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  1. Alexandre Marcos Pereira

    Kafka já sabia: o labirinto não se mede em metros, mede-se em formulários. O O de O Processo , na versão em português do livro, é, secretamente, o círculo perfeito da tarefa que nasce para justificar a si mesma: ata que convoca a reunião que aprova a ata que convoca a próxima reunião. Max Weber vislumbrou a jaula de aço; nós a ornamentamos com indicadores-lantejoulas. KPIs brilhantes piscam como luzinhas de árvore de Natal enquanto a árvore murcha. Um painel verde não planta florestas.

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  2. Marcos Benassi

    Pô, Marcão (Marxcão?), que texto ótimo, cara! Segunda boa dica do substack no dia de hoje, não posso mais ignorá-lo. Olha, tem uma questão paradoxal, que é o estabelecimento de "processos" que tragam, à máquina produtiva (estatal ou privada, igualmente) relativa independência das pessoas. Quem entrar, realiza a tarefa, enquadrado pela regra - até as normas ISO têm espírito semelhante. Eu, aos4Oepouco, escolhi empobrecer e não trabalhar maispra corporações; a molecada começa antes, bom presságio.

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  3. Alexandre Marcos Pereira

    Viralizações funcionam como sirenes: não anunciam um navio, mas um naufrágio. O texto de McCann, em si talvez apenas mais um desabafo bem escrito, converteu-se em espelho de bolso para milhões de leitores cansados, que pela manhã abrem o e-mail e encontram, entre boletins de mercado e convites para webinars, uma pequena confissão da época: estamos exaustos de trabalhar sem saber muito bem para quê. A newsletter virou o confessionário portátil de uma classe que perdeu a liturgia do ofício.

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    1. Alexandre Marcos Pereira

      Benassi, sob muitos aspectos, eu dou razão a Gerações Z. A tradicional relação de trabalho hierárquica está em crise, o que já não era sem tempo. Em tempos de internet e trabalho remoto, não tem sentido cobrar cumprimento integral de jornada de trabalho. A ênfase deve ser em cima de projetos e obtenção de resultados. Que cada um trabalhe no seu ritmo e horário, desde que os trabalhos sejam feitos, com qualidade. Por isso, assina embaixo o manifesto de McCann.

    2. Marcos Benassi

      Hahahahah, xará, essa do naufrágio foi ótema! Mas, cara, sabe o que eu temo mêmo? É que a perda da liturgia não se resuma a uma classe; dito de outra forma, que esse valor, até dos ofícios estritamente litúrgicos - padre, professor et al - tenha se esfarelado. Ora, qual a expectativa de um padre (convicto, homem de fé verdadeira) acerca da atenção e evolução espiritual da galera? E o 'fessor, com seus alunos que não obterão avanço com aquela educação, a possível? É triste, compadre, desanimador.

  4. Miro Costa

    Os podres de mimados são em regra marxistas. Têm certeza de que a herança que vão receber dos pais mortos (se houver) é o fruto da redistribuição de renda, não do trabalho duro. E também rejeitam filhos, seu negócio é pets. Vão acabar com o gênero humano. São o verdadeiro aquecimento global.

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    1. Marcos Benassi

      Engraçado, Miro, eu jurava que o aquecimento global era derivado do esforço Bozoológico de refletir. O atrito de engrenagens mal lubrificadas, fora de esquadro, desacostumadas ao ofício de pensar, deve esquentar pacaramba. Considere também esta hipótese, é "disruptiva".

    2. Alexandre Pereira

      Deve se aplicar a Engels… Já Marx, ex-riquinho, era somente um parasita. Não a toa cativou Lenin… outro, mais pernicioso.

  5. Felipe Araújo Braga

    Nossa, o José Cardoso falando mal do trabalho corporativo qualificado (que novidade desse bolsonarista). Para ele trabalho bom é vender curso na internet, como o Marçal ou ser pastor evangélico milionário do dízimo. Funcionário público concursado - ainda mais professor, médico ou cientista - jamais! Viver de dinheiro público só se for de família parasita (Bolsonaro) para pedir Golpe Militar!

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    1. Alexandre Pereira

      Você não é o carinha da USP? Dinheiro o que mesmo, camarada?

  6. Felipe Araújo Braga

    O Capitalismo evoluiu muito do tempo de Marx até agora. A alienação e a exploração, entretanto, continuam presentes. Hoje não é mais o operário de fábrica - o trabalho industrial que se sindicalizou e passou a oferecer direitos mínimos ao trabalhador tem sido muito atacado - da mesma forma como o trabalho corporativo, que exige qualificação (assim como o trabalho médico): o que se quer vender é a ilusão de empreendedorismo que desemboca no trabalho por app.

