Acontece nas melhores famílias. Sou Figueirense há 51 anos e meu filho de 7 resolveu torcer para o Avai, time da mãe dele e do avô. Resolvi buscar conformo no fato dele gostar de futebol, mas com um certo abatimento por saber que, nunca estaremos juntos, lado a lado, no estádio.

Ainda bem que não coloquei filho no mundo. Não suportaria que torcesse para adversário. A primeira palavra dita pelo meu primeiro sobrinho, foi Santos, e batida de tambor. Cresceu um pouco e virou torcedor do adversário. Uma sobrinha é Santista: fomos juntas ao Japão no Mundial de dois mil e onze. Quero voltar à Portugal para passar mais dias no Porto.

Na minha família não teve disso, não. Meu pai era corintiano, eu e minha irmã somos corintianos e meus filhos são corintianos. Mas, ó destino cruel e nefasto, todos nos casamos com palmeirenses. Mas encarei numa boa depois que concluí que era por uma boa causa. Afinal, estamos dando aos rivais oportunidade de desfrutar de excelentes companhias.

Apesar de folclórico, um dos melhores texto que li seu, João. Ao menos para definir, na essência, um liberal. De liberais em liberais chegamos aqui, e não foi só ao Porto. Custamos só a admitir nossa hipocrisia. Obrigado, mesmo, por esse texto.

João, me vi nessa sua crônica. Ontem mesmo conversava com um amigo professor corintiano, o filhinho dele de 2 anos dizendo: Palmeiras, Palmeiras. E eu dizendo a ele que meu filho João Marcos, até os 4 anos, era palmeirense como eu. Em 2000, com o título mundial do Corinthians no ano 2000, meu sogro, Avelino dos Santos Guerra, corintiano, fez a cabeça do neto e meu filho virou, veja só a ingratidão, corintiano.

Muito bom João! O fino do humor luso essa crônica.

meu pai era um ateu que acreditava em Deus, eu fiquei ateu porque Deus me pareceu uma bobagem. Ele torcia para o Cruzeiro sem nunca ter ido ao Mineirão. Eu ainda torço para o Atlético Mineiro mas assisti mais jogos do Cruzeiro porque tinha um primo que me levava ao Mineirão para buscar cerveja para ele. Nunca torci para as Marias e a última vez que torci para o Atlético foi no Mineirão, quando o Reinaldo jogava. E eu pergunto ao cronista, o seu filho tem a mesma dedicação que tu pelos livros?

Delícia de crônica, Coutinho! Não somente alegre, sincera e proveitosa, como serve à crítica dos métodos liberais de convencimento, sempre tangenciais e distantes das idéias francas. Hahahahah, foi você que meteu o construto "liberal" na crónica! Hahahahah!

Meu fruto não caiu longe do galho clubístico, graças aos deuses do futebol. Por outro lado, dada a situação do SPFC, não sei se cabe a celebração. Bem, no mínimo o guri já aprendeu que a vida é cheia de dissabores.

Meu filho saiu do armário cedo, lá pelos seis anos, auto-declarado santista coagido pela figura neifasta (não me corrijam, eis um neologismo que vai viralizar), enquanto eu, corintiano não tão militante, era olhado com um condescendente desprezo por pais amigos, um tão cioso que até nome de craque flamenguista cravou no infante. Superei altivo e pelo índex Coutinho fui agraciado com a honra ao mérito liberal. Para honrar o timão, acrescento (aspas) social, rs.

Ri bastante, vou comecar minha terça-feira sorridente e sorrindo quando me lembro das "artimanhas" do pai. Um texto leve, sem política ou críticas a pessoas.... Muitos gostaram. Meus parabéns

Só pra dizer que admiro o Coutinho há muito tempo. Ele faz parte de uma minoria.

Vivi essa dúvida sobre como reagiria caso uma tragedia desses acontecesse na minha casa, até que São Vitor e Ronaldinho Gaucho trouxeram a Libertadores para o Galo. Questao definida e cristalizada, podia descansar em paz, pois o futuro de minha filha estava garantido

Obrigado pela coluna "ombro amigo". Já sofro o suficiente graças a tradição corinthiana de minha família. Infelizmente meu filho de 4 anos só se interessa pelo trikas. Atesto e reforço: não há liberais nesse momento.

O meu filho, no ensino infantil, pressionado por dois amigos cruzeirenses, me perguntou por que ele não poderia torcer para o time dos amigos. Liberal que sou, respondi que ele poderia torcer para o Cruzeiro. Porém, acrescentei com ar “blasé”, ele deveria também escolher outro pai, porque eu não seria pai de cruzeirense. Largou mão da tresloucada ideia e seguiu crescendo e sendo atleticano de frequentar sempre o estádio e até se arriscar em viagens para ver o Galo jogar!

“ comprar um celular só para ele” uau!! em portugal, deve ser irresistível! [inserir emoji de palhaço]

Meu filho mais velho é Sumpaulino, o mais novo de 18, curinthianu... Sou um Palmeirense fajuta mesmo, devo admitir, sou daqueles que não sofre, apenar torce pro verdão... Meus filhos devem ter percebido e sentido a minha fajutice ainda na barriga kkk mas pra mim tá tudo bem. Sem fanatismo, e viva a diversidade no futebol!

e eu que sou colorado, curintianu e botafoguense e minha filha é gremista, parmerense e framenguista !

Esse Coutinho, assim como o do Vasco da Gama, também é craque. Mas somando Porto e Sporting não dá um Benfica.

Aqui em casa aconteceu também... Eu mineiro, moleque saiu do hospital com a camisa do Galo.... Esposa gaúcha.... 2006 Inter campeão mundial justamente no ano em que o Galo jogou a segunda divisão... a pressão "do outro lado" ficou irresistível... Mas o mundo dá voltas... Depois o Galo, com R49, ganhou a Libertadores e, com Hulk, o brasileirão... e o Inter andou sendo rebaixado e desde então quase só luta para se manter na primeirona. Quem sabe o Porto não volta a ganhar a Champions?

Temos a ilusão que nossos filhos seguirão nossos passos. A dúvida é a mãe da filosofia. Descartes desenvolveu a teoria do conhecimento adotando a dúvida. Mas a dúvida leva a descoberta de que não devemos sempre acreditar em nossos olhos. O que distingue a realidade da ilusão? A dúvida cartesiana não é o caminho para começar. A indução? A expectativa do que ocorreu com nossos pais ocorrerá conosco? Nos leva à ilusão de que tenha apenas uma solução no enigma do universo. Duas soluções para a paz.

o q a Folha pretende publicando este tipo de artigo O cara dispensa comentários Será q a Folha tem uma visão tão rebaixada do nível de seus leitores ou os leitores fazem jus a estes textos? Seria o caso do datafolha fazer uma pesquisa com os assinantes Será q são só alguns q não concordam com o nivel atual da Folha( pq vejo varias pessoas decepcionadas com o rumo atual da Folha) ou somos muitos???

Muito bom! Agora tento imaginar como seria, na política, se você é Nuno Santos e seu filho é André Ventura... Mais ou menos equivalente a Lula e Bolsonaro aqui no Brasil...

Maravilhoso!! Não deserdes o gajo!! Ainda és inexperiente, vais aprender (Acho). Mas não sei o que faria se minha filha dissesse que é Palm...nem vou terminar a frase!

Sensacional