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  1. Ricardo Candido de Araujo

    E só para constar, trabalhei numa estatal que após privatizada teve todo seu arquivo técnico descartado, jogado fora, apagado, pelo "novo dono". Considerando o fato que me levou a ficar 30h sem energia, a evidente falta de domínio da planta pela Enel, não duvido que tenha com esta acontecido o mesmo, já que a empresa anterior era bem mais ágil.

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    1. Wagner Passos Garcia

      Pode ter certeza que a companhia adotou a seguinte cartilha: decuplicou o intervalo entre as manutenções preventivas e preditivas em transformadores, disjuntores, religadores e relés de proteção; desmobilizou bases operacionais de atendimento que antes eram posicionadas em múltiplos pontos e agilizavam restabelecimentos; reduziu a um centésimo a periodicidade e extensão das podas de árvores; não investiu no redimensionamento de cabos condutores, para-raios e isoladores, postes e estruturas.

  2. Ricardo Candido de Araujo

    Exatamente o que já comentei, o modelo de concessão, com parâmetros contratuais defasados, que de forma alguma são aplicáveis às condições, especialmente climáticas, atuais e que vigorarão em futuro não distante. E para fazer com que todas as pessoas sejam atendidas, são necessárias duas condições, a diminuição do tempo máximo admissível de falta e o envio ao cliente da gravação do atendimento, pois nesse muita coisa é oculta.

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  3. Wagner Passos Garcia

    Sim, excelente abordagem. Cabe um estudo aprofundado sobre o histórico das redes de transmissão e distribuição de energia em São Paulo, desde a década de noventa, contemplando a evolução das taxas de falta de energia, as mudanças nos planos de manutenção preventiva, os enxugamentos de quadros, os detalhes dos contratos entre a agência e as concessionárias, o investimento ou o desinvestimento no setor elétrico, a falácia de autoridades e o desdém das empresas.

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    1. Wagner Passos Garcia

      Sim, Marcos, há soluções de engenharia que não necessariamente impliquem na dispendiosa substituição da rede aérea pela rede subterrânea. Por a culpa no clima, como faz a concessionária, é uma desculpa barata e premeditada, aproveitando de forma oportunista a brecha, ou melhor, a cratera dos termos do contrato com a agência. Está lá no texto que em dias de raios, chuvas e ventos fortes a companhia fica isenta da meta de restabelecimento da energia e imune a qualquer penalidade.

    2. Marcos Benassi

      Ôôô, Wagner, agradeço a mensagem reflexiva, porque não há solução simples pra isso. E é importantíssimo desmistificar essa história de que privatização é salvação da lavoura: para serviços essenciais como luz e água, pode ser justamente a quebra de Safra. Pois não tem gente reclamando do governo em relação aos "curtailments" de usinas solares? Se a transmissão de energia foi em grande parte privatizada e agora não dá conta, o que é que o governo tem a ver com isso? Mas é em seu colo que cai.

  4. José Cardoso

    "Mas, ao concorrer para a tal concessão, não teria sido o mínimo exigir a modernização do sistema e o enterramento de toda a fiação?" Só que, como isso custa um monte de dinheiro, só seria viável com um forte aumento na conta, seja qual for a companhia, e seja privada ou estatal.

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  5. Claudio Gomes

    Arquiteto dando palpite em privatização equivale e eu fazendo projeto de prédio faraônico nos jardins. Falaram e não disseram nada. Ficaria melhor se estatizasse tudo? Ora vamos. A solução, óbvia, eh enterrar a fiação. Custa tempo e dinheiro. Esforço conjunto das autoridades e empresas. Simples assim.

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    1. Wagner Passos Garcia

      Todos queremos uma Ferrari ao custo de um Palio. O valor médio da rede de distribuição de energia é cem mil reais o km linear para linhas aéreas, contra novecentos para o mesmo trecho subterrâneo. Duvido que os condôminos do prédio São Paulo estejam dispostos a pagar essa conta. Afinal, não há diferença entre uma cidade e um condomínio, entre um prefeito e um síndico, entre moradores de cidades e de edifícios. Querer melhorias para valorizar o prédio é fácil, ratear a conta é que são elas.

  6. Raymundo Itareru

    o importante é privatizar tudo, depois o povo será privado de tudo. cinco porcento em cinco bilhões dá muita grana, ou não? um martelo quebrado não é nada

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  7. Marcos Benassi

    Boa, excelente, Senhores! Parte desses "pobremas crimáticos" é incontornável: vai ventar, vai chover, árvores vão cair. Mas mesmo que não se enterre a rede, por que a prefeitura não é processada em tempo, pra que faça o que tem de fazer, a poda e/ou substituição de árvores? Como a agência estadual permite redes velhas, falta de manutenção, demissão de gente experiente, redução de recursos de emergência etc? Com a água, é só questão de tempo, esse caos virá - e por idênticos motivos.

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