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    1. Marcos Benassi

      [xiiiiii, meu caro, tem um comentário apanhando na masmorra da folha - trabalho humano, sem robôs, mas certamente sem sindicato ou vistoria do Ministério Público do Trabalho - e, se não matarem e jogarem na ponta da praia, ele aparece por aqui. Tomara.]

    2. Marcos Benassi

      [Ledo e Ivo logro, Alexandre: o Felipe, "comuna uspiano", não pode ser acusado de redutor, senão de complicador. Afinal, a Zesquerda sempre complica as coisas.] Meu caro Felipe, o trabalho industrial tá, em parte substancial, sendo substituído pelo robotizado, né? Aquele que sobra, sim, sofre dos ataques mencionados. Aliás, um exemplar magnata, o Bezos (Amazon), usa muito trabalho braçal em seus depósitos e *proíbe* a sindicalização - nem sei se já julgaram isso. Talvez, pra Uber, facam-se neces

    3. Alexandre Pereira

      Ok, reducionismo é tudo. Hahahahaha!!

  7. CARLOS EDUARDO MARTINS

    A espinha dorsal de Marx é genial, o sistema industrial vigente deixava o patrão cada vez mais rico e o operário cada vez mais estacionário. Hoje nem tanto mas enfim , estamos falando de 1880. E a geração Z esta com dificuldades de aceitar que para ser Gerente é necessário aprender primeiro, seja no trato com pessoas, seja na capacidade de resolver problemas. Mas a rua irá ensinar isso com tempo, e a geração AA saberá que roer o osso nao é questão de opção, mas sim de evoluçao.

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    1. Alexandre Pereira

      A espinha dorsal de Marx era o bolso dele. Disso ele gostava muito.

  8. Ney César Silva Souza

    A dúvida que persiste é se a geração Z está realmente rejeitando a alienação do trabalho, buscando atividades que façam sentido para os jovens, redescobrindo o valor tão esquecido da vocação, ou se estão dando mostras de leviandade, puerilidade, falta de compromisso e disciplina. As redes sociais estão cheias de memes nos dois sentidos. Só o futuro dirá. Espero, pelo bem dos nossos filhos e netos, que seja a primeira opção.

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    1. Alexandre Pereira

      Boa questão.

    2. Ney César Silva Souza

      Talvez essa dúvida seja apenas ranço de velhos que sempre desconfiaram dos jovens. Aconteceu isso com os rebeldes transviados dos anos de 1950, com os cabeludos dos anos de 1960, com os niilista de 1970 and on, and on. Mas cabe lembrar que esta é a primeira geração com QI menor do que a anterior (estudo de Michel Desmurget, diretor do Instituto Nacional de Saúde da França), a primeira com idade maior que a anterior (30 anos são os novos 20). E a questão não é genética, mas comportamental.

  9. José Cardoso

    O mundo corporativo é mesmo exasperante. Mas nem tanto pelo conceito de alienação do então jovem Marx. O operário de chão de fábrica que sempre monta e desmonta, maçarica e solda, determinados componentes para a linha de produção sabe bem a finalidade do que faz. Pode ser fisicamente pesado, mas há propósito. A questão é o cara do ar condicionado, solicitado a todo tipo de reuniões, grupos de trabalho, palestras motivacionais, cobranças de metas com bolinhas verdes e vermelhas...

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    1. Alexandre Pereira

      Esse está sendo substituído por máquinas e tende a desaparecer.

  10. ADONAY ANTHONY EVANS

    Vivemos a Era do Fim do Emprego. Num futuro próximo as pessoas vão ser pagas para ser artistas, cientistas ou esportistas, e remunerados para poder consumir, como forma do Capitalismo não morrer. A ideia não é minha. É Engels.

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    1. Alexandre Pereira

      Leiam: oferta, demanda e competitividade.

    2. ADONAY ANTHONY EVANS

      perguntou: Seu Engels, qual o futuro do Capitalismo? O Capitalismo passava por crises cíclicas. Engels, ele mesmo um industrial, respondeu que o Capitalismo aumentava o valor da mercadoria, sem aumentar os salários, de forma a ...

