e hoje, pô, foi o caso. Hahahahah!

Mmmmmmm... Devíamos tratar a coisa como autoconsciência, né? Quando o Juliano trouxe a questão dos "replicantes" do PhilipKDick, tava nesse nível, mas depois passou. Boa dedada!

Luiz, vc tem razão na sua afirmação, isso seria uma pesquisa científica válida. Mas não é só isso q ele faz, segundo a coluna. Primeiro se informa q ele desqualifica a metodologia científica como uma suposta ideologia dita fisicalismo materialista, o q quer q essa bobagem signifique. Depois se informa que seu livro supostamente mostra evidências empíricas que sugerem a possibilidade de sobrevivência da consciência e pesquisas sobre mediunidade, experiências de quase-morte e reencarnação.

Cont. Então não se trata de uma diferença entre ciência e filosofia, pois a ciência também usa conceitos. Um exemplo fronteiriço entre elas que ilustra de modo positivo o q quero dizer é a noção de inconsciente. Conceituada inicialmente no campo médico e geradora de vasto conhecimento especulativo e experimental, ela própria, a noção de inconsciente, é uma questão para a relação entre evidência e conhecimento, com implicações práticas cruciais, visto a importância da suas terapêuticas

Discordo apenas do "pseudo-cientista". Me parece que a linha de pesquisa dele seja a influência da fé dos pacientes no processo terapêutico, não algum tipo de intervenção divina. É mais do que conhecida a influência da "vontade de viver" na recuperação dos pacientes e se está for motivada por algumas crença religiosa, espiritual ou o que seja, tudo bem. O problema é vir o pastor e aumentar o dízimo como paga pela "intervenção divina" devida às suas imprecações.

Cont. Então,.não se trata de filosofia ou ciência, pois a ciência também trata de conceitos. Um exemplo que pode ilustrar bem isso é a noção de inconsciente. Conceituada inicialmente no campo médico e geradora de vasto conhecimento especulativo e experimental, coloca-se ela própria, a noção de inconsciente, como uma questão para a relação entre evidência e conhecimento - e tbm prática a partir desse conhecimento, como as diferentes atividades terapêuticas

Sim, aponto tal exemplo por ser um conceito pouco rigoroso, mas que produz, politicamente, seus efeitos. O que coloco é a própria operação conceitual. A classificação de uma doença, por exemplo, não deixa de ser uma operação conceitual, uma vez que organiza, hierarquiza e seleciona dados de um certo contexto corporal ou de interação biológica para produzir seu conhecimento. Uma dada doença pode vir a ser entendida de outra maneira de acordo com diferenças nessas operações.

João, quem criou o conceito da mão invisível do mercado foi um filósofo, não um cientista. E quem defende o conceito hoje são economistas liberais e neoliberais, q passam longe da objetividade científica. Entre outras coisas, eles acreditam q correlação é causação, e rejeitam a economia comportamental, q introduziu um pouco de ciência de fato nas ditas ciências econômicas.

Por outro lado, é da ciência fabricar conceitos, e há até quem avançaria em dizer que são os únicos objetos da ciência. Os conceitos, ainda que sejam históricos, não dispõem das mesmas características que outros objetos do mundo, ou alguém já provou cabalmente a existência tal um outro objeto qualquer, digamos, da "mão do mercado"? Todavia, isso não impede que toda uma cosmologia ao redor desse conceito seja ativa e operante e produza efeitos no mundo

Exato. Quem fala que a "ciência não provou que a consciência desaparece com a morte do corpo físico" desconhece o básico sobre epistemologia.

Hahahahah, esse foi um excelente contraponto. Que me faz lembrar daquele ótimo ditado espanhol, "não creio em bruxas, mas que elas existem, existem." Hahahahah!

Penso que nesse caso é o contrário, não é a ciência não provar que a consciência não continua após a morte, mas sim provar que a consciência continua após a morte. Seria o mesmo que a ciência provar que Deus existe.

Ah, minha querida Anete, mais desamparado fiquei eu, agora: o Bozo já me roubou uma parcelinha da minha humanidade, fazendo-me absolutamente apático em relação ao seu sofrimento pessoal, às desgraças venham a acontecer a ele e à Alta Bozoléia. Agora, você: nunca consegui reduzir meu desamparo aderindo a qualquer religião. Se fazê-lo por esse motivo é humano, acabou de ruir mais um pedacinho da minha humanidade... Hahahahah!

Hahahahah, Prezado, só posso agradecer pela gargalhada. Quem diria, tanta diversão com um texto que é sério, que convida para um debate interessante, mas que, no fim das contas, deu margem a muita risada. Sem ironia alguma.

Filipe, meu caro, por piedade, não ache que eu tenha a mínima ideia do que signifique "substantivo homófono no lugar do verbo". Na minha absoluta ignorância gramatical (de verdade, não sei chongas), isso pra mim parece mêmo algum tipo de perversão sexual. Hahahahah!

Excelente resposta.

Ôôô, meu caro, eu também sou um Pio fiel de São Gilberto Gil: Espírito Superior, perfeitamente capaz de guiar, com sua obra e exemplo magníficos, qualquer Bípede pra uma vida decente. E também preferia que o bonde fosse só de ida, mas reitero: pra mim, não faz a mínima diferença, não muda absolutamente nada na ética que me guia. E não terei problema nenhum caso descubra, no fim das contas, que estava errado. A não ser que não terei o almejado sossego, claro.

"Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá" pela voz do Gil, Marcos tens um lugar reservado no nosso altar, diariamente...hahaha. Na ausência de laços afetivos reais, a imaginação pega carona no K Popper na sua "feição tecnológica", todavia quero voltar não . Dá uma passagem pra esse bonde só de ida.

Ih, Marcão. Usei um substantivo homófono no lugar do verbo e tomei pedrada. Não leia meu comentário nesta coluna, por piedade.

Ler Monteiro Lobato é mais produtivo.

Condenado a resnacer para sofrer pagando pecados infinitos. Puro sadismo

Pior religião

boa

Claro que há, João: um deputado do republicanos, que mudou para o PL, Bozolóide até o caroço, mas que apresenta bons projetos de lei, luta por questões verdadeiramente populares e é a favor do aborto por escolha da mulher. Muito mais sobrenatural do que amigo imaginário, pô. Hahahahah!

Ah, tô contigo. Além do que, morrer é muito mais simples do que continuar a viver no além, vai saber de que jeito. Jesus da Goiabeira!, vai que nego ainda por cima descobre que reencarnação acontece mesmo? pelamordeLênin, outra vida?! Quero não. Espero que eu não dê o azar de tudo isso, no fim das contas, se confirmar. Hahahahah!

Perguntar a todas às sensibilidades… está errado; não cabe acento indicador de crase aí, doutor.

Concordo em gênero, número e grau.

Pois é, vai faltar círculo no Inferno e nuvem no Paraíso. Harpa, só no mercado paralelo. E o preço da picanha de ectoplasma vai ficar pela hora da morte.

Não é que é mêmo? O além ficaria meio crawdeado... Hahahahah!

Adorei seu comentário, assino onde?

Ôôô, Anna, que dica interessante! Vou até fuçar aqui nos streamings. Mas eu não sei se Faria esse mesmo raciocínio do pessoal: tá ruim aqui e eu salto no desconhecido? Nããão, é muito risco. Enfim, será exatamente aquilo que será, seja o que for. Dessa minha Acaciana conclusão, depreendo que é só o sossego de Brás Cubas me seria atraente: um túmulo quietinho, com vermes a se deliciar. Vai que "o desconhecido" é a confusão que a colega Mônica, acima, descreveu? Hahahahah!

Ah, eu não havia reparado no argumento do César Costa. Acho bastante bom, defensável até o caroço.

Cada um com suas certezas e verdades. Que bom!

Eliane, Prezada, eu também *torço* por isso, mais simples e mais sossegado. Mas... Como eu sou cientista por formação, e tenho, digamos, uma "alma sensível", admito a possibilidade do Mistério, com M maiúsculo. A gente não conhece o mar profundo que nos banha; o universo tem um tamanho e uma quantidade de desconhecidos assombrosas; não conseguimos explicar uma aberração pedestre como, por ex, o voto no Bozo. Há Mistério nesse mundão de Zeus, Eliane, vai-que? Hahahahah!

Eliane, imagine voltar a idade média e dizer que existe um mundo invisível que nossos olhos não podem ver, o mundo microbiano. Imagine talvez falar que existe um mundo sub atômico antes sa teoria quântica. Talvez não tenhamos ainda criado a lente ou máquina que nos propiciará ver esse outro mundo. Talvez daqui uns duzentos anos.

Rejeitar peremptoriamente sem pesquisar é tão anticientífico quanto admitir cegamente sem investigação. Não há motivo para temer as pesquisas

Existe literatura infantil?

Rapá, quem teria de se avexar sou eu, que *não tenho a mínima ideia* de gramática, apenas sei usar a língua - e basta, já que essa seria a função da gramática que eu me recusei a aprender. Não tenho nem a mais superficial ideia do tal do "verbo homofóbico" que cê falou lá em cima, se ele é mesmo mau-caráter, sei se nada... A ignorância em muitas coisas é uma, talvez a mais desenvolvida, das minhas potências. Hahahahah!

Opa, convosco e não abrosco: acho o Juliano interessantíssimo, não percebo o "viés de propaganda" que tantos colegas encontram em seus textos. Acho um sujeito reflexivo, que nos traz algumas chaves muito úteis pra entender um universo que, pra mim, é completamente opaco e inacessível.

Obrigado, Marcelo, mas peça ao Benassi pra não ler meu comentário.

Verdade: ressentir é o verbo; recente não passa de um substantivo. Humildade costuma não me faltar, e vou aprendendo com quem sabe.

De fato, Marcelo. Eu li mal. Sim, "os leitores têm"... Está correto

Herbert, " leitores têm " esta correto"

Que os leitores tenham...ele não se ressente...Amigo, vamos escrever melhor?

Isso se chama religião. Minha esposa crê que existem fantasmas, então não apaga a luz quando dorme sozinha. Absurdo? Isso é acreditar em vida após a morte, e justiça para todos é mera fantasia.

Discordo! Religiosidade não implica em pobreza intelectual! Tenho duas graduações, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado (meu CV Lattes é público) e me sinto muito bem afirmando ser espírita! Que Deus te abençoe e ilumine, Ettore! Que seu Anjo da Guarda e seus mentores possam te auxiliar cada vez mais em sua jornada terrestre! Fique em paz!

Eita, Luiz Fernando, meu caro, incréu assim, fica muito chato. Os espríto fica numa lâmpia, que nem a Jeanie, que é um gênio! Algum dia, tomara que demore, a gente descobre.