    3. ADONAY ANTHONY EVANS

      de forma a elevar a extração de Mais Valia Absoluta e Relativa como forma de Acumulação de Capital. Com poder de compra reduzido, o trabalhador consumia menos. A situação se normalizava com correção da Renda, até novo ciclo de crise, até a Crise Final. Em resumo, sem Renda, sem Consumo, sem Consumo o Capitalismo morre.

    4. Ernesto Pichler

      Só que Engels nunca disse isso.

  11. ADONAY ANTHONY EVANS

    Marx pensou e escreveu no século 19. Comentários de quem nunca leu nada, valem o que são, nada. Nem no século 16 estão, posto que então já se estruturava o Humanismo. Human..., o que? Humanismo, Presunção da Inocência, Livre Contraditório, Prisão só com Mandado. Marx? Ai meu Deus! Cadê o meu terço, põe o alho atrás da porta, olha o pé de arruda já tá secando. A ignorância bolsonarista pega. Pega e coça.

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    1. Marcos Benassi

      [Óia, a sençura tomém coça, lllaazarenta, mas principalmente, arde. Tem mau odor. Se olhar direitim, tem pustulinhas. É o cassete, compadre. Acabei de dividindo a mensagem em duas e foi que nem um quiabo. Saco!]

    2. Marcos Benassi

      Oxe, mizifi, é pó de mico, rebranded - ou será reborn? Pó-de-Bozo. Dá coceira, ziquizira, prurido, comichão, pereba, dá de um tudo. Mas é colateral, os efeitos cutâneos só dão ni quem tem hábitos pensativos do tipo reto; mesmo gente que pensa, se for tudo torto, dá nada não.

    3. Marcos Benassi

      Cara, até penso se não compraram uma fórmula nanocoiso, sabe? O nanotreco identifica os miolos do sujeito e, se der discrepância, ataca a pele. Bagúio marvado, sêo.

    4. Marcos Benassi

      Oxe, mizifi, é pó de mico, rebranded - ou será reborn? Pó-de-Bozo. Dá coceira, ziquizira, prurido, comichão, pereba, dá de um tudo. Mas é colateral, os efeitos cutâneos só dão ni quem tem hábitos pensativos do tipo reto; mesmo gente que pensa, se for tudo torto, dá nada não. Cara, eu penso se não compraram uma fórmula nanocoiso, sabe? O nanotreco identifica os miolos do sujeito e, se der discrepância, ataca a pele. Bagúio marvado, sêo.

  12. Daniel Golovaty Cursino

    Belo texto. Penso que a solução seria um socialismo democrático, o único socialismo que seria digno do nome. Mas, infelizmente, o que vemos predominar nas esquerdas de hoje, onde abundam apoios a Maduro, Ortega, regime chinês, iraniano e russo, está em total oposição a isso. E, assim, ficamos quase sem saída.

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    1. Ernesto Pichler

      Daniel, esses países citados são capitalistas. A China é um capitalismo de estado gerenciado pelo Partido Comunista. O socialismo ideal é o de Lênin: combinação de democracia radical com planejamento econômico central (centralismo democrático).

  13. Nelson Goulart

    A geração Z faz ou não faz pq pode. Pudesse eu nesta idade e também chutava tudo para o alto. Outra questão é a burocracia. Fôssemos mais kantianos que utilitariastas, haveria menos controles.

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  14. Geraldo tomazoni

    O que percebo é a geração Z vivendo as custas de seus velhos. Talvez podemos chamar de parasitismo?Duvido que conheçam Marx ou percebam a afinidade. Quanto a alienação do trabalho, os boletos se impõem e nos mostram a realidade.

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  15. Cláudio Augusto Silva Gutierrez

    Marx disse que a tecnologia não seria solução porque o trabalhador teria de competir com o ritmo da máquina. O que possibilitaria a liberdade seria a democratização da sociedade pelo controle social da produção.

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  16. EVANDRO SADA FARIA

    Sou sexagenário e fã dessa geração Z. C*gam e andam para as corporações , para os partidos politicos, para a mídia. E o idiot& desse artigo ainda tá falando de Marx. Que dinossauro....Eu sou velho , mas não sou velhaco

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    1. Ernesto Pichler

      O Coelho leu Marx e não entendeu nada!

    2. Jose Luis Da Silva Coelho

      Jose Marques. Eu li Marx, perdi meu tempo. Só defende retorno ao tribalismo, fim da propriedade privada e uma sociedade sem classes.

    3. José Fernando Marques

      Você leu Marx?

  17. Roberto Jorge Chaves Araujo

    Não penso que as sociedades mais desenvolvidas dispensem meios burocráticos, no sentido de meio administrativos racionais.

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  18. NACIB HETTI

    A tal geração Z brasileira tá preocupada onde vai balançar o traseiro no sábado.

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    1. Lucas Gomes

      E vc, vai fazer o que com essa bundinha no sabadão? kkk

  19. NACIB HETTI

    A tal geração Z brasileira não tem a mínima ideia do que está escrito. Tá preocupada onde vai balançar o traseiro no sábado.

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  20. Alexandre Pereira

    Marx, a lombriga Engels, é a referência? Leia Mises. A tecnologia cria novas oportunidades e profissões, molda o mundo e cria novas relações que trazem novos problemas. A sociedade, no entanto, nunca foi tão capitalista, tão individualista, especialmente com a entrada de uma nova moeda: atenção.

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    1. Alexandre Pereira

      Fabio, obrigado por demonstrar que nem mesmo terraplanismo você sabe o que é. Saia da seita, camarada! Está fazendo mal a você! A propósito, pagas boleto ou vives de mesada?

    2. Alexandre Pereira

      Ah, Felipe!! Sim, as benesses dos impostos capitalistas bem empregados!! Trabalhar para pagar, nem pensar, né?

    3. Felipe Araújo Braga

      Você veio me rebater no meu comentário dizendo que eu estudo na USP, que é pública mantida com dinheiro público. E daí? Eu sou um cidadão paulista e brasileiro, passei no vestibular e tenho todo o direito de estudar em universidade pública. Qual a questão aqui?!

    4. fabio saraiva moura

      Mises é o terraplanista da economia!

    5. Alexandre Pereira

      Felipe, quando sair do automático e voltar e pensar, poste novamente! Olavo, quem, camarada? Sério? Hahahahahaha!!

    6. Alexandre Pereira

      Ernesto, no seu caso, entenda Mises. Se você leu, não foi de muita serventia.

    7. Ernesto Pichler

      Grande Mises, que criou um método de análise falhas que veio a substituir o método de Tresca. Já o Mises economista, é um bo...

    8. Felipe Araújo Braga

      Sério, seu referencial teórico mistura Malafaia, Olavo de Carvalho e Mises?

  21. Claudio Priotto

    Cresce em áreas rurais a formação de comunidades da geração Z. Custo dividido alivia o bolso. Observo inquieto e fascinado a reação aos primeiros contatos com o cabo da enxada.

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  22. Marcelo Negros

    Precisamos encontrar Marx inteiro e de uma vez. Estamos na fase tardia do Capitalismo mas no fim do túnel não tem a evolução do Socialismo. Tem a queda para a Segunda Idade das Trevas sob o Fascismo Tecnofeudalista. Infelizmente não vai ter mobilização de massas contra isso, e só pidemos torcer para que o Cheetos e sua turma fracassem por loucura e incompetência.

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    1. Alexandre Pereira

      Ok, cê não paga boleto. A mesada é boa?

  23. VITO NETO

    Groucho Marx

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  24. Acacio J K Caldeira

    O mal-estar da geração Z é um bom sintoma. Ela busca intervir criativamente no ambiente de trabalho. Ser protagonista.

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    1. Luís Santana

      A geração Z tem razão em sua angústia, e Marx acertou na mosca.

  25. Marco Pereira

    Só existe uma coisa que impede a "utopia" de se tornar realidade: a dominação capitalista. Tecnologia para uma sociedade livre do trabalho alienado, isto é, com uma economia planejada e conduzida democraticamente, a humanidade já possui. Falta convencer os milionários/bilionários e os governantes que os protegem de que somos iguais.

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    1. José Fernando Marques

      José, por que não vais pra Miami?

    2. Jose Luis Da Silva Coelho

      Tá com saudades da União Soviética! Vai pra Cuba.

  26. Maria Lopes

    Keynes disse coisa parecida nos anos trinta do século passado: que com avanços tecnológicos e de produtividade, os netos poderia ter uma semana de quinze horas de trabalho. Isso ele precisa para cem anos depois, faltam cinco. Pois é, nunca o capital cede para o trabalho nada a que não seja obrigado.

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    1. Alexandre Pereira

      Espero que pague sua empregada muito bem.

    2. Maria Lopes

      Os netos poderiam. E previa, não precisa. A luta com o corredor é inglória.

  27. Rodrigo Aquino Fiqueiredo Figueiredo

    Só não sei se século XIX é tão velho assim! Para a história da humanidade é pouco.

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